Notícia
Mais de 100 feridos e 75 mil hectares ardidos em concelhos afetados pelos fogos
Vários incêndios assolaram sobretudo o centro e norte do país, sem darem tréguas aos meios de combate.
Mais de 100 feridos e 75 mil hectares ardidos em concelhos afetados pelos fogos
Os incêndios que lavram desde domingo em Portugal continental, com incidência nas regiões centro e norte, onde já arderam mais de 75 mil hectares, causaram a morte de sete pessoas e deixaram 118 feridas, 10 das quais com gravidade.
Além dos sete mortos e 118 feridos, 10 em estado grave e 49 com ferimentos ligeiros, mais de 50 pessoas foram assistidas nos teatros de operações, sem necessidade de hospitalização.
Três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, em Tábua, morreram na terça-feira quando se deslocavam para um incêndio naquele concelho do distrito de Coimbra. O município de Tábua decretou três dias de luto municipal e vai propor a atribuição da medalha de mérito e altruísmo aos três bombeiros.
A primeira morte registada foi um bombeiro vítima de doença súbita, no domingo, quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, tendo hoje centenas de pessoas, entre elas o Presidente da República e a ministra da Administração Interna, participado na missa que decorreu em São Mamede de Infesta, Matosinhos.
Na segunda-feira, as autoridades anunciaram mais duas mortes no distrito de Aveiro, a de uma pessoa encontrada carbonizada e um óbito por ataque cardíaco. Na mesma noite, uma idosa que tinha a casa numa zona de fogo em Almeidinha, Mangualde, morreu de doença súbita, segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões.
Apesar da chegada, pelas 03:00, de 230 bombeiros espanhóis da Unidade Militar de Emergências para ajudar no combate aos incêndios, em algumas zonas do país a situação complicou-se hoje, com a alteração do vento e vários reacendimentos.
Aveiro continuou a ser um dos distritos mais fustigados, com as chamas a lavrar com intensidade nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda, que se mantém como o mais complicado.
Os incêndios em Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis entraram, entretanto, em fase de resolução e, pelas 22:00, a Proteção Civil acreditava que os trabalhos em Sever do Vouga seriam também favoráveis à resolução do fogo.
Durante a madrugada, as chamas que lavravam em Castro Daire, no distrito de Viseu, alastraram-se aos concelhos vizinhos de São Pedro do Sul e de Arouca, no distrito de Aveiro, sendo que, neste último já destruiu cerca de dois quilómetros dos Passadiços do Paiva.
No distrito do Porto, depois de uma "noite terrível" no concelho de Gondomar, os focos de incêndios começaram a ceder aos meios e o fogo entrou em fase de resolução pelas 20:30.
Em Viseu, com especial incidência em Mangualde, Nelas e Castro Daire, e Vila Real, com focos maiores em Vila Pouca de Aguiar, os fogos continuaram também a gerar preocupação.
Em Braga, após cinco dias em que os incêndios não deram tréguas aos operacionais no terreno, todos os incêndios estão em fase de resolução, nomeadamente os que lavravam nos concelhos da Póvoa de Lanhoso e de Vieira do Minho.
Num balanço feito às 20:00, o comandante nacional da Proteção Civil, André Fernandes, destacou que as próximas 24 horas "vão continuar a ser muito complexas" no combate aos incêndios, que "têm ainda muita intensidade e energia".
Os incêndios obrigaram hoje ao corte de várias autoestradas e estradas nacionais no Porto, Aveiro, Vila Real e Viseu.
De acordo com a última atualização feita pela GNR, pelas 20:40, no distrito do Porto, a estrada nacional 108 (EN108), que estava cortada entre a rotunda da A41 E Melres, no concelho de Gondomar, foi reaberta.
Também no distrito de Vila Real, foi reaberta a estrada nacional 2 (EN2), na zona de Vila Pouca de Aguiar, e a estrada nacional 108 (EN108), na zona do Planalto de Monforte.
No distrito de Viseu, a estrada nacional 231 (EN231), que estava cortada entre Vila Viçosa e Mourelos, em Cinfães, foi reaberta, permanecendo, no entanto, totalmente cortadas ao trânsito as estradas nacionais 228 (EN228), entre Figueira Alva - Fermentel, e entre Pindelo e Ponte Pedrinha, e 225 (EN225), entre Cabril e Pinheiros.
Em Aveiro, permanecem também totalmente cortadas as estradas nacionais 333 (EN333), entre Talhadas e Águeda, e 326-1 (EN326-1), entre Canelas e Alvarenga.
Pelas 16:10 já não havia autoestradas cortadas em Portugal continental.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões norte e centro, atingidas pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 75.645 hectares.
Estima-se que o perigo de incêndio rural comece a desagravar a partir de quinta-feira, dia em que são esperados aguaceiros, que, no entanto, só vão chegar na sexta-feira às regiões do Norte e Centro, as mais afetadas pelos incêndios.
Várias personalidades já manifestaram o seu pesar e solidariedade pelas vítimas dos incêndios, nomeadamente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente do parlamento da Madeira, José Manuel Rodrigues, o patriarca de Lisboa, Rui Valério, e o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.
O Rei Felipe VI de Espanha transmitiu ao Presidente da República a solidariedade do povo espanhol perante a "tragédia provocada pelos incêndios" em Portugal e a disponibilidade para "reforçar apoios aéreos".
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.
Presidente e ministra da Administração Interna presentes em funeral de bombeiro
Centenas de pessoas, entre elas o Presidente da República e a ministra da Administração Interna, participaram esta quarta-feira, em São Mamede de Infesta, Matosinhos, na missa do bombeiro que morreu no domingo no combate ao incêndio em Oliveira de Azeméis.
Na cerimónia que decorreu no quartel da corporação de bombeiros local participaram também o bispo D. Américo Aguiar, na qualidade de Capelão Nacional da Liga dos Bombeiros, a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, e o presidente da Liga dos Bombeiros, António Nunes.
A missa de corpo presente demorou cerca de meia hora, saindo o corpo do quartel ao som da "sirene a chorar" e sendo transportado ao longo de um trajeto de 50 metros por colegas bombeiros, muitos emocionados.
O corpo seguiu depois para o Tanatório de Matosinhos para ser cremado.
Após o carro fúnebre abandonar o local, Marcelo Rebelo de Sousa e a ministra Margarida Blasco mantiveram-se em silêncio preferindo não falar à comunicação social.
João Silva, conhecido como o "30", morreu no domingo vítima de morte súbita, na pausa para refeição no combate que travava contra o incêndio na freguesia de Pinheiro da Bemposta, concelho de Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro.
O bombeiro ainda foi assistido no local por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica, mas acabou por não resistir.
No mesmo dia, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e a sua equipa prestaram-lhe uma homenagem, considerando-o um "exemplo nacional de alguém que deu a vida pelo próximo".
No Tanatório de Matosinhos, cerca de duas dezenas de populares, alguns empunhando rosas brancas, esperaram o carro funerário que transportava João Silva, para prestar uma última homenagem ao bombeiro.
Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.
Fogos impactam redes elétricas e deixam 20.000 portugueses sem luz
Por causa dos incêndios florestais que há vários dias assolam Portugal, milhares de pessoas ficaram já sem abastecimento de eletricidade nas suas casas, confirmou ao Negócios o operador das redes de distribuição de energia elétrica E-Redes, que pertence ao grupo EDP. A empresa refere que ainda há várias "ocorrências" por resolver e oito centenas de habitações sem luz. Mas já chegaram a ser 20 mil.
"Ontem de manhã [segunda-feira], pelas oito horas, tivemos um número máximo de 20.000 clientes de baixa tensão afetados, número que tem vindo progressivamente a diminuir. Neste momento, estão cerca de 800 clientes afetados", contabilizou fonte oficial da empresa, garantindo que "apesar do cenário que se vive na zona norte de Portugal, a rede de distribuição tem sofrido um impacto até este momento relativamente controlado, mais localizado no distrito de Aveiro (principalmente nos concelhos de Aveiro, Albergaria, Sever do Vouga e Águeda), Porto, Viseu e Coimbra, onde se têm verificado os maiores focos de incêndio".
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Frente incontrolável progride em pinhal em Vila Pouca de Aguiar
O incêndio em Sabroso de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar, está a avançar "completamente incontrolável" numa zona de pinhal, com meios insuficientes para o combate, disse o comandante dos bombeiros.
"Temos uma reativação forte em Sabroso, uma frente completamente incontrolável e não temos meios disponíveis para reforçar. O único meio de reforço que veio hoje dos bombeiros foram duas viaturas isoladas", afirmou à agência Lusa Hugo Silva.
O comandante referiu que o incêndio progride em direção a norte.
"E se isto evoluir assim até ao fim do dia vamos ter o incêndio à porta de Vidago (Chaves)", referiu ainda o responsável.
Hugo Silva reforçou que esta frente está a causar muita preocupação porque não há meios de combate.
"Nem sequer para substituir os que já andam aqui em trabalho há vários dias, nem para reforçar isto", frisou.
Ao início da tarde ainda atuaram nesta zona dois aviões, mas já não se encontram neste teatro de operações.
Para além da frente em Sabroso de Aguiar, o comandante apontou também preocupações nas frentes que se desenvolvem na zona de Soutelinho do Mezio e na Samardã.
Hugo Silva referiu que, em Vila Pouca de Aguiar, estão a operar cerca de 130 operacionais.
De Vila Pouca de Aguiar as chamas galgaram para o concelho de Vila Real, por Covelo e Samardã, onde estão hoje a atuar cerca de 100 operacionais.
O alerta para o primeiro incêndio em Vila Pouca de Aguiar foi dado pelas 07:30 de segunda-feira e a situação foi-se agravando ao longo do dia, com as chamas a manterem-se ativas até esta quarta-feira.
A presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Ana Rita Dias, já disse que em apenas três das 14 freguesias do concelho não houve alerta de incêndio desde segunda-feira, antevendo prejuízos enormes na floresta e agricultura.
Sete pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam 47.376 hectares.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 11:00, estavam em curso 38 incêndios, dos quais 15 eram considerados ocorrências significativas que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por cerca de mil meios terrestres e 25 meios aéreos.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.
Espanha enviou para 248 militares e 82 meios para Portugal
O Governo espanhol enviou para Portugal 248 militares e 82 meios da Unidade Militar de Emergências (UME) para o combate aos incêndios, revelou hoje o Ministério da Defesa de Espanha.
"As unidades da UME já estão em Portugal, a colaborar na extinção dos incêndios florestais", escreveu o Ministério da Defesa de Espanha, numa publicação na rede social X.
"Com 248 militares e 82 meios, trabalham no ataque direto para defender a população", segundo a mesma publicação.
O Ministério da Administração Interna português já tinha dito à Lusa, na terça-feira à noite, que iriam chegar a Portugal, durante a última madrugada, 230 bombeiros espanhóis da UME, uma unidade militar que é ativada em casos de emergência.
Segundo o Governo espanhol, foram enviados 248 militares, em resposta a um pedido feito pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, aos seus homólogos de Espanha e Marrocos ao abrigo dos acordos bilaterais existentes entre Portugal e aqueles dois países.
Além dos 248 militares e 82 meios da UME, Espanha enviou para Portugal dois aviões Canadair para combater os fogos, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
O Rei Felipe VI de Espanha manifestou na terça-feira disponibilidade de envio de mais meios para Portugal, num telefonema que fez ao Presidente da República divulgado hoje pelo Palácio de Belém.
"O monarca espanhol transmitiu ao Presidente da República a sua total solidariedade e do povo espanhol face à tragédia provocada pelos incêndios que têm lavrado na região centro de Portugal, tendo ainda manifestado disponibilidade para reforçar os apoios aéreos e outros do Estado espanhol", lê-se numa nota da Presidência da República.
Sete pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país.
Os fogos destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus.
Governo garante apoios "muito em breve" para habitação e emprego
O ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, prometeu hoje apoios "muito brevemente", com prioridades para primeiras habitações e empresas, afetadas pelos incêndios.
"Apoios de maior vulto, apoios para a reconstrução de fábricas, de casas, esses aí é que não poderiam ter começado, mas vão começar muito brevemente. Se tudo correr bem, vão começar em prazos muito razoáveis", afirmou Manuel Castro Almeida.
À saída de uma reunião, hoje, com sete autarcas da região de Viseu dos municípios mais atingidos pelos incêndios que decorrem na região desde segunda-feira, o ministro da Coesão Territorial sublinhou que há prioridades na distribuição dos apoios.
Ou seja, "há que distinguir entre primeiras habitações e aquilo que não são primeiras habitações" e também há casos "de fábricas que estão completamente ardidas e estão inoperacionais e fábricas que estão globalmente a funcionar, embora com pequenas partes lesadas ou destruídas".
"Há primeiras e segundas prioridades. Vamos dar prioridade" ao emprego, pois "é preciso que as fábricas trabalhem e que as pessoas possam ter o seu emprego e salário no fim do mês", disse.
Manuel Castro Almeida afirmou ainda que "os apoios já começaram e estão a cargo dos senhores autarcas que estão a fazer a sua obrigação neste momento" e, nesse sentido, garantiu que as pessoas estão todas a ter apoio.
"Neste momento não há gente sem cama, toda a gente tem um sítio para dormir, não há centros de saúde fechados, não há ninguém a passar fome que nós saibamos. É verdade que há algumas crianças que estão sem escola, porque há dificuldade de acesso à escola e aí não há solução", mas deverão ser "mais dois ou três dias".
Na próxima terça-feira o ministro vai reunir com todos os autarcas da região Centro, uma vez que nessa altura já deverão ter os formulários com inquéritos preenchidos e que já hoje foram distribuídos hoje, em Mangualde, e na terça-feira, em Aveiro.
Comparando com a reunião em Aveiro, o governante disse que do que ouviu hoje dos presidentes de câmaras do distrito de Viseu, ali "há menos casas ardidas, menos fábricas, mas muito maior número de instalações agrícolas" afetadas, já que esta região "é propícia" a isso.
É importante "harmonizar os procedimentos" e "trabalhar com formulários harmonizados no conjunto dos concelhos", para que o Governo possa, "muito rapidamente, definir a natureza, a dimensão, a extensão dos apoios para cada um dos setores".
Ou seja, para as habitações, para indústrias, para a agricultura, para a floresta, para o equipamento público, já que "há vários equipamentos que foram afetados" especificou, exemplificando com estações de tratamento de águas residuais (ETAR).
"O nosso objetivo é usar muito as câmaras municipais como canais para fazer chegar o apoio às populações, assumiu o ministro da Coesão Territorial.
Em representação dos autarcas, o presidente da Câmara de Mangualde, Marco Almeida, disse aos jornalistas que saíram do encontro "satisfeitos, desde que seja cumprido o que hoje foi prometido" durante a reunião com os elementos do Governo.
