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Escândalo Volkswagen: O balanço em sete mercados

As actualizações no caso Volkswagen sucedem-se. Sete mercados já sabem como foram atingidos por este escândalo. As investigações multiplicam-se. O antigo CEO Martin Winterkorn não está na lista dos suspeitos.

Bloomberg
01 de Outubro de 2015 às 15:47
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É já conhecido o impacto do escândalo de manipulação de emissões poluentes por parte do grupo Volkswagen em sete países. Deste modo, ficaram identificados mais de metade dos 11 milhões de veículos onde o grupo Volkswagen admitiu ter instalado os "dispositivos manipuladores". Volkswagen, Audi, Skoda e Seat são as marcas envolvidas.

 

Nos Estados Unidos, onde o escândalo rebentou, são meio milhão de carros. A Alemanha é o país mais afectado com três milhões. França e Reino Unido têm, cada, um milhão de veículos. Em Espanha são quase 700 mil. Em Portugal, 117 mil, dados actualizados esta quinta-feira, 1 de Outubro, com os números da Seat. Na Coreia do Sul, 120 mil.


Em Espanha, onde os concessionários tiveram de bloquear as vendas de veículos onde poderão estar instalados estes dispositivos, o Governo já admitiu pedir mil euros por cada carro afectado no país.


Acções, investigações e nomeações

Entretanto, a Associação de AutoTáxis de Madrid vai lançar uma plataforma com o objectivo de reunir todos os motoristas que compraram veículos do grupo Volkswagen com motor manipulado.


Por sua vez, França decidiu abrir uma investigação para determinar se poderá culpabilizar a fabricante alemã pelo sucedido, escrevem as agências noticiosas internacionais.


Já na Alemanha, as autoridades alemães que estão a levar a cabo uma investigação preliminar ao grupo automóvel já vieram esclarecer que não há nenhum inquérito formal sobre o antigo CEO, Martin Winterkorn. As mesmas dizem estar a apurar responsabilidades mas garantiram que o gestor não é suspeito.

 

Aquando da sua saída do grupo, Winterkorn informou que desconhecia o esquema de manipulação. A empresa reforçou a sua posição horas depois.

 

Os altos gestores do grupo Volkswagen estiveram reunidos em Wolfsburg na noite desta quarta-feira, 30 de Setembro, para conhecer as conclusões de um inquérito interno. Contudo, a empresa veio agora admitir que vai precisar de vários meses para revelar as principais conclusões desta investigação. A assembleia geral extraordinária do grupo, marcada para 9 de Novembro, poderá acabar sendo adiada.

 

De acordo com a Reuters, o grupo Volkswagen estará a estudar formas de reduzir custos e aumentar o seu fluxo de caixa. Nesse âmbito, será nomeado Frank Witter, o líder do braço financeira da Volkswagen, como o novo director financeiro do grupo, confirmando uma informação avançada pela Reuters.

O encontro de quarta à noite confirmou também Hans Dieter Pötsch como presidente do conselho de administração do grupo. Pötsch foi responsável financeiro da fabricante alemã durante o período em que os "dispositivos manipuladores" foram instalados, daí que a escolha seja classificada como polémica pela imprensa daquele país.

 

A Volkswagen tem até 7 de Outubro para apresentar ao regulador alemão, o KBA, um plano que integre o cumprimento das normas de emissões poluentes. A empresa já garantiu que cumprirá esse prazo. Caso contrário, a fabricante arrisca-se a perder a homologação dos modelos afectados, o que representaria uma proibição não só das vendas como da circulação dos mesmos nas estradas.

 

Confiança em suspenso

O caso está a levantar suspeitas sobre as práticas de toda a indústria. A Toyota, que foi recentemente superada pela Volkswagen nas vendas, veio informar que "cumpre todas as leis vigentes" e que não utiliza nenhum dispositivo manipulador nos seus veículos.

Para esta quinta-feira, 1 de Outubro, estava marcada uma reunião dos ministros da Indústria da União Europeia onde seria debatido este escândalo. Não estava prevista a tomada de nenhuma posição oficial quanto ao assunto. Bruxelas já apelou aos Estados-membros para que iniciem investigações de âmbito nacional neste sentido.

A comissária europeia para a área da indústria, Elzbieta Bienkowska defendeu esta quinta-feira, após a reunião, que a recuperação da credibilidade do sector automóvel exige certas quanto às emissões poluentes "de toda a indústria automóvel europeia". A promessa é de que Bruxelas "será muito firme caso encontre alguma coisa, alguma fraude", informou.


A confiança futura nos produtos da Volkswagen, essa, está em causa. Um dos exemplos é a notícia que dá conta que a distinção "Green Car of the Year" (Carro Verde do Ano) de 2009 foi retirada ao Jetta TDI e o prémio de 2010 para o Audi A3 TDI também. 

(Notícia actualizada às 18:00)

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