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Volkswagen: O teste japonês que fez tremer um império alemão

Como pode a tecnologia de uma empresa praticamente desconhecida ditar o futuro de uma das multinacionais mais reputadas do mundo? Uma boa dose de sorte, mas sobretudo muito esforço. Esta é a história de Hiroshi Nakamura.

Bloomberg
02 de Outubro de 2015 às 18:33
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A notícia chegou cedo, pela manhã. Foi um colega norte-americano a avisar Hiroshi Nakamura para o sucedido. A Volkswagen reconheceu ter manipulado os níveis de emissões poluentes nos veículos a gasóleo durante vários anos.

Do facto à suspeita: teria a sua empresa alguma coisa que ver com este caso? A japonesa Horiba é pequena em dimensão mas representa quase 70% dos sistemas de análise aos níveis de poluição.


Sim, ele tinha contribuído para fazer tremer um dos maiores impérios automóveis do mundo. Mas Nakamura, de 42 anos, foi apanhado de surpresa pelo seu próprio feito. As autoridades norte-americanas tinham escolhido os sistemas de mediação da Horiba.


Dos Estados Unidos para o mundo, o problema tornou-se maior. Sabe-se agora que são 11 milhões os carros onde foram instalados dispositivos que permitem manipular os níveis de emissões poluentes. Nos testes de laboratório, cumprem os requisitos legais. Na estrada, poluem até 40 vezes mais do que o permitido.


Apesar da sua dimensão, a Horiba já tem um percurso longo. Tudo começou no pós-Segunda Guerra Mundial, numa altura em que as preocupações com os níveis de radiações nucleares eram uma constante. A diversificação foi-se dando. Na década de 1960, a empresa apresentava o seu primeiro analisador de emissões, conta a Bloomberg.


Nakamura só chegou em 1998, para adicionar a característica da portabilidade ao dispositivo. A primeira tentativa foi um fracasso comercial. Mas não desistiu e conseguiu chegar ao mercado norte-americano.


"Isto lembra-nos do nosso sentido de responsabilidade", diz agora perante o contributo para a descoberta do maior escândalo nos 78 anos de história do grupo alemão. Volkswagen, Audi, Skoda e Seat são as marcas envolvidas. A chegada da solução está marcada para 7 de Outubro.


Desde que a polémica estalou, a Volkswagen já perdeu quase 30 mil milhões de euros em valor de mercado. A Horiba tem uma capitalização equivalente a 1,3 mil milhões de euros. Ainda é cedo para perceber o impacto de todas estas descobertas. Quer para a Volkswagen, quer para a Horiba.

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