Manuel Castro Almeida esteve na Câmara Municipal de Mangualde reunido com diversos autarcas do distrito de Viseu dos concelhos mais atingidos pelas chamas.
Com o ministro da Coesão Territorial estiveram os secretários de Estado da Saúde, Ação Social, Infraestruturas, Habitação, Economia, Florestas e Administração Local.
TAP permite mudar voos do Porto para Lisboa sem custo para passageiros afetados
A TAP vai permitir que os passageiros que foram impedidos de voar a partir do Porto devido aos incêndios possam alterar os seus voos e fazê-los a partir de Lisboa, sem custo, adiantou, em comunicado.
"Todos os passageiros que foram impedidos de voar para qualquer destino servido pela TAP a partir do Porto devido aos incêndios dos últimos dias poderão também alterar os seus voos e fazê-lo a partir de Lisboa, sem qualquer custo", disse a transportadora.
A companhia disse ainda que, "já a partir de hoje e durante uma semana, quem quiser voar com a TAP entre estas duas cidades poderá fazê-lo em qualquer uma das nove ligações diárias pelo preço fixo de apenas 39 euros por percurso".
Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 12:00, estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.
Mais de 106 mil hectares arderam em Portugal continental desde domingo
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões norte e centro, atingidas pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 75.645 hectares.
As zonas mais afetadas localizam-se nas regiões de Aveiro, Tâmega e Sousa e Viseu Dão Lafões, que totalizam 75.645 hectares de área ardida, 71% da área ardida em todo o território nacional.
De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização do total de área ardida desde domingo chega aos 106.222 hectares, perto do dobro em relação a terça-feira, quando a área ardida ascendia aos 62.646 hectares.
No último dia, a situação agravou-se particularmente na sub-região de Viseu Dão Lafões, onde a área ardida mais que duplicou em apenas um dia, contabilizando-se agora 33.970 hectares, mais 17.098 hectares do que na terça-feira.
Na Região de Aveiro, que inclui as zonas entre Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Águeda, o sistema Copernicus contabiliza 21.964 hectares de área ardida desde segunda-feira.
Com 19.710 hectares de área ardida, desde domingo, Tâmega e Sousa segue-se entre as zonas mais afetadas, surgindo depois a Área Metropolitana do Porto, onde já arderam 13.481 hectares.
Na sub-região do Ave, arderam 9.172 hectares, contabilizando-se ainda 5.830 hectares de área ardida no Alto Tâmega.
A área ardida em Portugal continental este ano totaliza já, segundo o sistema Copernicus, 124.904 hectares consumidos por 162 incêndios significativos (com 30 hectares ou mais de área ardida) contabilizados pelo sistema europeu de observação da Terra.
Proteção Civil contabiliza pelo menos cinco mortos e 118 feridos
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabilizou cinco mortos nos incêndios do norte e centro do país nos últimos dois dias, realçando hoje a existência de 118 feridos, dos quais 10 em estado grave.
"Em termos de vítimas, no acumulado de 16 a 18 de setembro temos um total registado e validado de 123 vítimas, das quais cinco mortais, 10 feridos graves, 49 feridos ligeiros e 59 vítimas assistidas no teatro de operações que não tiveram necessidade de serem transportadas a unidades hospitalares", explicou hoje o comandante nacional André Fernandes, na conferência de imprensa realizada na sede da ANEPC, em Carnaxide.
Questionado sobre a diferença no número de mortos registados, uma vez que até agora se falava num balanço de sete vítimas, o responsável da ANEPC referiu que as cinco mortes são a indicação que a Proteção Civil recebeu do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), não sendo contabilizados os dois civis que morreram de doença súbita.
Detido suspeito de atear fogo na Murtosa
A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem, de 54 anos, suspeito de ter ateado na terça-feira um incêndio florestal na Murtosa, no distrito de Aveiro, num quadro de dependência alcoólica, informou hoje aquele órgão de polícia criminal.
Em comunicado, a PJ esclareceu que o suspeito é o presumível autor de um incêndio florestal, ocorrido na tarde de terça-feira, na localidade de Bunheiro, Murtosa.
Segundo a Judiciária, o incêndio, que ocorreu numa zona de extensa mancha florestal, existindo ainda várias habitações e instalações agrícolas nas proximidades, terá sido ateado com recurso "a chama direta" e só não assumiu grandes dimensões "graças à pronta deteção e combate ao mesmo".
"Não foi possível determinar qualquer motivação racional ou explicação plausível para a prática dos factos em investigação, atuando o suspeito num quadro de dependência alcoólica", refere a mesma nota.
O suspeito, que foi detido fora de flagrante delito, com a colaboração da GNR, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para eventual aplicação de medidas de coação.
Fogo em Santo Tirso obrigou a retirar 40 pessoas de casa durante a madrugada
O incêndio que começou na segunda-feira em Paços de Ferreira e passou para Santo Tirso obrigou hoje de madrugada a retirar por precaução 40 pessoas de habitações em Fefojos e Monte Córdova, disse à Lusa fonte autárquica.
À Lusa, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Santo Tirso, Pedro Santos, explicou que o fogo que lavra "em vários pontos do concelho, com "várias frentes ativas", teve início no município vizinho de Paços de Ferreira, distrito do Porto.
"Neste momento temos uma das frentes dominadas, mas há várias frentes. A situação começa a ficar mais tranquila, a previsão é que o vento diminua [de intensidade] nas próximas horas e esperamos, com isso, que o fogo nos dê algumas tréguas", disse pelas 11:00, adiantando que no terreno estavam 102 operacionais, apoiados por 32 viaturas e um meio aéreo.
Segundo aquele operacional, "durante esta madrugada houve casas em risco, foram evacuadas por precaução".
Fonte da autarquia disse à Lusa que a maioria das pessoas retiradas esta madrugada de casa são idoso que, contudo, já regressaram às suas habitações esta manhã.
Governo exige rigor para evitar fraudes na atribuição de apoios públicos
O ministro da Coesão Territorial exigiu hoje rigor, em Mangualde, para evitar "fraudes que surgem quando há oportunidade de as pessoas beneficiarem de apoios públicos".
Manuel Castro Almeida disse também que a obrigação do Estado é ajudar as pessoas que, sem culpa, ficaram sem casa e sem emprego devido aos incêndios.
"Eu sou dos que estou convencido que é possível fazer um trabalho bem feito, rigoroso, sem fraudes pelo meio, que há pessoas que tentarão fazer fraudes. É possível fazermos um trabalho rigoroso e rápido", defendeu Manuel Castro Almeida.
E acrescentou: "É um desafio que temos à nossa frente. Vamos procurar ser rápidos, mas usando o rigor suficiente para evitar as fraudes, que muitas vezes surgem, quando há oportunidades de as pessoas beneficiarem de apoios públicos".
Apoios que o governante considerou serem "indispensáveis", já que "o Estado existe para isso mesmo".
"Quando há alguém que não tem culpa de nada e se vê envolvido numa situação destas, fica sem emprego, fica sem casas... É numa situação destas que o Estado tem de chegar perto, tem de ajudar", defendeu.
Aos jornalistas, à chegada a Mangualde, onde reuniu com autarcas, disse ainda que para a reunião leva "princípios e uma grande vontade de ajudar", mas tem de "ajustar isso à realidade concreta" e quem a tem são os responsáveis pelos territórios com quem estará.
"Vamos em primeiro lugar identificar os problemas principais e em segundo lugar estabelecer uma metodologia para os resolver, porque, sobretudo ao nível das casas, porque ninguém pode ficar sem casa de hoje para amanhã", afirmou o ministro da Coesão Territorial.
Manuel Castro Almeida está na Câmara Municipal de Mangualde reunido com diversos autarcas do distrito de Viseu dos municípios mais afetados pelas chamas.
"Do ponto de vista da emergência é preciso resolver o problema da casa, da alimentação, do vestuário, etc. Isto são os mínimos de sobrevivência que têm de ficar tratados, que são tarefas que as Câmaras Municipais tratam e bem", assumiu o governante.
Mas depois, continuou, "é preciso tratar rapidamente de recuperar casas, empresas, há pessoas que ficam sem emprego, recuperar infraestruturas de água, saneamento, eletricidade, comunicações" e isso é para fazer "com grande proximidade" e de forma "célere" com os autarcas, no terreno.
Com o ministro da Coesão Territorial estão os secretários de Estado da Saúde, Ação Social, Infraestruturas, Habitação, Economia, Florestas e Administração Local.
Fogo na Covilhã destrói pinhal que escapou às chamas em 2022
O incêndio que atingiu Gibraltar, no concelho da Covilhã, durante a madrugada de hoje, consumiu uma zona de pinhal adulto que tinha escapado às chamas no fogo de 2022 na serra da Estrela.
O alerta foi dado às 21:49 de terça-feira e o coordenador municipal de proteção civil, Luís Marques, informou que entrou em resolução cerca das 04:00.
Às 10:00, estavam a ser feitos trabalhos de consolidação.
"É uma zona com muito declive, muita dificuldade, com trabalho apeado e também com trabalho com máquinas e linhas de mangueira, para se fazer um rescaldo em todo o perímetro do incêndio", explicou, em declarações à agência Lusa, Luís Marques.
Segundo o também comandante dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, a principal dificuldade no combate às chamas foi o vento e a falta de acessos.
De acordo com Luís Marques, se os trabalhos decorrerem como o esperado, é previsível que o incêndio entre em fase de conclusão "possivelmente ao final do dia".
O coordenador municipal de proteção civil disse que ainda não foi possível apurar a área ardida e adiantou que o fogo esteve próximo das casas em Gibraltar, anexa da freguesia do Teixoso, "mas nunca colocou em perigo nenhuma habitação".
O que ardeu "foi sobretudo pinhal adulto, uma zona que ficou verde no incêndio de 2022" na serra da Estrela.
Fogo severo em Arouca com três frentes ativas, estradas cortadas e escolas fechadas
O incêndio que lavra desde as 23:00 de terça-feira em Arouca tem hoje três frentes ativas e, segundo a autarquia do distrito de Aveiro, a situação é de "severidade", com estradas cortadas e escolas fechadas.
"Mantém-se a severidade da ocorrência com três frentes atualmente ativas", disse à agência Lusa a presidente da Câmara de Arouca, Margarida Belém, prolongando o cenário descrito pelo comandante da corporação de bombeiros do concelho, que esta madrugada classificava a situação como "incontrolável" e "gravíssima".
O incêndio em Arouca resulta do alastrar do fogo que teve início no concelho vizinho de Castro Daire, no distrito de Viseu, e mobiliza esta manhã 106 operacionais e 25 veículos de várias corporações, entre as quais as de Lourosa, Santa Maria da Feira, Nespereira, Fajões, São João da Madeira e a dos Bombeiros Sapadores de Viana do Castelo.
No concelho classificado como Geoparque da Unesco e com uma área de 329,11 quilómetros quadrados, 85% dos quais de mancha florestal, as frentes ativas estão situadas em Alvarenga, na zona de Covêlo de Paivó e Janarde, e também na de Canelas e Espiunca.
"Estão confinadas as aldeias de Telhe, Covelo de Paivô, Meitriz, Regoufe, Silveiras, Vila Galega, Vila Nova, Santo António, Travessa, Várzeas, Vilarinho, Vila Cova e Serabigões", adiantou a a autarquia, realçando que desses núcleos habitacionais já foram retirados os habitantes com mobilidade reduzida, entretanto conduzidos para a residência de familiares.
Com o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil ativo desde o início da madrugada, a Câmara encerrou hoje "todos os estabelecimentos escolares públicos do concelho", afetando as escolas sede dos dois agrupamentos locais, localizadas em Arouca e em Escariz, ao acolhimento exclusivo de "filhos e dependentes a cargo dos profissionais de saúde, das forças e serviços de segurança e de socorro, e dos outros profissionais diretamente envolvidos nas operações de socorro no âmbito dos incêndios".
Num território essencialmente florestal, com serras de declives acentuados e poucas estradas, três vias estão já cortadas ao trânsito nos dois sentidos: a Estrada Nacional 326-1, no troço entre Alvarenga e o corte para o município de Castelo de Paiva; a Estrada Municipal (EM) 510, no trajeto entre Ponte de Telhe, Covêlo de Paivó e Janarde; e a EM 505, entre Canelas e Espiunca.
Casas queimadas e várias frentes de fogo em São Pedro do Sul
O incêndio que está a atingir o concelho de São Pedro do Sul tem várias frentes ativas e afetou casas durante a madrugada de hoje, disse o presidente da Câmara, às 09:00.
"Foi uma noite muito complicada, com várias frentes de fogo a entrarem por quatro a cinco localidades diferentes e longínquas, o que dificultou a distribuição dos já poucos meios existentes", disse à agência Lusa Vítor Figueiredo.
O autarca de São Pedro do Sul acrescentou ainda que, durante a noite, "foram várias as casas e palheiros que arderam, mas ainda não é possível contabilizar quantas e onde", apesar de adiantar que, em Maceiras e Pesos "há registos de habitações queimadas".
"Há crianças que não conseguiram chegar às suas residências ao final do dia de ontem [terça-feira] e que tiveram de ser deslocadas para outras residências. E há pessoas alojadas em IPSS" (Instituições Particulares de Solidariedade Social), relatou.
Vítor Figueiredo disse que já foi informado de que "chegaram militares espanhóis ao território para ajudar no combate às chamas" no concelho de São Pedro do Sul, que tem as localidades de Rio de Mel, Pindelo dos Milagres e Figueiredo de Alva em risco.
Este incêndio chegou a São Pedro do Sul através do concelho de Castro Daire. Foi um fogo que teve origem pelas 21:23 de segunda-feira, em Soutelo, freguesia de Mões. Pelas 09:30, mobilizava 469 operacionais, apoiados por 137 veículos e sete meios aéreos.
Vento complicou combate em Águeda e situação voltou a descontrolar-se, alerta autarca
O incêndio que lavra em Águeda, distrito de Aveiro, complicou-se durante a noite, com a alteração do vento e reacendimentos, e ao início da manhã de hoje a situação estava novamente descontrolada, segundo o presidente do município.
Em declarações à agência Lusa ao início da manhã, o presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida, disse que o incêndio rural se "complicou extraordinariamente" - com a alteração do vento e os reacendimentos, "pequenos focos de incêndio tornaram-se grandes incêndios".
"Neste momento temos o incêndio novamente descontrolado", disse o autarca, explicando que o fogo "está muito próximo de núcleos urbanos e da própria cidade".
A Lusa questionou o responsável sobre se tinha havido durante a noite necessidade de retirar pessoas de casas e Jorge Almeida disse estar ainda a recolher essa informação.
Em Águeda, foram ativadas cinco zonas de concentração de apoio à população e, segundo a Proteção Civil, estas estruturas realojaram na terça-feira 62 pessoas.
