Notícia
Escândalo Volkswagen: O balanço em sete mercados
As actualizações no caso Volkswagen sucedem-se. Sete mercados já sabem como foram atingidos por este escândalo. As investigações multiplicam-se. O antigo CEO Martin Winterkorn não está na lista dos suspeitos.
É já conhecido o impacto do escândalo de manipulação de emissões poluentes por parte do grupo Volkswagen em sete países. Deste modo, ficaram identificados mais de metade dos 11 milhões de veículos onde o grupo Volkswagen admitiu ter instalado os "dispositivos manipuladores". Volkswagen, Audi, Skoda e Seat são as marcas envolvidas.
Nos Estados Unidos, onde o escândalo rebentou, são meio milhão de carros. A Alemanha é o país mais afectado com três milhões. França e Reino Unido têm, cada, um milhão de veículos. Em Espanha são quase 700 mil. Em Portugal, 117 mil, dados actualizados esta quinta-feira, 1 de Outubro, com os números da Seat. Na Coreia do Sul, 120 mil.
Em Espanha, onde os concessionários tiveram de bloquear as vendas de veículos onde poderão estar instalados estes dispositivos, o Governo já admitiu pedir mil euros por cada carro afectado no país.
Acções, investigações e nomeações
Entretanto, a Associação de AutoTáxis de Madrid vai lançar uma plataforma com o objectivo de reunir todos os motoristas que compraram veículos do grupo Volkswagen com motor manipulado.
Por sua vez, França decidiu abrir uma investigação para determinar se poderá culpabilizar a fabricante alemã pelo sucedido, escrevem as agências noticiosas internacionais.
Já na Alemanha, as autoridades alemães que estão a levar a cabo uma investigação preliminar ao grupo automóvel já vieram esclarecer que não há nenhum inquérito formal sobre o antigo CEO, Martin Winterkorn. As mesmas dizem estar a apurar responsabilidades mas garantiram que o gestor não é suspeito.
Aquando da sua saída do grupo, Winterkorn informou que desconhecia o esquema de manipulação. A empresa reforçou a sua posição horas depois.
Os altos gestores do grupo Volkswagen estiveram reunidos em Wolfsburg na noite desta quarta-feira, 30 de Setembro, para conhecer as conclusões de um inquérito interno. Contudo, a empresa veio agora admitir que vai precisar de vários meses para revelar as principais conclusões desta investigação. A assembleia geral extraordinária do grupo, marcada para 9 de Novembro, poderá acabar sendo adiada.
De acordo com a Reuters, o grupo Volkswagen estará a estudar formas de reduzir custos e aumentar o seu fluxo de caixa. Nesse âmbito, será nomeado Frank Witter, o líder do braço financeira da Volkswagen, como o novo director financeiro do grupo, confirmando uma informação avançada pela Reuters.
O encontro de quarta à noite confirmou também Hans Dieter Pötsch como presidente do conselho de administração do grupo. Pötsch foi responsável financeiro da fabricante alemã durante o período em que os "dispositivos manipuladores" foram instalados, daí que a escolha seja classificada como polémica pela imprensa daquele país.
A Volkswagen tem até 7 de Outubro para apresentar ao regulador alemão, o KBA, um plano que integre o cumprimento das normas de emissões poluentes. A empresa já garantiu que cumprirá esse prazo. Caso contrário, a fabricante arrisca-se a perder a homologação dos modelos afectados, o que representaria uma proibição não só das vendas como da circulação dos mesmos nas estradas.
Confiança em suspenso
O caso está a levantar suspeitas sobre as práticas de toda a indústria. A Toyota, que foi recentemente superada pela Volkswagen nas vendas, veio informar que "cumpre todas as leis vigentes" e que não utiliza nenhum dispositivo manipulador nos seus veículos.
Para esta quinta-feira, 1 de Outubro, estava marcada uma reunião dos ministros da Indústria da União Europeia onde seria debatido este escândalo. Não estava prevista a tomada de nenhuma posição oficial quanto ao assunto. Bruxelas já apelou aos Estados-membros para que iniciem investigações de âmbito nacional neste sentido.
A comissária europeia para a área da indústria, Elzbieta Bienkowska defendeu esta quinta-feira, após a reunião, que a recuperação da credibilidade do sector automóvel exige certas quanto às emissões poluentes "de toda a indústria automóvel europeia". A promessa é de que Bruxelas "será muito firme caso encontre alguma coisa, alguma fraude", informou.
A confiança futura nos produtos da Volkswagen, essa, está em causa. Um dos exemplos é a notícia que dá conta que a distinção "Green Car of the Year" (Carro Verde do Ano) de 2009 foi retirada ao Jetta TDI e o prémio de 2010 para o Audi A3 TDI também.
(Notícia actualizada às 18:00)