Um "acontecimento dramático". É assim que Angela Merkel definiu o escândalo de manipulação de emissões poluentes em veículos a gasóleo por parte da Volkswagen. Em causa estão 11 milhões de veículos em todo o mundo.

Todavia, a chanceler alemã descartou este domingo, 4 de Outubro, que tal cenário possa colocar em causa a própria indústria automóvel alemã e o país numa perspectiva a longo prazo.

"Acredito que a reputação da indústria alemã não foi tão abalada que já não sejamos considerados um bom lugar para fazer negócios", afirmou, citada pela BBC.

Angela Merkel defendeu que é agora tempo do grupo sedeado em Wolfsburg apresentar a "necessária transparência". Para esta quarta-feira, 7 de Outubro, a Volkswagen terá de apresentar uma solução ao regulador daquele país.

Já antes, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, veio considerar este caso como um "duro golpe para a economia alemã". "É difícil acreditar naquilo que foi feito com negligência e possivelmente até com intenção criminosa", admitiu.

Para a próxima quarta-feira está também marcada uma reunião do conselho de supervisão da Volkswagen. O novo presidente da fabricante automóvel, Hans Dieter Pötsch, já admitiu a outros executivos do grupo que poderá mesmo estar em causa a viabilidade de um projecto com 78 anos de história. Para o líder, esta é "uma crise que ameaça a sobrevivência da empresa".

Os três acreditam, contudo, que a Volkswagen será capaz de dar a volta à situação. Só na Alemanha são quase três milhões de veículos afectados por este esquema.