Fogo em Albergaria-a-Velha "praticamente todo fechado"
O coordenador municipal da Proteção Civil de Albergaria-a-Velha, João Oliveira, avançou que o incêndio está "praticamente todo fechado" e que mais de 40 casas foram afetadas pelas chamas.
Em declarações à Lusa, João Oliveira afirmou que o incêndio está "praticamente todo fechado", apesar de alguns reacendimentos que estão a ser prontamente a ser combatidos pelos bombeiros.
De acordo com o responsável, o balanço feito pelos serviços aponta para cerca de 40 habitações afetadas pelas chamas.
"A situação está muito mais calma", indicou, avançando também que no Pavilhão Municipal de Albergaria-a-Velha, que foi transformado em dormitório, "já não está ninguém".
O presidente da Junta de Freguesia de Ossela, onde, pela meia-noite, mais de 50 pessoas foram retiradas das suas habitações devido à proximidade das chamas, assegurou à Lusa que as pessoas já se encontram em segurança.
Alguns moradores vão pernoitar na junta de freguesia e outros já encontraram abrigo em casa de familiares, acrescentou José Santos.
Combate às chamas em Gondomar complicado e fogo com várias frentes
O presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, afirmou esta madrugada estar difícil o combate aos incêndios que lavram naquele concelho do distrito do Porto e que são várias as frentes ativas.
À Lusa, o autarca reforçou que "a situação está complicada" e que o fogo "está em várias frentes" do concelho.
Algumas habitações na zona de Branzelo, em Melres, concelho de Gondomar, foram evacuadas e a população retirada devido à proximidade das chamas, avançou à Lusa o comando-geral da GNR.
A GNR não conseguiu, no entanto, precisar quantas habitações foram abandonadas.
Contactada pela Lusa, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) avançava, pelas 00:50, que uma casa tinha ardido naquela zona, dizendo desconhecer se seria uma primeira habitação.
De acordo com a página da ANEPC, pelas 03:00, as chamas eram combatidas por 186 operacionais, apoiados por 42 viaturas.
Ao início da noite, Marco Martins, tinha dito à Lusa que as zonas de Melres e do Covelo eram as mais preocupantes no concelho.
Ao final da tarde, o autarca afirmou também que a participação de meios aéreos, prevista para o dia de hoje, no combate aos incêndios que lavram no concelho irá depender do comportamento do vento durante a noite.
"A participação de meios aéreos no combate às chamas na quarta-feira vai depender para onde o vento empurrar o fumo durante a noite", explicou o autarca, à margem de um balanço sobre a evolução dos incêndios em Gondomar.
Marco Martins referiu ainda a previsão de um comportamento positivo do vento para as horas seguintes, afirmando ser "fundamental que houvesse, não só em Gondomar, como em Baião, Marco de Canaveses e em Santo Tirso, para os meios aéreos poderem atuar [hoje], porque eles já cá estiveram várias vezes, mas não conseguem atuar porque não têm teto nem condições de segurança".
Bombeiros falam de siituação gravíssima e incontrolável em Arouca
O incêndio que deflagrou terça-feira em Castro Daire alastrou a Arouca por volta das 23:00 e está esta madrugada a criar uma situação gravíssima e incontrolável no concelho vizinho, dizem fontes municipais.
"Isto está incontrolável e eu só tenho aqui os meus homens de Arouca", disse à Lusa, às 01:30, o comandante dos Bombeiros de Arouca, José Gonçalves, num estado de agitação que não lhe permitiu avançar mais dados sobre as operações nesse município do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto.
Vinte minutos depois, outra fonte dos bombeiros adiantava, a partir do quartel: "Só agora é que aqui estão a chegar homens de outras corporações, mas podemos dizer que, mesmo com eles, a situação é gravíssima".
Com os 90 bombeiros da corporação de Arouca e os que que se lhes juntaram para ajudar no combate ao fogo, às 02:00 já estavam no terreno cerca de 100 homens.
Às 03:00, o portal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil continuava a indicar que ao incêndio iniciado em Castro Daire, na zona de Moção, estavam afetos apenas 62 operacionais e 16 veículos.
"Pode ser uma falha técnica ou excesso de trabalho, mas o que sabemos é que em Arouca as chamas estão a avançar a grande velocidade e há muitas zonas habitacionais já cercadas pelo fogo", refere a fonte dos bombeiros.
Classificado como Geoparque da UNESCO, o concelho estende-se por 322,11 quilómetros quadrados e 85% do território é área florestal. Com temperaturas altas e vento forte, essa mancha verde está a facilitar a rápida propagação do fogo, que, chegando de Castro Daire, se disseminou "por uma frente muito extensa, prolongando-se, para um lado, até Alvarenga e, para o outro, até Regoufe", disseram os bombeiros.
As zonas apontadas como mais críticas são os núcleos habitacionais de Alvarenga, Covêlo de Paivó, Janarde e Ponte de Telhe, onde a ameaça levou a Câmara de Arouca a acionar o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil.
O procedimento em causa implica preparar alternativas para o caso de serem necessárias evacuações.
A presidente da autarquia, Margarida Belém, diz que essa eventualidade já está acautelada: "Se as famílias a viver nas zonas de maior risco tiverem que deixar as suas casas por uma questão de segurança, já temos o pavilhão da Escola EB1 de Alvarenga preparado para as receber".
Fogos já provocaram sete mortos, dezenas de feridos e 62 deslocados em 25 concelhos
Os incêndios que lavram desde domingo em Portugal continental, com especial incidência nas regiões Centro e Norte, já causaram sete mortes, dezenas de feridos e 62 deslocados, afetando 25 municípios, 15 dos quais na região Norte.
As mais recentes vítimas são três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, em Tábua, que morreram quando se deslocavam para um incêndio naquele concelho do distrito de Coimbra.
O município de Tábua decretou três dias de luto municipal pela morte dos três bombeiros.
A primeira morte foi um bombeiro vítima de doença súbita, no domingo, quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro.
Na segunda-feira, as autoridades anunciaram mais duas mortes no distrito de Aveiro, a de uma pessoa encontrada carbonizada e um óbito por ataque cardíaco.
Na mesma noite, uma idosa que tinha a casa numa zona de fogo em Almeidinha, Mangualde, morreu de doença súbita, segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões.
Entre as vítimas destacam-se ainda vários feridos graves, cujo número está ainda a ser apurado, segundo o balanço feito às 20:00 de hoje pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Os incêndios afetaram hoje 25 concelhos, 15 dos quais na região Norte do país e 10 na região Centro.
Aveiro foi um dos distritos mais fustigados, com as chamas a lavrar com intensidade nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Águeda, mantendo-se este último, às 19:30, como o mais complicado, segundo divulgou o comandante da ANEPC, Mário Silvestre.
Coimbra, com especial incidência no concelho de Tábua, e Viseu, com focos maiores em Nelas e Castro Daire, são outros dos distritos mais afetados pelos fogo.
No distrito do Porto, o incêndio em Oliveira de Azeméis era aquele que às 20:00 mobilizava mais meios, com 518 operacionais e 188 viaturas empenhados no combate às chamas.
No balanço feito às 20:00, o comandante nacional da Proteção Civil, André Fernandes, contabilizou 177 ocorrências ativas nas quais estavam empenhados 6.041 operacionais apoiados por 1.837 veículos. Destas, 30 são consideradas ocorrências significativas que estão a ser combatidas por 3.888 operacionais e 1.208 meios terrestres.
O combate às chamas foi hoje reforçado por seis meios aéreos de França, Espanha e Itália, disponibilizados através do mecanismo de proteção civil europeu.
Os fogos já obrigaram a realojar 62 pessoas, em Águeda foram evacuados dois lares de idosos, em Oliveira de Azeméis um hotel foi evacuado e as reservas canceladas até quinta-feira e, em Oliveira do Hospital, foram evacuadas oito quintas situadas na encosta do rio Mondego devido ao aproximar das chamas do incêndio que teve início em Nelas, no distrito de Viseu, e que alastrou para o distrito de Coimbra.
A sessão de receção aos novos estudantes da Universidade do Porto, prevista para quarta-feira, foi cancelada por respeito às vítimas dos incêndios e também por razões de saúde, anunciou hoje a reitoria, considerando que "a cidade está cheia de fumo e de fagulhas que são um perigo para a saúde pública".
Devido a esta situação, foi hoje ativado o Plano Distrital de Emergência de Proteção Civil do Porto, juntando-se ao de Aveiro, e encontram-se ativos 10 planos municipais, adiantou no 'briefing' o comandante nacional André Fernandes.
Os incêndios, que hoje não afetaram as vias ferroviárias, obrigaram ao corte de várias estradas.
De acordo com a última atualização feita pela GNR, às 22:00 registava-se no distrito de Aveiro o corte total da Autoestrada 25 (A25) entre Albergaria e Reigoso (Viseu), a Estrada Nacional 16 (EN16) entre Cacia e Sever do Vouga e a EN333 entre Talhadas e Águeda.
No distrito de Viseu os cortes incidiam na A25 entre Mangualde e Chãs de Tavares; na A24 entre o nó de Castro Daire Leste e o nó da EN16; na EN228 em Figueira Alva -- Fermentel e na EN222 entre Oliveira do Douro e Freigil (Cinfães).
No distrito do Porto, a A43 estava cortada entre Gondomar e a A41 entre Medas e Aguiar de Sousa.
Em Baião registava-se o corte da A11, no sentido Norte /Sul do Marco de Canaveses até à A42; EN221 entre Eiriz e Campelo e EN101 entre Cavalinho e Mesão Frio.
No distrito de Vila Real, o incêndio de Vila Pouca de Aguiar determinou o corte da A24 entre o Nó Fortunho e Nó Vidago; da EN2 entre Carriça e Samardã e da EN103 entre Faiões e Assureiras.
Em Braga foi fechada ao trânsito a EN207-4 entre Gonça e Garfe e a EN210 entre Celorico de Basto e Amarante.
Finalmente, no distrito de Coimbra, foi cortada a EN342, entre Secarias/Côja, no concelho de Arganil.
Durante o dia de hoje chegaram também a estar fechadas as autoestradas A1 e A28, ambas reabertas ao início da noite.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve cinco pessoas - três homens e duas mulheres - suspeitos da autoria de incêndios florestais em Cacia (Aveiro); em Refojos de Riba de Ave (Santo Tirso); nos concelhos de Pombal e Alvaiázere (no distrito de Leiria) e em Condeixa-a-Nova (Coimbra).
A PJ também identificou e constituiu arguidos quatro funcionários da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Campo e Sobrado, no concelho de Valongo, pela presumível autoria de um incêndio florestal na localidade de Campo, que consumiu cerca de um hectare de mancha florestal.
Em comunicado, a GNR informou ter detido sete homens, entre sábado e a madrugada de hoje, suspeitos do crime de incêndio florestal nas regiões de Leiria, Castelo Branco, Porto e Braga.
Várias personalidades já manifestaram o seu pesar e solidariedade pelas vítimas dos incêndios, entre eles o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente do Parlamento da Madeira, José Manuel Rodrigues, o patriarca de Lisboa, Rui Valério e o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.
O Governo declarou hoje situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias, anunciou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros extraordinário convocado para analisar a situação dos incêndios, numa reunião presidida pelo Presidente da República.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que indica que nas regiões Norte e Centro, desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.
Intensidade de fogos ativos em Baião abrandou mas fica rasto de destruição
Um dos dois grandes incêndios que assolam Baião desde segunda-feira está "praticamente extinto" e o segundo abrandou a intensidade nas últimas horas, disse à Lusa o presidente da câmara, Paulo Pereira, lamentando os prejuízos avultados.
"A situação está mais calma, o vento abrandou e as temperaturas baixaram", assinalou o autarca.
O maior dos dois incêndios, que lavrou no sul deste concelho do distrito do Porto, a partir de Gôve, está quase extinto, esperando-se que durante a noite não resista aos meios de combate no terreno, entretanto reforçados, acrescentou.
Às 21:00, o dispositivo de combate era formado por 61 bombeiros e 18 operacionais.
O segundo incêndio, que partiu de Gestaçô em direção à serra da Aboboreira, ainda lavra em algumas zonas, nomeadamente na zona do Castelo e na encosta para Valadares, onde os meios estão posicionados para defender as habitações, se for necessário.
O presidente da câmara disse ter a indicação dos meios de combate de que durante à noite deverá haver possibilidades de pôr termo definitivo ao incêndio, com ajuda do aumento da humidade que está previsto.
A única dúvida, ressalvou, é se o vento voltar a ganhar intensidade, o que dificultaria as operações.
Os dois incêndios deixaram um rasto de destruição em casas, veículos, floresta e terrenos agrícolas, nomeadamente vinhedos em tempo de vindima, que sucumbiram às chamas, num cenário nunca visto no concelho, reafirmou à agência Lusa.
Na serra da Aboboreira, por exemplo, foram destruídas as cerca de 8.000 árvores que tinham sido plantadas nos últimos anos pela autarquia, no âmbito de um projeto de reflorestação.
Também a vinha do Mosteiro de Ancede, propriedade do município, ficou reduzida a cinzas.
"Está feita a vindima", lamentou.
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que na região norte e centro, atingida pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.
Situação mais calma em Nelas; Carregal do Sal e Tábua ainda preocupam
O incêndio que deflagrou na segunda-feira em Nelas, no distrito de Viseu, estava, ao início da noite, mais controlado, com os bombeiros esperançosos que possa ser resolvido durante a noite.
Em declarações à agência Lusa, Guilherme Almeida, comandante dos bombeiros voluntários de Nelas, disse que a situação está "bastante mais calma".
"Houve algumas reativações quando o vento estava mais evidente, mas agora está tudo mais calmo. Só nos preocupa uma frente do lado de Mangualde, quando o vento rodou. [O fogo] foi daqui para Mangualde, de Mangualde está a voltar para cá, e pode entrar aqui em Nelas numa área que ainda não ardeu e que tem habitações", explicou.
"Mas até pode vir bater numa zona que já ardeu", acrescentou.
Segundo Guilherme Almeida, o incêndio de Nelas, que se estendeu a Carregal do Sal, contava às 21:10 de hoje com um total de 315 operacionais apoiados por 88 viaturas, tendo as equipas de combate "exaustas", após mais de 32 horas de trabalho no terreno.
"Os meios já são escassos, dada a dimensão dos incêndios, e não os conseguimos render como gostaríamos. E depois há mais probabilidade de ocorrerem acidentes e situações mais críticas", argumentou o comandante.
No entanto, não existindo praticamente vento no município de Nelas e com a temperatura mais baixa, o comandante dos bombeiros disse existir, à partida, na noite de hoje, "uma situação mais favorável para o combate", manifestando-se "esperançoso" que seja possível dominar as chamas.
Por outro lado, os bombeiros vão tentar consolidar os trabalhos de rescaldo e de vigilância a eventuais reacendimentos, na área atingida pelo incêndio que, segundo dados do sistema europeu Copernicus, consultados pela Lusa, já queimou mais de 5.000 hectares de mato e de floresta em Nelas e Carregal do Sal.
"O combate foi uma estratégia reativa, com prioridade a habitações, bens e pessoas e reativações, ainda assim têm-se conseguido controlar", vincou Guilherme Almeida.
Já sobre a evacuação de habituações em Nelas, o comandante dos bombeiros disse que a estratégia passou por manter as pessoas seguras nas suas casas, frisando ainda que uma unidade hoteleira de alguma dimensão em Caldas de Felgueiras não chegou a ser evacuada.
Em Carregal do Sal o combate às chamas mantém-se em redor de povoações como Pardieiros, Sobral ou Cabanas de Viriato, entre outras e em toda a orla do rio Mondego virada a Tábua e Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra.
"A situação está longe de estar resolvida, ainda estamos a combater. Não há a lamentar vítimas, não há casas ardidas, mas vamos ter muito trabalho nos próximos dias", disse à Lusa Filipe Lopes, comandante dos bombeiros voluntários de Carregal do Sal.
Segundo o comandante, nos últimos dois dias o fogo "bem o que bem entendeu e andou por onde quis", levando os bombeiros "a correr atrás dele" e a concentrarem esforços na defesa de pessoas e bens, tendo as chamas e o vento forte por inimigos.
"Costumo dizer que nunca pensava viver uma situação idêntica duas vezes na minha vida [após os incêndios de outubro de 2017] e voltou a acontecer", lamentou.
Na manhã de hoje o incêndio chegou a Tábua, após ter galgado o rio Mondego vindo de Carregal do Sal, tendo provocado a morte de três bombeiros -- duas mulheres e um homem -- da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, quando combatiam as chamas.
Ricardo Cruz, presidente do município de Tábua, disse à Lusa que a situação mais preocupante estava, ao início da noite de hoje, junto à localidade de Vila de Mato, na freguesia de Midões, um dos dois locais onde as chamas irromperam vindas da margem direita do Mondego.
Pelas 21:20 o incêndio em Tábua estava a ser combatido por 250 bombeiros apoiados por 83 viaturas.
Em Oliveira do Hospital, duas projeções provenientes dos incêndios de Nelas e de Carregal do Sal provocaram ignições com alguma dimensão, durante a tarde de hoje, mas foram resolvidas pelos bombeiros, cuja estratégia passou por antecipar eventuais problemas.
"Estivemos a fazer prevenção todo o dia, a acautelar projeções. No final do dia houve duas projeções, uma a norte e outra a sul do incêndio de Nelas e ambas foram debeladas. A projeção a sul com mais dificuldade, a norte, na povoação de Seixas, foi rapidamente debelada", disse à Lusa o comandante de operações de socorro António Pinto, comandante dos bombeiros de Lagares da Beira.
Primeiro-ministro anuncia "equipa especializada" para investigar crimes de incêndios
O primeiro-ministro anunciou hoje que será criada "uma equipa especializada" para investigar criminalmente a origem dos incêndios dos últimos dias, falando em "coincidências a mais" e "interesses particulares".
"Nós não vamos largar estes criminosos, nós não vamos largar este combate a quem coloca todo um país em causa", assegurou Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros extraordinário convocado para analisar "toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências", numa reunião presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a seu convite.
Montenegro considerou que há uma necessidade de os portugueses "saberem que o Estado, em seu nome, vai atrás dos responsáveis por estas atrocidades" e assegurou que o Governo não vai "regatear nenhum esforço na ação repressiva".
"Nós não podemos perdoar a quem não tem perdão. Nós não podemos perdoar atitudes criminosas que estão na base de muitas das ignições que ocorreram nos últimos dias. Sabemos que há fenómenos naturais e sabemos que há circunstâncias de negligência que convergem para que possam eclodir incêndios florestais. Mas há coincidências a mais", considerou.
Por outro lado, adiantou, o Governo não irá largar "aqueles que, em nome de interesses particulares, são capazes de colocar em causa os direitos, as liberdades, as garantias e a própria vida dos cidadãos e são capazes de empobrecer o país".
Nesse sentido, adiantou que falou com a ministra da Justiça -- com quem esteve reunido antes do início do Conselho de Ministros -- para, nos próximos dias, criar em diálogo com a Procuradoria-Geral da República e com as forças de investigação criminal "uma equipa especializada em aprofundar, com todos os meios, a investigação criminal à volta dos incêndios florestais".
"Eu sei que as portuguesas e os portugueses esperam do sistema judicial uma condenação mais eficaz daqueles que, entretanto, já foram detidos e muitos deles julgados por este crime. Mas não é desses que eu estou a falar. Aquilo que estamos a dizer é que há interesses que sobrevoam estas ocorrências e que nós tudo vamos fazer para identificar e levar às mãos da justiça", afirmou.
Governo eleva para estado de calamidade municípios afetados
O Governo deliberou esta terça-feira, em Conselho de Ministros, a elevação do estado de alerta para o estado de calamidade nos municípios afetados pelos incêndios que assolam principalmente o Centro e Norte do país desde o fim de semana.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros extraordinário que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O Governo decretou esta terça-feira a situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos intensos incêndios rurais que assolam sobretudo o Centro e Norte do país. A medida foi anunciada pelo primeiro-ministro no final de um Conselho de Ministros extraordinário que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado foi o primeiro a dirigir-se ao país, sublinhando que “não podemos cair no facilitismo”, apesar de reconhecer uma evolução favorável.
Marcelo Rebelo de Sousa frisou que concordava com as deliberações do Governo e defendeu que “não se trata apenas de solidariedade institucional, mas sim de uma solidariedade estratégica” com o Executivo.
Luís Montenegro reforçou a mensagem de que ainda existem riscos, afirmando que “as horas difíceis ainda não acabaram”.
O líder do Governo revelou que foi deliberado elevar “para situação de calamidade todos os municípios afetados por estes incêndios”.
A situação de calamidade, acrescentou, “vai permitir que a equipa multidisciplinar, coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, possa desde já oferecer o apoio mais imediato e urgente”.
Montenegro indicou ainda que estão já a ser avaliados os estragos, por forma a serem encontradas respostas “o mais rápido possível”. Essas respostas passam, por exemplo, por dar abrigo a quem perdeu a habitação e apoios a quem perdeu os meios de subsistência. O Governo pretende ainda apoiar as empresas que foram afetadas para que possam retomar a laboração e manter os empregos.
O chefe de Governo indicou ainda que irá acionar o Fundo de Solidariedade Europeu se os requisitos se vierem a verificar.
No final, Montenegro deixou duras palavras para os responsáveis pelos incêndios. “Há coincidências a mais. O Estado vai atrás dos responsáveis por estas atrocidades”. O primeiro-ministro aludiu a “interesses que sobrevoam estas ocorrências”, indicando que não se trataram de atos de pirómanos.
A1 reaberta ao trânsito na zona de Aveiro
A Autoestrada 1 (A1), que liga Lisboa ao Porto, foi reaberta ao trânsito na zona de Aveiro, onde lavram vários incêndios, disse à Lusa fonte oficial da GNR às 19:48 de hoje.
Os fogos que lavram há vários dias no distrito de Aveiro são os que mobilizam mais operacionais e meios, segundo informação disponível no site oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O incêndio que deflagrou no domingo, pelas 15:00, no concelho de Oliveira de Azeméis, estava a ser combatido às 20:00 de hoje por 415 operacionais, apoiados por 154 meios terrestres e quatro meios aéreos.
Já o incêndio que deflagrou às 07:20 de segunda-feira em Albergaria-a-Velha mobilizava às 20:00 de hoje 395 operacionais, assistidos por 126 meios terrestres.
Não muito longe, em Sever do Vouga, mantinham-se ativos às 20:00 de hoje dois incêndios.
O fogo que deflagrou às 02:17 de domingo estava a ser combatido por 213 operacionais, apoiados por 69 meios terrestres, já o que teve início pelas 15:00 do mesmo dia, mobilizava 295 operacionais, apoiados por 95 meios terrestres.
Autoestrada A24 reaberta em Vila Pouca de Aguiar
A Autoestrada 24 (A24), que se encontrava fechada ao trânsito desde segunda-feira devido ao incêndio que lavra em Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real, foi hoje reaberta durante a tarde, informou a GNR.
Em Vila Real, a via que liga Viseu a Chaves, encontrava-se encerrada entre o nó de Vila Pouca de Aguiar e São Tomé do Castelo.
De acordo com a GNR, devido às chamas mantêm-se condicionados alguns troços da Estrada Nacional2 (EN2).
O fogo que lavra em Vila Pouca de Aguiar, no concelho de Vila Real, desde as 07:36 de segunda-feira, era combatido às 18:40 por 119 operacionais, apoiados por 36 meios terrestres e dois meios aéreos.
Sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país.
Os fogos destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
Mais de 62 mil hectares arderam no país desde domingo
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que na região norte e centro, atingida pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.
As zonas mais afetadas localizam-se na Região de Aveiro, Tâmega e Sousa e Viseu Dão Lafões, que totalizam 47.376 hectares de área ardida, 75% da área ardida em todo o território nacional.
De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização do total de área ardida desde domingo chega aos 62.646 hectares.
Na Região de Aveiro, que inclui as zonas entre Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Águeda, o sistema Copernicus contabiliza 19.854 hectares de área ardida desde segunda-feira.
Com 16.872 hectares de área ardida, também desde segunda-feira, Viseu Dão Lafões segue-se entre as zonas mais afetadas, surgindo depois Tâmega e Sousa, onde já arderam 10.650 hectares desde domingo.
Na sub-região do Ave, arderam 6.626 hectares, contabilizando-se ainda 4.005 hectares de área ardida no Alto Tâmega e 3.341 hectares na Área Metropolitana do Porto.
A área ardida em Portugal continental este ano totaliza já, segundo o sistema Copernicus, 83.476 hectares consumidos por 147 incêndios significativos contabilizados pelo sistema europeu de observação da Terra.
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região Norte e Centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.
Hoje, às 15:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 173 ocorrências, envolvendo mais de 3.800 operacionais, apoiados por 1.049 meios terrestres e 40 meios aéreos.
Desde domingo, as chamas chegaram aos distritos do Porto, em Gondomar; de Braga, em Cabeceiras de Basto; de Vila Real, em Vila Pouca de Aguiar; de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas (com seis feridos) e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo. Mas foi o distrito de Aveiro, com 10 mil hectares já ardidos, o centro dos maiores focos de incêndio, em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos fogos dos últimos dias, coordenada pelo ministro-Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que teve hoje a sua primeira reunião em Aveiro.
Presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto critica "falta de resposta" do Governo
O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, Marco Martins, criticou hoje, em Gondomar, o Governo pela falta de resposta ao pedido de apoio para o combate aos incêndios, apelando a que olhe para o distrito.
Em declarações à margem do ponto de situação dos incêndios que lavram em Gondomar, concelho a que preside, Marco Martins deu conta que os meios que estão no terreno estão exaustos e que o reforço que existia foi colocado nos fogos na região Centro.
Questionado se tinha pedido reforço de meios, o autarca respondeu: "já fiz o pedido enquanto presidente distrital da Proteção Civil, aliás estou à espera, nem sei se o Governo ainda existe".
"Ninguém do Governo me contactou até este momento, e isto não tem a ver com política, porque trabalhei com governos do PS e o do PSD de Passos Coelho e sempre tive contactos. Até este momento, não obstante já ter enviado mensagens à ministra [da Administração Interna], ninguém do Governo, secretário de Estado me contactou", acrescentou.
Para Marco Martins, "o Governo tem de olhar também para o distrito do Porto".
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que na região norte e centro, atingida pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.
Hoje, cerca das 17:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 180 ocorrências, envolvendo mais de 6.300 operacionais, apoiados por 1.900 meios terrestres e 39 meios aéreos.
Meios reforçados em Paredes para tentar controlar várias frentes ativas
Os meios de combate ao incêndio que hoje lavra em Aguiar de Sousa, em Paredes, foram reforçados e está ser montado um posto de comando no local para tentar controlar à noite as várias frentes ativas, segundo a proteção civil.
"Neste momento [cerca das 17:30], os meios foram reforçados e estão no terreno, coordenados por um posto de comando em Aguiar de Sousa. Esperemos que, durante a noite, com a esperada descida da temperatura, se consiga controlar o incêndio de grande dimensão, disse à Lusa o vereador da proteção civil na Câmara de Paredes, Francisco Leal.
O responsável indicou que, nesta fase, os meios estão colocados no terreno, sobretudo preocupados em proteger as populações próximas das frentes do incêndio, admitindo que a situação continua muito complicada.
O vento forte, que projeta as chamas a grandes distâncias em diferentes direções, tem sido o principal obstáculo no combate ao incêndio que deflagrou às 05:21 na zona de Sobreira, Paredes, no distrito do Porto.
No teatro de operações encontram-se 121 operacionais, apoiados por 40 viaturas.
Outro incêndio que lavrava no concelho, na zona de Lordelo, já foi controlado pelos bombeiros, referiu o autarca.
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que na região norte e centro, atingida pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.
Hoje, cerca das 17:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 180 ocorrências, envolvendo mais de 6.300 operacionais, apoiados por 1.900 meios terrestres e 39 meios aéreos.
Fogo em Penafiel que ameaçou casas em fase de rescaldo
O incêndio que lavra em Penafiel, no distrito do Porto, desde segunda-feira e que chegou a pôr casas em risco, na última noite, entrou em fase de rescaldo, disse fonte da proteção civil.
Segundo a fonte, o incêndio começou na zona das Termas de São Vicente, atingindo grande intensidade, evoluindo para territórios vizinhos. No terreno encontravam-se ainda, pelas 17:30, 53 bombeiros e 15 viaturas.
Também em Penafiel, na zona de Capela/Lagares, outro incêndio rural preocupa os meios da proteção civil devido à velocidade de propagação, provocada pelos ventos fortes, que está a acontecer em direção ao concelho vizinho de Paredes.
Neste caso, porém, não há ainda residências em risco, porque as chamas consomem zonas de mato.
Ainda em Penafiel, noutra extremidade do concelho, deflagrou por volta do meio-dia, em Abragão, um incêndio nas proximidades de habitações.
A proteção civil local queixa-se que os meios de combate são insuficientes para tantas ocorrências em simultâneo.
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que na região norte e centro, atingida pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.
Hoje, cerca das 17:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 180 ocorrências, envolvendo mais de 6.300 operacionais, apoiados por 1.900 meios terrestres e 39 meios aéreos.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos fogos dos últimos dias, coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que teve hoje a sua primeira reunião em Aveiro.
PJ detém dois suspeitos de atearem fogos em Aveiro e Santo Tirso
A Polícia Judiciária (PJ) deteve, fora de flagrante delito, um homem, de 55 anos, suspeito de ter ateado um incêndio florestal na madrugada de domingo em Cacia, Aveiro, informou hoje aquele órgão de polícia criminal.
Em comunicado, a PJ esclareceu que o detido "revela uma propensão para a repetição do comportamento incendiário, tendo inclusive cumprido já pena de prisão pelo mesmo tipo de crime".
Segundo a Judiciária, o incêndio, que ocorreu numa zona de extensa mancha florestal, tendo nas proximidades várias habitações e instalações industriais, foi provocado "com recurso a chama direta" e "só não atingiu grandes dimensões graças à pronta deteção e combate do mesmo".
A PJ refere ainda que o agora detido "é também suspeito de, num passado recente, ter ateado, nas proximidades, pelo menos outros dois fogos, designadamente no Monte do Paço e em Mataduços".
A mesma nota refere que não foi possível determinar qualquer motivação racional ou explicação plausível para a prática dos factos em investigação.
O suspeito, que foi detido com a colaboração da GNR, vai ser presente a primeiro interrogatório para a eventual aplicação de medidas de coação.
Na segunda-feira, foi também detido fora de flagrante delito um homem de 50 anos, foi detido por suspeitas de ser o autor de um incêndio florestal na localidade de Refojos de Riba de Ave, em Santo Tirso, distrito do Porto, anunciou hoje a PJ.
"Alegando que apenas pretendia queimar lixo, o que é proibido pela atual declaração de situação de alerta no nível máximo, o suspeito terá provocado o incêndio com recurso a chama direta e colocou em perigo uma mancha florestal significativa, bem como vários edifícios, essencialmente habitações instaladas na orla da mancha florestal", explica a PJ, em comunicado.
O detido, residente na área e sem antecedentes criminais neste tipo de crime, será presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação, acrescenta esta força de investigação criminal.
A investigação esteve a cargo da PJ, através da Diretoria do Norte, com a colaboração da Guarda Nacional Republicana (GNR) -- Posto Territorial de Santo Tirso.
Fogo em Barcelos corta A28 entre Apúlia e Póvoa de Varzim
O trânsito na autoestrada 28 (A28) está cortado entre Apúlia (Esposende) e Póvoa de Varzim (Porto), devido a um incêndio que deflagrou pelas 13:03 em Barqueiros, Barcelos, disse fonte da concessionária daquela autoestrada.
Segundo a fonte, o corte é nos dois sentidos, estando o trânsito a ser desviado por estradas alternativas.
A fonte disse que o fumo está a provocar grandes problemas de visibilidade.
O corte ocorreu pelas 15:20 no sentido sul-norte e pelas 15:45 no sentido inverso.
O fogo está a consumir uma zona de mato, estando 68 bombeiros no combate às chamas, apoiados por 22 viaturas.
Governo promete "apoios públicos abundantes" para recuperar habitações
O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, prometeu hoje "apoios públicos abundantes" para a recuperação de casas destruídas pelos incêndios nas regiões Norte e Centro do país, que poderão chegar a 85% do custo da reparação.
No final de uma reunião com autarcas do distrito de Aveiro, cujos territórios foram ou estão a ser fustigados pelos incêndios, Castro Almeida considerou que a prioridade é que as pessoas possam reconstruir as suas casas e as empresas afetadas possam voltar a laborar "quanto antes".
No caso das unidades fabris consumidas pelo fogo, em especial nas zonas de Talhadas (Sever do Vouga) e Albergaria-a-Velha, o ministro disse que o tipo de apoios será diferente, já que as empresas habitualmente têm seguros para estas situações.
Castro Almeida admitiu que poderá haver recurso a fundos europeus para fazer face aos prejuízos dos incêndios, o que poderá passar pela sua reprogramação.
Já quanto às habitações, que estimou em cerca de 60 a 70 entre os concelhos de Sever do Vouga, Águeda e Albergaria-a-Velha, serão as autarquias a liderar o processo de recuperação, auxiliadas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
"Cada caso é um caso", disse, para adiantar que poderão haver obras de reabilitação feitas diretamente pelos particulares, como também serem as câmaras a fazê-las.
"Vai haver fundos públicos abundantes, que deverá ser um valor aproximado de 85% do custo da reparação", disse.
"Não é um valor que esteja ainda fechado, mas será dessa ordem", esclareceu, acrescentando que "vai ser um apoio público muito substancial".
Já quanto às empresas, que estão no seu roteiro para visitar durante a tarde, Castro Almeida disse que têm uma natureza diferente e o apoio terá outra configuração.
"Normalmente as empresas já têm seguros e aqui vamos poder envolver fundos europeus, mas temos que avaliar globalmente a situação, porque pode ser preciso fazer uma reprogramação", declarou.
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.
Hoje, às 13:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 127 ocorrências, envolvendo mais de 5.400 operacionais, apoiados por 1.700 meios terrestres e 25 meios aéreos.
A Proteção Civil estima que arderam pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
Quase 20 mil hectares arderam no distrito de Aveiro
Os incêndios que lavram desde domingo no distrito de Aveiro contabilizam quase 20 mil hectares de área ardida, de acordo com o sistema europeu de satélites Copernicus.
De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização da área ardida, no total, desde segunda-feira, cifra-se em 19.815 hectares de área ardida.
Em causa está o território entre Oliveira de Azeméis (AMP), Albergaria-a-Velha e Águeda (Região de Aveiro), em que o sistema Copernicus contabiliza duas áreas, uma a sul, com 14.293 hectares, entre Albergaria-a-Velha e Águeda, e outra a norte, com 5.552, entre Albergaria e Oliveira de Azeméis.
Ainda em Oliveira de Azeméis, o sistema europeu registou um incêndio mais pequeno, com 96 hectares de área ardida, além de 39 perto da zona industrial de Aveiro.
Já na Área Metropolitana do Porto, o maior incêndio registado pelo sistema Copernicus foi o que deflagrou segunda-feir entre Santo Tirso (Área Metropolitana do Porto) e Paços de Ferreira (Tâmega e Sousa), com 555 hectares de área ardida.
No incêndio de Gondomar, também na AMP, a área ardida registada pelo sistema europeu Copernicus chega a 398 hectares.
As captações do sistema Copernicus foram feitas entre a tarde de segunda-feira e a madrugada de hoje, pelo que a área ardida poderá já ter aumentado, inclusive noutras georafias dentro das sub-regiões.
Proteção Civil prevê tarde e madrugada díficil e considera "situação complexa"
O comandante nacional de emergência e proteção civil prevê para hoje uma tarde e madrugada com horas "difíceis e complicadas" no combate aos incêndios, considerando a "situação complexa" e "extrema em alguma áreas afetadas pelo fogo".
"Apelo a todos que mantenham a calma durante a tarde de hoje a madrugada vão ser horas difíceis e complicadas no âmbito do combate aos incêndios", disse André Fernandes, na conferência de imprensa realizada na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para fazer um ponto de situação dos fogos que lavram no norte e centro do país.
O comandante nacional apelou também "à redução de ignições" de incêndios, dando conta de que, entre as 20:00 de segunda-feira e as 07:00 de hoje, ou seja, durante a noite, se registaram 125 ocorrências de fogo.
"Este número não é comportável, significa que não estamos a adequar os nossos comportamentos àquilo que é o risco existente", salientou.
André Fernandes sublinhou igualmente que "a situação é complexa" e "extrema em algumas áreas afetadas pelo fogo", tendo "os incêndios um comportamento muito extremo".
"Boa parte destes incêndios não estão na capacidade de extinção, não significa isto que estejam descontrolados, significa isto que a estratégia que está a ser adotada é virada para a preservação da vida humana e dos bens, é isso que os meios no terreno estão a fazer", disse.
Conferência Episcopal deixa palavra de "coragem e gratidão" aos bombeiros
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) deixou hoje "uma palavra de coragem e profunda gratidão" aos bombeiros que, em Portugal, "pondo em risco as suas próprias vidas, combatem as chamas incansavelmente".
Numa mensagem de solidariedade emitida ao início da tarde de hoje, o órgão presidido pelo bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, estendeu essa gratidão "às demais forças de segurança, entidades civis e voluntários que desenvolvem todos os esforços para salvar vidas e evitar mais perdas de bens".
A CEP "acompanha, dolorosa e solidariamente, a trágica situação dos incêndios que assolam o nosso país e une-se em oração, pedindo a Deus pelo sofrimento de todas as pessoas e famílias atingidas nesta devastação, especialmente as que sofreram a inestimável perda dos seus entes queridos", lê-se na nota do episcopado católico português.
A CEP, "na certeza da responsabilidade que a todos compete para superar as adversidades, (...) deixa ainda o seu apelo para que haja um firme compromisso na prevenção" e cita a Nota Pastoral "Cuidar da casa comum -- prevenir e evitar os incêndios", emitida em abril de 2017.
"Para a mudança de mentalidade e hábitos sociais, tão necessária para a prevenção e o combate aos incêndios, há que mobilizar toda a sociedade, nas suas diversas instâncias: o Estado com os seus responsáveis mais diretos; a Igreja e todas as outras confissões religiosas; as autarquias locais de maior e menor amplitude; as escolas nos seus sucessivos graus de ensino; a comunicação social nas suas diversas expressões; as mais variadas associações e muitas outras instituições, seja qual for a sua dimensão. Mas todos de forma concertada", preconiza a nota de há sete anos.
Na mensagem de hoje, a CEP manifesta ainda "particular proximidade para com as dioceses mais atingidas por este drama dos incêndios".
Primeiro-ministro convoca Conselho de Ministros extraordinário presidido por Marcelo Rebelo de Sousa
O primeiro-ministro convocou o Conselho de Ministros para uma reunião extraordinária, hoje às 18:00, para analisar "toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências".
"A reunião será presidida pelo Presidente da República, que aceitou o convite que lhe foi formulado pelo primeiro-ministro", refere uma nota do gabinete de Luís Montenegro.
Montenegro cancela toda a agenda até sexta-feira e adia Congresso do PSD
Luís Montenegro cancelou hoje toda a sua agenda como primeiro-ministro e adiou o Congresso do PSD, previsto para o próximo fim de semana em Braga.
A informação foi avançada à Lusa por fonte do executivo e acontece depois de o primeiro-ministro já ter cancelado a agenda de segunda-feira e de hoje para acompanhar, em permanência, a evolução do combate aos incêndios.
Três bombeiros morrem em incêndio de Nelas
Três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha morreram, na manhã desta terça-feira, no combate ao fogo em Nelas.
Fonte da Liga dos Bombeiros Portugueses confirmou ao Correio da Manhã os óbitos, desconhecendo-se para já as circunstâncias em que ocorreram as mortes.
Retirados moradores de casas próximas da frente de fogo em Paredes
Algumas pessoas foram hoje de manhã retiradas de casas próximas de um incêndio que lavra com duas frentes no concelho de Paredes, no distrito do Porto, disse à Lusa fonte da proteção civil local.
Segundo a fonte, a medida foi tomada por precaução, com casas isoladas, no lugar de Sernada, na freguesia de Aguiar de Sousa.
As pessoas afetadas foram deslocadas para o infantário da Pulgada (Aguiar de Sousa), que hoje não recebeu crianças.
O incêndio começou na madrugada de hoje, às 05:21, e evolui em duas frentes em zona de mato e floresta, nas zonas de Sernada (freguesia de Aguiar de Sousa) e Santa Comba (freguesia de Sobreira), afirmou à Lusa o vereador da proteção civil da Câmara de Paredes, Francisco Leal.
Neste momento, os meios estão no terreno para proteger as povoações mais próximas da frente de incêndio, acentuou, prevendo que as próximas horas serão difíceis para o dispositivo de combate.
Questionado sobre a dimensão do fogo, disse não ser possível adiantar dados, porque o fumo que cobre a região não permite fixar a extensão da área ardida.
Referiu, também, que os dois meios aéreos que tinham sido alocados ao combate não puderam atuar até ao momento devido à pouca visibilidade na zona.
Às 11:45, neste incêndio de Paredes, segundo dados da proteção civil, o dispositivo de combate era formado por 98 bombeiros e 29 viaturas.
Pelo menos quatro pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
Hoje de manhã, cerca das 09:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou mais de 140 ocorrências, envolvendo mais de 5.000 operacionais, apoiados por 1.600 meios terrestres e 21 meios aéreos.
A Proteção Civil estima que arderam pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
Quatro aviões chegam hoje de Itália e França e começam a operar de tarde
Quatro aviões Canadair provenientes de Itália e França chegam hoje a Portugal para ajudar no combate aos incêndios, ao abrigo do pedido do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, e começam a operar ainda de tarde.
"Confirmamos que dois aviões Canadair da frota que operamos em Itália foram ativados ao abrigo do mecanismo RescEU e chegarão hoje a Portugal para apoiar os bombeiros na proteção das comunidades locais", afirmou o CEO da Avincis, John Boag, em declarações citadas numa nota enviada à Lusa.
Fonte oficial da empresa acrescentou ainda que as duas aeronaves já partiram de Itália e vão chegar à base de Monte Real, sendo operadas a partir desta tarde por dois pilotos italianos.
Já os dois aviões provenientes de França também já arrancaram e devem igualmente entrar no combate aos incêndios hoje de tarde, adiantou à Lusa fonte governamental, realçando que na quarta-feira devem chegar os outros dois Canadair enviados pela Grécia.
Entretanto, já na segunda-feira começaram a operar os dois aviões enviados por Espanha para apoiar Portugal no combate à vaga de incêndios nas regiões Norte e Centro do país.
Mais de uma centena de concelhos sobretudo das regiões Norte e Centro mantêm-se hoje em perigo máximo de incêndio devido ao tempo quente, segundo o Instituto Português do Mar e da Artmosfera (IPMA).
Quatro pessoas morreram desde domingo e 40 outras ficaram feridas na sequência dos incêndios que atingem as regiões norte e centro do país.
Por causa do calor, o IPMA emitiu aviso amarelo para os distritos do Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga, pelo menos até às 18:00 de hoje.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos fogos dos últimos dias, com sede em Aveiro e coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
PJ detém mulher suspeita de seis fogos em Condeixa-a-Nova
Uma mulher de 47 anos foi detida na segunda-feira por ser suspeita da autoria de seis crimes de fogo florestal em Condeixa-a-Nova, revelou hoje a Polícia Judiciária.
De acordo com a PJ, a mulher terá ateado os fogos na quinta-feira e na sexta-feira, e no domingo e na segunda-feira, em Sebal e Condeixa-a-Nova, distrito de Coimbra.
"A suspeita, presumivelmente com uso de chama direta, ateou os incêndios na floresta, em zona com vasta mancha florestal, povoada com mato e pinheiro-bravo, confinante com a zona urbana, colocando em perigo a integridade física e a vida de pessoas, de habitações e da mancha florestal com centenas de hectares", explicou a PJ.
A mesma fonte disse que os incêndios acabaram por não assumir proporções mais gravosas devido à rápida e eficaz intervenção dos populares, dos bombeiros e meios aéreos.
"A detenção contou com a colaboração do Grupo de Trabalho para a Redução de Ignições em Espaço Rural do Centro e da GNR de Condeixa-a-Nova. A detida irá ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação", concluiu aquela polícia de investigação.
Fonte da Diretoria do Centro da PJ adiantou à agência Lusa que as motivações da arguida poderão estar relacionadas com um quadro de "desestabilização pessoal e familiar, e, porventura, associadas a um estado depressivo".
A mesma fonte afirmou que "a investigação suspeita que, no passado, possam já ter ocorridos atos" idênticos cometidos pela suspeita.
Cabe ao Governo ajudar a resolver problemas imediatos das populações, diz ministro da Coesão Territorial
O ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, assegurou hoje que cabe ao Governo ajudar os municípios a resolver os problemas imediatos das populações que foram afetadas pelos incêndios e, posteriormente, os relacionados com infraestruturas.
"O nosso grupo não tem a missão de combater incêndios, essa é tarefa da proteção civil. Estamos a ajudar a resolver os problemas das pessoas que já foram vítimas de incêndio. Há problemas de natureza imediata, garantir que ninguém fica sem comer, sem cama para dormir, sem roupa, sem um tostão no bolso e, depois, problemas (...) para recuperar infraestruturas", afirmou Castro Almeida.
À chegada a Aveiro, onde o Governo se reúne hoje com os autarcas dos concelhos mais afetados pelos incêndios que deflagram na região centro, o ministro afirmou que a "primeira obrigação" do Governo é "ouvir o que os autarcas têm para dizer".
"Eles conhecem melhor do que ninguém a realidade e há problemas que os autarcas vão conseguir resolver sozinhos e outros em que vão precisar da ajuda do Estado", acrescentou.
A prioridade é também "fazer com que as pessoas lesadas sintam que alguém está a olhar por elas"
Uma casa e um veículo de bombeiros arderam em Penalva do Castelo
Uma casa de primeira habitação, várias arrumações agrícolas e um veículo dos bombeiros foram destruídos pelo fogo que atinge o concelho de Penalva do Castelo desde segunda-feira, disse à agência Lusa o presidente da Câmara.
"Do que já foi possível contabilizar, temos uma casa de primeira habitação que ardeu, de uma família de quatro pessoas, um casal e dois filhos, que, felizmente, tem possibilidade de se alojar noutra habitação", disse Francisco Carvalho.
À agência Lusa, o autarca do Município de Penalva do Castelo disse ainda que "há várias arrumações de alfaias agrícolas que também arderam, mas ainda não é possível contabilizar" o restante.
"Os Bombeiros de Penalva do Castelo também estão desfalcados em meios, porque ardeu um veículo e já hoje ficaram dois avariados", acrescentou.
Francisco Carvalho disse que, "até agora, Penalva do Castelo era um oásis na região" e, desta vez, "está tudo queimado".
Na segunda-feira, "já se tinha contabilizado 240 hectares de área ardida, mas o número, com certeza, já subiu".
Francisco Carvalho disse ainda à agência Lusa que "hoje de manhã foi ativado o plano de emergência de proteção civil".
Este incêndio começou em Miuzela, alastrou ao concelho vizinho de Mangualde e está no alinhamento do concelho de Nelas, disse o presidente da Câmara de Mangualde, que lamentou a existência de quatro aldeias em risco.
Marco Almeida especificou que as localidades de Mourilhe, Mesquitela, Fundões e Cunha Baixa "estão na linha de fogo" e "o esforço que está a ser feito é na proteção dessas localidades".
"Está muito vento e infelizmente os recursos são bem inferiores às necessidades, apesar de ter chegado um reforço do Algarve. Mas os meios aéreos estão com muita dificuldade por causa do fumo e do vento", disse Marco Almeida.
Pelas 10:30, o Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões mobilizava 347 operacionais, apoiados por 91 veículos e três meios aéreos para o incêndio de Folhadal, Nelas, cujo alerta foi pelas 11:53 de segunda-feira.
Em Penalva do Castelo, continua ativo o incêndio que deflagrou em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo, pelas 00:15 de segunda-feira, que se propagou ao concelho vizinho de Mangualde. Mobilizava 153 operacionais com 45 veículos e dois meios aéreos.
Também no distrito de Viseu, no concelho de Castro Daire, na freguesia de Mões, com início pelas 21:23 de segunda-feira em Soutelo, um incêndio em mato mobilizava 169 operacionais apoiados por 44 veículos e seis meios aéreos.
Ainda no distrito de Viseu, no concelho de Vila Nova de Paiva, com início pelas 17:18 de segunda-feira, em Vila Cova à Coelheira, um incêndio em povoamento florestal mobilizava, à mesma hora, 73 operacionais com 19 veículos e um meio aéreo.
O incêndio em Mangualde provocou uma vítima mortal, durante a noite, de doença súbita, confirmou hoje à Lusa fonte da Proteção Civil. Segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões, a habitação não ardeu.
O incêndio em Nelas provocou até ao momento sete feridos, dois em estado grave.
Fogo no concelho de Castelo Branco destruiu 300 hectares
O incêndio que começou no domingo à noite na localidade de Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco, destruiu cerca de 300 hectares de floresta, mato e terrenos agrícolas, disse hoje o presidente da Câmara.
Em declarações à agência Lusa, Leopoldo Rodrigues explicou que não há registo de perdas de habitações ou de vítimas e estima-se que a área ardida ronde os 300 hectares.
"Houve muitos terrenos agrícolas que foram consumidos pelas chamas, nomeadamente olival, pomares e vinha, no Louriçal do Campo e em São Vicente da Beira", referiu.
O incêndio começou no domingo à noite na localidade de Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco, e entrou em fase de resolução na segunda-feira, às 17:52.
Hoje, pelas 10:15, ainda se encontravam no terreno, em vigilância, 130 operacionais apoiados por 43 viaturas.
Em relação às perdas agrícolas registadas, o autarca disse que não sabe se o Governo vai avançar com algum mecanismo de apoio.
"Para já, não sabemos se o Governo vai acionar algum mecanismo de apoio, podendo vir a ser equacionada uma solução", concluiu.
Leopoldo Rodrigues deixou ainda uma palavra de agradecimento a todas as entidades envolvidas neste incêndio, especialmente à Proteção Civil, forças de segurança e às populações.
Climáximo acusa Governo e empresas pelas mortes nos incêndios
Apoiantes do movimento Climáximo cobriram na manhã desta terça-feira a fachada da sede da empresa papeleira The Navigator Company, em Lisboa, com cartazes com as frases "Quem matou as pessoas em Albergaria-a-Velha?" e "Governos e CEO mataram 3 pessoas ontem. Vais consentir ou vais resistir?".
Em comunicado, Leonor Canadas, porta-voz desta ação de protesto, defendeu que "as mortes e a destruição destes incêndios que estão a devastar Portugal são uma consequência direta da crise climática".
E acrescentou: "E têm culpados claros: os governos e as empresas, que há décadas sabiam que as suas ações de queima de combustíveis fósseis matariam pessoas, e decidem continuar a investir nesta indústria de morte".
De acordo com o mesmo comunicado, a sede da Navigator foi escolhida para este protesto da Climáximo por ser uma das empresas que mais emite gases com efeito de estufa no país. O movimento acusa a empresa de querer "converter" a floresta autóctone portuguesa em "eucaliptal inflamável para alimentar a indústria da celulose".
A Climáximo mostrou-se "solidária com todas as vítimas dos fogos", e apelou a que "Pedrógão Grande não seja repetido".
"Os incêndios são a crise climática a atingir Portugal em tempo real. Os governos e as empresas sabiam há décadas que estas tragédias iam acontecer, mas decidiram ignorá-la", remata o comunicado.
Idosos retirados das casas pela GNR em Covelo, Gondomar
Vários idosos foram retirados, cerca 9:15, das suas casas em Covelo, no concelho de Gondomar, pela GNR, devido ao avançar de um incêndio, testemunhou a Lusa no local.
A situação ocorreu no lugar de Serra, num local onde, na altura, não havia bombeiros a combater o incêndio e visou proteger os idosos do avanço das chamas do fogo que na última madrugada chegou por Aguiar de Sousa, no concelho de Paredes, a Branzelo, em Gondomar.
Os idosos foram retirados para uma zona mais afastada dado que devido à situação e também das cinzas ficou muito difícil respirar naquela zona.
No lugar há cerca de 50 casas rodeadas por um pinhal, estando o combate a ser feito pelos moradores.
Gondomar fecha escolas na zona alta e tem novo fogo em Melres
O fecho de escolas na zona alta do concelho, o impedimento de circulação na via rápida e um novo fogo, em Melres, marcam hoje o início do segundo dia de incêndios em Gondomar, disse à Lusa o vice-presidente da câmara.
Segundo Luís Filipe Araújo, a situação mais preocupante é agora a da zona de Branzelo, em Melres, com "uma frente de incêndio que chegou de madrugada proveniente de Aguiar de Sousa [concelho de Paredes] e que se junta à que desde segunda-feira lavra em Jovim".
"Há pequenos reacendimentos em vários pontos, nos casos de São Pedro de Cova e da Foz do Sousa, além de que está vento muito forte e prevemos que assim irá manter-se", acrescentou o autarca.
Dada a concentração de fumo no ar, a autarquia do distrito do Porto optou pelo encerramento de "todas as escolas do alto concelho" no dia de hoje.
Luís Filipe Araújo lamentou, entretanto, a "grande escassez de meios", nomeadamente aéreos, no combate às chamas em Gondomar, sublinhando que com um reforço do dispositivo "seria mais fácil estancar o avanço das chamas".
Segundo a página do Comando Sub-Regional da Área Metropolitana do Porto, pelas 09:00 estavam 242 operacionais e 54 meios terrestres no terreno no município.
O comando da GNR fez também uma atualização e mantêm-se os cortes na Autoestrada (A) 43 nos dois sentidos na zona de Gondomar, bem como o impedimento de circulação entre a A41 e os nós da A43 e da A4.
Três aldeias em risco no concelho de Mangualde
Três populações estão em risco no concelho de Mangualde devido ao incêndio que começou em Penalva do Castelo e que avança para o concelho de Nelas, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros, perto das 09:30.
"O incêndio que começou aqui em Penalva [do Castelo] atravessou Mangualde e está no alinhamento de Nelas e, neste momento, há três populações em Mangualde que estão em risco: Mourilhe, Mesquitela e Fundões", disse à agência Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários de Penalva do Castelo, distrito de Viseu.
José Manuel Lopes acrescentou que "há um alerta para Freixiosa, na A25", que passa entre os concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo, "dada a longa extensão do incêndio".
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas, Guilherme Almeida, adiantou à agência Lusa que está "apreensivo com a direção que o incêndio está a ter" para o concelho, também tendo em conta que o município está a ser atingido por outros focos.
"Estamos com reacendimentos em Vale de Madeiros e estamos com uma frente ativa e com muita dificuldade em Carregal do Sal [concelho vizinho de Nelas] e temos este alinhamento que vem de Mangualde", afirmou Guilherme Almeida.
Segundo fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR), os incêndios estão a obrigar ao corte ao trânsito de várias vias, como o Itinerário Complementar 12 (IC12) em Nelas, a A25 (autoestada25) em Mangualde e as estradas nacionais (EN) 231 e 329, em Nelas e Penalva do Castelo.
Pelas 09:30, o Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões mobilizava 305 operacionais, apoiados por 81 veículos e três meios aéreos, para o incêndio de Folhadal, Nelas, cujo alerta foi pelas 11:53 de segunda-feira.
Em Penalva do Castelo continua ativo o incêndio que deflagrou em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo, pelas 00:15 de segunda-feira, que se propagou ao concelho vizinho de Mangualde. Mobilizava 153 operacionais com 45 veículos e dois meios aéreos.
Ainda no concelho de Penalva do Castelo, distrito de Viseu, um outro incêndio, que começou às 20:16 de domingo, também em mato, na localidade de Valamoso, freguesia de Esmolfe, mobilizava 40 operacionais, apoiados por 14 veículos e um meio aéreo.
Também no distrito de Viseu, no concelho de Vila Nova de Paiva, com início pelas 17:18 de segunda-feira, em Vila Cova à Coelheira, um incêndio em povoamento florestal mobilizava, à mesma hora, 73 operacionais com 19 veículos e um meio aéreo.
O incêndio em Mangualde provocou uma vítima mortal, durante a noite, de doença súbita, confirmou hoje à Lusa fonte da Proteção Civil. Segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões, a habitação não ardeu.
O incêndio em Nelas provocou até ao momento sete feridos, dois em estado grave.
Mais de cinco mil operacionais combatem os incêndios no centro e norte do país
Mais cinco mil operacionais combatiam no final da noite de segunda-feira 131 incêndios ativos em Portugal Continental, sendo o que deflagrou no domingo no concelho de Oliveira de Azeméis aquele que mobiliza mais meios, segundo a Proteção Civil.
De acordo com a informação disponível no portal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) às 23:50 de segunda-feira, estavam no terreno a combater os fogos ativos estavam 5.432 operacionais, apoiados por 1.600 veículos.
O incêndio que deflagrou no domingo, às 14:52, na União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz, em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, era o que, no final da noite de segunda-feira, concentrava mais meios no local, mobilizando 549 operacionais, apoiados por 195 veículos.
Ainda no distrito de Aveiro, em Albergaria-a-Velha, 384 operacionais combatiam os incêndios apoiados por 123 meios terrestres.
Na região de Coimbra, em Torres de Mondego e Carvalhosas estão a combater os fogos 318 operacionais apoiados por 102 veículos. Em Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, 300 operacionais estão no terreno com o apoio de 99 meios terrestres.
Ainda em Gondomar, no distrito do Porto, os incêndios estão a ser combatidos por 265 operacionais e 60 veículos. Os meios aéreos durante à noite encerram as suas atividades de combate aos fogos.
As chamas que começaram domingo a norte de Aveiro alastraram hoje pelo distrito e foram responsáveis, direta e indiretamente, por três mortes, casas destruídas e estradas cortadas, um cenário que se repetiu em vários locais do norte e centro.
Na noite de domingo morreu um bombeiro de "doença súbita" quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis e na segunda-feira as autoridades anunciaram mais duas mortes, uma pessoa carbonizada no fogo de Albergaria-a-Velha e uma morte por ataque cardíaco em Sever do Vouga.
Num dos piores dias dos últimos anos em termos de incêndios, as chamas chegaram na segunda-feira, nomeadamente, aos distritos do Porto, em Gondomar, de Braga, em Cabeceiras de Basto, de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas (com seis feridos), e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo, assim como em Coimbra.
Mas foi o distrito de Aveiro, com 10 mil hectares já ardidos, o centro dos maiores focos de incêndio, primeiro em Oliveira de Azeméis e depois Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.
Devido aos fogos no distrito estiveram cortadas ao trânsito, ao longo da segunda-feira, as autoestradas A1, A25 e A29, mas também outras vias sofreram cortes, como o IC2 e várias estradas nacionais. Foram ainda cortadas a A1 e a A13 na zona de Coimbra. A circulação ferroviária na linha do Norte também esteve cortada na manhã de segunda-feira. Devido aos incêndios estiveram suspensas ligações rodoviárias de passageiros.
Num balanço feito na noite de segunda-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabilizava, nos incêndios do norte e centro do país, dois feridos em estado grave, seis dezenas de evacuações por precaução, e destruição de casas (mais de 20), anexos e armazéns e instalações industriais, em número que não é possível ainda precisar. Há pelo menos 17 vítimas, nas contas da ANEPC.
Com vários incêndios em curso e com previsões meteorológicas muito desfavoráveis ao combate, Portugal pediu ajuda à União Europeia, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, tendo sido anunciado um reforço de meios vindos de Espanha, França, Grécia e Itália, dois aviões de cada país.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos incêndios dos últimos dias, com sede em Aveiro e coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Várias estradas cortadas em Aveiro, Coimbra, Viseu, Vila Real, Braga e Porto
Várias estradas dos distritos de Aveiro, Coimbra, Viseu, Vila Real, Braga e Porto estão hoje com cortes ou condicionamentos na sequência dos incêndios rurais que estavam às 07:00 em curso, disse à Lusa fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).
"No que diz respeito aos incêndios no distrito de Aveiro continuamos com corte na Autoestrada 1 entre os nós de Aveiro sul e Albergaria-a-Velha em ambos os sentidos. Temos também um corte na A25 que se prolonga para a zona do Reigoso. Já no distrito de Viseu há cortes no IC2 entre a A25 e EN1/12 e a EN16 com corte total entre Cacia e Sever do Vouga", disse Lusa a major Lígia Santos, da GNR.
De acordo com a força de segurança, na região de Coimbra há também corte de estrada na A13 na zona de Condeixa-a-Nova e há ainda condicionamentos na EN17.
"No distrito de Viseu há também corte na A25 entre Mangualde e Chãs de Tavares, na EN234 corte total em Canas de Senhorim e Oliveirinha, e no IC2 e EN234 em Carregal do Sal. Temos também corte na EN16 em Mangualde e Chãs de Tavares, bem como na A24, entre os nós de Castro Daire e Arcas", adiantou.
Na zona de Vila Pouca de Aguiar estão interditadas a A24 entre o nó de Samardã e Vila Pouca de Aguiar e a EN2 entre Covelo e Pedras Salgadas. Registam-se também um corte nos dois sentidos na A43 na zona de Gondomar e em Chaves na EN2, na zona entre Vilarinho de Paranheiras.
"A GNR, atendendo a estes cortes e atendendo às circunstâncias em que os incêndios deflagraram […], continua a apelar e a aconselhar as pessoas a que não se desloquem, não saiam das suas casas, isto porque a variabilidade deste tipo de fenómenos é muito rápida. As pessoas não se devem deslocar, não devem passar nestes locais nem nas suas proximidades", disse Lígia Santos.
A major da GNR lembrou que os meios e os agentes de proteção civil estão no terreno com o foco principal de garantir a salvaguarda das pessoas e bens.
"Pedimos que a que as pessoas colaborem com os agentes de proteção civil e com a GNR no que são as recomendações que vão sendo passadas para que o socorro chegue em tempo oportuno e adequadamente", concluiu.
Pelo menos quatro pessoas morreram e duas outras ficaram feridas com gravidade nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Centro e Norte do país, destruindo mais de 20 habitações e outras estruturas.
ÀS 07:20, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 118 fogos rurais no continente português, que estavam a ser combatidos por 5.012 operacionais, com o apoio de mais de 1.300 meios terrestres.
A Proteção Civil estima que tenham ardido pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
As chamas chegaram aos distritos do Porto, em Gondomar, de Braga, em Cabeceiras de Basto, de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas (com seis feridos), e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo, mas tem sido o distrito de Aveiro, com 10 mil hectares já ardidos, o centro dos maiores focos, em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos incêndios dos últimos dias, com sede em Aveiro e coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
São já quatro os mortos nos incêndios que assolam o país
Já morreram quatro pessoas e mais de 40 ficaram feridas desde a madrugada de segunda-feira nos incêndios que estão a assolar a zona Centro e Norte do país, avança o Correio da Manhã. Na madrugada desta terça-feira mais de 5 mil bombeiros combatiam 107 focos ativos em Portugal Continental, apoiados por mais de 1.500 veículos, de acordo com a informação disponível no portal da ANEPC às 6h00.
De acordo com a Lusa, uma idosa que tinha a casa numa zona de fogo em Almeidinha, Mangualde, morreu durante a noite de doença súbita, confirmou fonte da Proteção Civil, elevando para quatro o número total de vítimas mortais dos incêndios.
Segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões, a habitação não ardeu.
A morte desta idosa, cuja idade não foi indicada, eleva para quatro o número de mortos nos incêndios rurais que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país e que provocaram ainda 40 feridos.
Na segunda-feira as autoridades tinham anunciado duas mortes no contexto dos incêndios: uma pessoa carbonizada e outra que sofreu um ataque cardíaco. Na noite de domingo tinha igualmente morrido um bombeiro de doença súbita quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis.
Num balanço relativo às 01:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil disse que a maioria dos feridos (33) eram bombeiros destacados para combater as chamas, sendo os restantes civis, que sofreram queimaduras ou foram vítimas de inalação de fumos ou intoxicação.
Pelo menos 27 incêndios continuavam ativos em Portugal continental esta madrugada.
A Proteção Civil estima que arderam pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
Mais de uma centena de concelhos sobretudo das regiões Norte e Centro mantêm-se esta terça-feira em perigo máximo de incêndio devido ao tempo quente, segundo o IPMA, que colocou oito distritos do continente sob aviso amarelo.
Em perigo máximo de incêndio estão mais de 100 concelhos dos distritos de Faro, Portalegre, Castelo Branco, Santarém, Leiria, Coimbra, Guarda, Aveiro, Viseu, Porto, Bragança, Vila Real, Viana do Castelo e Braga.
As chamas chegaram de forma significativa aos distritos do Porto, em Gondomar, de Braga, em Cabeceiras de Basto, de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas, e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo. O distrito de Aveiro foi o centro dos maiores focos de incêndio, em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.
Com vários incêndios em curso e com previsões meteorológicas muito desfavoráveis ao combate, Portugal pediu ajuda à União Europeia, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, tendo sido anunciado um reforço de meios vindos de Espanha, França, Grécia e Itália, dois aviões de cada país.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos incêndios dos últimos dias, com sede em Aveiro e coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Mais de 100 concelhos mantêm-se em perigo máximo de incêndio rural esta terça-feira
Mais de uma centena de concelhos sobretudo das regiões Norte e Centro mantêm-se hoje em perigo máximo de incêndio devido ao tempo quente, segundo o IPMA, que colocou oito distritos do continente sob aviso amarelo.
Em perigo máximo de incêndio estão mais de 100 concelhos dos distritos de Faro, Portalegre, Castelo Branco, Santarém, Leiria, Coimbra, Guarda, Aveiro, Viseu, Porto, Bragança, Vila Real, Viana do Castelo e Braga.
Vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental apresentam um perigo muito elevado e elevado de incêndio, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Este risco, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo. Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.
A temperatura máxima mais elevada prevista para hoje será alcançada em Santarém com 35 graus, seguida de Évora, Beja, Setúbal, Lisboa com 34, Leiria com 33 e 31 em Coimbra e Braga.
Por causa do calor, o IPMA emitiu aviso amarelo para os distritos do Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga, pelo menos até às 18:00 de hoje.
O aviso amarelo é emitido quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
Na segunda-feira, o IPMA indicou em comunicado que o índice meteorológico de perigo de incêndio calculado diariamente, que reflete a severidade meteorológica na propagação dos incêndios rurais, tem apresentado valores extremos, comprovando a adversidade das condições meteorológicas atuais.
Segundo o IPMA, a severidade meteorológica irá manter-se extremamente elevada" hoje e quarta-feira, em grande parte do território, em especial nas regiões do Norte e Centro, onde o PIR [perigo de incêndio rural] continuará a situar-se nas classes mais elevadas de perigo: elevado, muito elevado ou máximo".
O território do continente tem estado, desde sábado, "sob a influência de um fluxo de leste, que se intensificou" na segunda-feira e que se "manterá intenso" hoje, "nas regiões do Norte e Centro".
Devido à previsão de risco elevado de incêndio na generalidade do território continental, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) aumentou o estado de alerta e prontidão dos meios de socorro para o nível mais elevado, para hoje.
Numa conferência de imprensa na segunda-feira, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, anunciou que, por causa da situação meteorológica adversa, vai ser prolongada a Declaração da Situação de Alerta em todo o território do continente.
A situação de alerta implica várias medidas excecionais, como a proibição do acesso e circulação em vários espaços florestais ou a proibição da realização de queimadas e de trabalhos em florestas com recurso a maquinaria (com exceção para as situações de combate a incêndios rurais).
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos incêndios dos últimos dias, com sede em Aveiro e coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Proteção Civil dá conta de três mortos e 40 feridos no centro e norte do país
Pelo menos 27 incêndios continuavam ativos em Portugal continental esta madrugada, tendo causado três mortos e pelo menos 40 feridos, disse à Lusa a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
No mais recente balanço, um porta-voz da ANEPC disse que a maioria dos feridos (33) eram bombeiros destacados para combater as chamas, sendo os restantes civis, que sofreram queimaduras ou foram vítimas de inalação de fumos ou intoxicação.
Na segunda-feira as autoridades anunciaram duas mortes, uma pessoa carbonizada em Albergaria-a-Velha e uma morte por ataque cardíaco em Sever do Vouga.
A Guarda Nacional Republicana esclareceu em comunicado que foi encontrado cerca das 15:30 um corpo carbonizado na zona florestal do Sobreiro, no concelho de Albergaria-a-Velha.
Na noite de domingo tinha morrido um bombeiro de "doença súbita" quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis.
O porta-voz da ANEPC descreveu a situação no terreno como "muito difícil", devido a "um conjunto de incêndios muito significativos".
A mesma fonte sublinhou que a "muito baixa humidade" e os fortes ventos que se fazem sentir têm "favoreceram a propagação dos incêndios a velocidade muito acima do normal durante a noite".
O incêndio que atualmente mais preocupa a Proteção Civil é aquele que começou, ainda no domingo, em Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, onde 364 operacionais estão no terreno com o apoio de 118 meios terrestres.
Ainda no distrito de Aveiro, em Albergaria-a-Velha, 451 operacionais combatiam outro incêndio, apoiados por 141 veículos.
No vizinho distrito de Viseu, um incêndio em Folhadal, em Nelas, concentra atualmente 306 operacionais e 82 meios terrestres.
Na região de Coimbra, em Torres de Mondego e Carvalhosas estão a combater os fogos 305 operacionais apoiados por 101 veículos.
Mais de cinco mil operacionais combatiam esta madrugada 107 focos ativos em Portugal Continental, apoiados por mais de 1.500 veículos, de acordo com a informação disponível no portal da ANEPC às 06:00.
Devido aos fogos no distrito estiveram cortadas ao trânsito, ao longo de segunda-feira, as autoestradas A1, A25 e A29, mas também outras vias sofreram cortes, como o IC2 e várias estradas nacionais. Foram ainda cortadas a A1 e a A13 na zona de Coimbra. A circulação ferroviária na linha do Norte também esteve cortada na manhã de segunda-feira.
Com vários incêndios em curso e com previsões meteorológicas muito desfavoráveis ao combate, Portugal pediu ajuda à União Europeia, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, tendo sido anunciado um reforço de meios vindos de Espanha, França, Grécia e Itália, dois aviões de cada país.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos incêndios dos últimos dias, com sede em Aveiro e coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Zona Industrial de Oliveirinha em Carregal do Sal rodeada de chamas
A Zona Industrial de Oliveirinha, no concelho de Carregal do Sal, está rodeada de chamas de acordo com fonte dos bombeiros.
"Agora a situação está crítica. Estamos a reforçar os meios na Zona Industrial de Oliveirinha para tentar evitar que as chamas entrem" naquele espaço, disse à agência Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas, Guilherme Almeida.
O incêndio que está agora junto da zona industrial do concelho de Carregal do Sal teve início em Senhorim, no concelho de Nelas (distrito de Viseu), e passou para o município vizinho, "inclusive pelo IC12" (Itinerário Complementar 12), acrescentou o comandante.
As populações de Vale de Madeiros e Lapa do Lobo, concelho de Nelas, "não estão propriamente ameaçadas, mas estão a ser protegidas", assim como Laceiras e Cabanas de Viriato, em Carregal do Sal, igualmente no distrito de Viseu.
Deste incêndio resultaram "seis pessoas feridas, três do Folhadal e outras três de Vale de Madeiros, com idades entre os 20 e os quase 70 anos. Entre elas, há duas pessoas em estado grave, que inspiram alguns cuidados", referiu o comandante de Nelas.
Guilherme Almeida disse que os dois feridos graves "são entre as pessoas mais velhas que estavam a tentar salvaguardar os seus bens", uma em Folhadal e outra em Vale de Madeiros, freguesia de Canas de Senhorim, concelho de Nelas.
Pelas 22:00, o Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões mobilizava 287 operacionais, apoiados por 78 veículos, para o incêndio de Folhadal, cujo alerta foi pelas 11:53.
No incêndio de Senhorim, também em Nelas, que teve início pelas 11:34, estavam mobilizados, à mesma hora, 55 operacionais, apoiados por 15 veículos.
Em Penalva do Castelo continua ativo o incêndio que deflagrou em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo, pelas 00:15 de hoje, que se propagou ao concelho vizinho de Mangualde e mobilizava, cerca das 22:00, 119 operacionais com 40 veículos.
Ainda no concelho de Penalva do Castelo, distrito de Viseu, um outro incêndio, que começou às 20:16 de domingo, também em mato, na localidade de Valamoso, freguesia de Esmolfe, pelas 22:00 mobilizava 86 operacionais, apoiados por 25 veículos.
Entretanto, também no distrito de Viseu, no concelho de Vila Nova de Paiva, com início pelas 17:18 em Vila Cova à Coelheira, um incêndio em povoamento florestal mobilizava, à mesma hora, 115 operacionais com 33 veículos.
Segundo fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR), os incêndios obrigaram ao corte ao trânsito de várias vias, como o Itinerário Complementar 12 (IC12) em Nelas e as estradas nacionais (EN) 231 e 329, em Nelas e Penalva do Castelo.
Chamas destruíram em Baião mais de 10 casas e uma viatura dos bombeiros
Os dois grandes incêndios que lavram hoje em Baião, distrito do Porto, consumiram uma viatura dos Bombeiros de Santa Marinha do Zêzere, uma dezena de habitações e vários veículos, disse o presidente da câmara.
Paulo Pereira lamenta o prejuízo relacionado com a viatura dos bombeiros, mas mostra-se satisfeito por não haver danos físicos nos operacionais no terreno.
O incêndio que destruiu a viatura começou às 10:53 na zona de Gestaçô e tem avançado em várias frentes, em zonas de forte declive, preocupando pelas 22:00 a zona de Viariz, muito próxima da serra da Aboboreira, conhecida pela sua rica biodiversidade.
O autarca disse recear que aquele incêndio se possa juntar a outro que evolui, na Aboboreira, na zona da Folhada, do lado de Marco de Canaveses.
Às 22:27, de acordo com dados da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio de Gestaçô estava a ser combatido por um dispositivo formado por 42 operacionais e 14 viaturas.
Ao mesmo tempo, contou, mantém-se ativo o incêndio que naquele concelho mais tem preocupado os meios da proteção civil, que começou na zona de Gôve, durante a manhã, e que ao longo do dia destruiu mais de uma dezena de casas, em várias localidades, segundo o autarca.
Paulo Pereira disse que, às 22:00, se mantinham ativas várias frentes, obrigando os bombeiros a posicionarem meios para protegerem as zonas habitadas durante a noite.
"Vai com certeza ser uma noite muito difícil", referiu, enquanto lamentava a insuficiência de meios de combate.
Às 22:23, de acordo com dados Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio estava a ser combatido por um dispositivo formado por 105 operacionais e 31 viaturas.
Três casas arderam e vários idosos deslocados em aldeia de Vila Pouca de Aguiar
Três casas arderam na aldeia de Zimão onde vários idosos estão a ser deslocados para locais mais seguros devido aos três incêndios que lavram hoje em Vila Pouca de Aguiar, informou a Câmara.
De acordo com a presidente da Câmara, Ana Rita Dias, três casas foram consumidas pelas chamas e "pelo menos cinco idosos foram retirados de casa, para lugares mais seguros", medida que irá ser extensiva a outros habitantes.
Os cinco idosos foram instalados num lar da região e a autarca afirmou à agência Lusa que está a ser preparada uma escola primária para acolher mais pessoas.
No concelho do distrito de Vila Real lavravam, às 22:00, três fogos em Bornes de Aguiar, Telões e Quintã de Jales.
O incêndio de Telões é um dos que se mantém como um dos mais preocupantes dada a proximidade das chamas a alguns habitações e a uma urbanização.
O alerta para este incêndio foi dado às 07:36 e, segundo a página na Internet da Autoridade Nacional e Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 21:56 estavam mobilizados para o combate nas três frentes ativas 63 bombeiros apoiados por 13 viaturas.
O Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até ao final do dia de quinta-feira, face às previsões meteorológicas, adiantou hoje o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Montenegro alerta que país vai passar por "horas difíceis"
O primeiro-ministro avisou hoje que o país vai viver "horas difíceis" nos próximos dias devido aos incêndios e apelou a que todos cumpram as instruções das forças de segurança e dos bombeiros.
Luís Montenegro falava à comunicação social na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), tendo ao seu lado o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, onde recusou que tenha havido atrasos quer na ativação do mecanismo europeu de proteção civil quer no corte de estradas.
"Nós vamos passar horas difíceis nos próximos dias, temos de nos preparar para isso e temos de nos juntar para isso", avisou o chefe do Governo.
Dizendo querer deixar uma palavra de "tranquilização possível e de serenidade ao país", Montenegro fez um apelo para que todos cumpram as instruções das forças de segurança e dos bombeiros.
"Às vezes elas colidem com a vontade e com os ímpetos mais diretos das pessoas, mas é para o bem delas e para todos os outros Aquilo que ainda hoje foi necessário fazer para desbloquear vias de comunicação e pessoas que estavam a ficar encurraladas em estradas, deve ser evitado ao máximo", afirmou.
Questionado se, depois dos grandes incêndios de 2017, não seria possível ter evitado situações de pessoas cercadas pelo fogo estradas, o primeiro-ministro respondeu que "não vale a pena arranjar polémicas onde elas não existem".
"Quando há fogos e quando há avanços, como houve, repentinos, há sempre situações de limite e de dificuldade. Estou muito à vontade, porque hoje estive numa dessas zonas e tive a ocasião, eu próprio, de falar várias vezes com a ministra da Administração Interna, de falar com o Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, de falar com todos os presidentes de Câmara", revelou.
Montenegro disse ter pedido, nesses contactos, "toda a colaboração e empenho para que as forças de segurança" pudessem evitar situações de perigo em vias de comunicação e que outras pessoas fossem retiradas dos locais onde estavam.
"Isso aconteceu e, portanto, funcionou. Sinceramente, acho que não é adequado estarmos agora a polemizar uma situação que funcionou. Dir-me-á, podia ter acontecido uma tragédia? Ai, isso pode e amanhã vamos continuar a ter essa iminência. Temos de ser verdadeiramente prudentes", disse.
Lusa
Marcelo agradece às populações e à Proteção Civil e cancela ida a Espanha
O Presidente da República agradeceu hoje às populações e à estrutura de Proteção Civil pela forma como têm enfrentado os incêndios dos últimos dias e anunciou o cancelamento da sua deslocação a Espanha na quarta-feira.
Marcelo Rebelo de Sousa falava à comunicação social na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), tendo ao seu lado o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
O chefe de Estado tinha prevista uma deslocação a Tenerife e Las Palmas, em Espanha, entre quarta e sexta-feira, para participar num encontro internacional de ministros da Justiça e numa reunião da associação empresarial Cotec Europa.
Governo cria equipa multidisciplinar com sede em Aveiro
Por outro lado, o primeiro-ministro anunciou que o Governo criou uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos incêndios dos últimos dias, com sede em Aveiro e coordenado pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
"Do ponto de vista do apoio às populações e às autarquias locais que têm sido atingidas, está criada uma equipa multidisciplinar no Governo, coordenada pelo sr. ministro Adjunto e da Coesão Territorial, que se vai instalar já amanhã [terça-feira] de manhã no concelho de Aveiro", anunciou.
Segundo Montenegro, esta equipa "já está a programar e a agendar reuniões com os autarcas dos municípios mais atingidos" e vai integrar secretários de Estado da Saúde, Educação, Segurança Social, Habitação, Florestas e Administração local.
Questionado sobre se o Ministério da Administração Interna não integrará essa equipa multidisciplinar, o chefe do Governo respondeu que este gabinete "não é operacional". "O MAI está concentrado e muito bem nas questões operacionais", afirmou, tendo ao seu lado a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.
Viagens da rede Expressos entre Lisboa e Porto retomam às 23:00
A operação da rede Expressos entre Lisboa e Porto está "a ser normalizada", estando prevista a retoma das viagens das 23:00 e meia-noite entre as duas cidades, foi hoje revelado.
Em declarações à agência Lusa, fonte da comunicação da Rede Expressos avançou que a operação está "a ser normalizada à medida que as estradas vão sendo reabertas".
As viagens entre Lisboa e Porto e Lisboa e Bragança foram hoje suspensas devido aos incêndios que lavram nas zonas Centro e Norte do país.
À Lusa, fonte da empresa avançou que as viagens das 23:00 e meia-noite entre as duas cidades se vão realizar e que, se a situação não se agravar, a operação irá decorrer com normalidade na terça-feira.
À semelhança da rede Expressos, também a operadora de autocarros FlixBus suspendeu hoje as viagens nas regiões de Aveiro e do Porto devido aos incêndios.
Já as viagens da rede de autocarros Unir, que serve a Área Metropolitana do Porto (AMP), foram "fortemente condicionadas" na Autoestrada do Douro Litoral (A32), que liga Vila Nova de Gaia a Oliveira de Azeméis.
Fonte da AMP avançou ainda que, devido aos incêndios, está suspensa a linha 1204, que opera dentro do concelho de Oliveira de Azeméis e passa na União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz, bem como a linha 6609, que liga Roriz (Santo Tirso) a Raimonda (Paços de Ferreira).
A circulação nas autoestradas A29 e A17 e na Estrada Nacional (EN) 109 já foi retomada, depois dos incêndios que hoje lavram no distrito de Aveiro terem obrigado ao seu corte, revelou à Lusa fonte da GNR.
O Comando Territorial da GNR de Aveiro avançou à Lusa que as três vias já estão transitáveis, sem adiantar a hora a que foram reabertas.
Segundo a GNR, permanece cortada a circulação na A1 entre Coimbra norte e Grijó (nó da A41), na A25 entre Angeja e Reigoso (Viseu), e na EN16 entre Cacia e Albergaria-a-Velha.
Cinco incêndios de grandes dimensões no distrito de Aveiro, que hoje provocaram já dois mortos, mobilizavam, pelas 17:00, mais de 1.200 homens, apoiados por 391 viaturas e 12 helicópteros.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), uma pessoa ficou carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha.
Entretanto, a Guarda Nacional Republicana esclareceu em comunicado que foi encontrado cerca das 15:30 um corpo carbonizado na zona florestal do Sobreiro, no concelho de Albergaria-a-Velha.
No domingo, um bombeiro que combatia um incêndio na região de Oliveira de Azeméis morreu vítima de doença súbita.
Foram também contabilizados quatro feridos, sendo que três estão internados no hospital de Aveiro e um quarto foi transferido para os Hospitais da Universidade de Coimbra, informou a proteção civil.
Cerca de 70 pessoas tiveram de ser retiradas e pelo menos cinco imóveis, incluindo habitações, foram atingidos pelas chamas em diferentes incêndios rurais que deflagraram entre domingo e hoje nas regiões Norte e Centro, segundo a Proteção Civil.
Dez mil hectares ardidos entre a Área Metropolitana do Porto e Aveiro
O "complexo de incêndios" que integra os três maiores fogos rurais a lavrar hoje entre a Área Metropolitana do Porto e a região de Aveiro atingiu até ao início da noite 10 mil hectares, segundo a Proteção Civil.
Em conferência de imprensa às 20:00, para um ponto de situação, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou que em causa estão os três incêndios que deflagraram entre domingo e hoje nos concelhos de Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis, atingindo ainda os municípios de Vale de Cambra, Águeda e Aveiro.
Nesta área estavam mobilizados, às 19:30, 1.262 operacionais, apoiados por 437 veículos.
Segundo André Fernandes, neste território, "a área atingida estimada é já de cerca de 30 mil hectares, com potencial estimado de 30 mil hectares que podem arder".
Às 19:30, estavam em curso, no total do continente português, 59 incêndios rurais. Às 20:00, havia 129 ocorrências, entre as mais significativas e de menor dimensão e contabilizando também as que já estavam em resolução.
O comandante nacional recordou que há três mortes a registar nos fogos desde domingo, como tinha já sido anunciado, havendo ainda contabilizados, entre sexta-feira e hoje, dois feridos graves (bombeiros que sofreram queimaduras no fogo de Oliveira de Azeméis), nove feridos ligeiros e seis pessoas assistidas nos locais.
Em diferentes concelhos, pelo menos 60 pessoas foram retiradas de casas e outros espaços, mas na generalidade têm colaborado nas evacuações e, entretanto, "têm voltado". Um hotel e um centro social foram evacuados devido às chamas em Oliveira de Azeméis, estando já novamente em funcionamento.
Ao nível do corte de estradas, havia já ao início da noite "alguma normalização", com a manutenção de cortes nas autoestradas A25, A1 e A13.
Os danos estão ainda a ser apurados, mas as chamas atingiram também, em diferentes municípios, mais de 20 habitações, uma casa de turismo rural, anexos, um armazém, uma exploração pecuária e equipamentos industriais.
Governo prolonga situação de alerta até ao final de quinta-feira
O Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até ao final do dia de quinta-feira, face às previsões meteorológicas, adiantou hoje o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
"Face à situação operacional e ao não desagravamento da situação meteorológica, o Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até às 23:59 do próximo dia 19, ou seja, quinta-feira", disse André Fernandes, comandante nacional da ANEPC, no ponto de situação relativo aos incêndios ativos no território continental, feito pelas 20:00, na sede do organismo.
O Governo tinha decretado no domingo situação de alerta até às 23:59 de terça-feira, devido ao agravamento do risco de incêndios rurais.
Até às 19:30 de hoje foram registadas 205 ocorrências, segundo adiantou André Fernandes, havendo 59 incêndios em curso, 19 dos quais considerados ocorrências significativas, assumindo especial gravidade o "complexo de incêndios" nas localidades de Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis.
A declaração de situação de alerta decorre da elevação do estado de alerta especial do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS) e da necessidade de adotar medidas preventivas e especiais de reação face ao risco de incêndio máximo, muito elevado e elevado, previsto pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em grande parte do território continental.
A situação de alerta implica várias medidas excecionais, como a proibição do acesso e circulação em vários espaços florestais ou a proibição da realização de queimadas e de trabalhos em florestas com recurso a maquinaria (com exceção para as situações de combate a incêndios rurais).
Marcelo e Montenegro acompanham situação na sede da Proteção Civil
O Presidente da República e o primeiro-ministro estão desde perto das 20:00 na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) a acompanhar a evolução do combate aos incêndios, confirmou a Lusa no local.
Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro chegaram à sede da ANEPC, em Carnaxide, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, pouco antes de se iniciar uma conferência de imprensa do comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes.
A comunicação social foi informada de que o chefe de Estado e o chefe do Governo irão prestar declarações, depois de receberem informações sobre a evolução da situação no terreno.
Cinco incêndios de grandes dimensões que lavram no distrito de Aveiro provocaram, desde domingo, três mortos.
A13 em Coimbra cortada ao trânsito. Retomada circulação na A29, A17 e EN109 na zona de Aveiro
A autoestrada A13, entre os nós de Coimbra e da A13-1, em Almalaguês, está cortada ao trânsito devido a um incêndio florestal que atinge a zona de Torres do Mondego, informou a GNR.
De acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) o incêndio que eclodiu às 16:18 na localidade de Carvalhosas, freguesia de Torres de Mondego, em Coimbra, estava às 19:14 a ser combatido por 300 operacionais, apoiados por 82 viaturas e cinco meios aéreos.
Este incêndio, ainda segundo a informação da GNR, está também a provocar condicionamentos de trânsito na estrada nacional (EN) 17.
Já em Viseu e ainda segundo a GNR, um incêndio florestal que eclodiu às 11:53 em Folhadal, no concelho de Nelas, levou ao corte total quer da EN 234 entre Canas de Senhorim e Oliveirinha, quer do IC12 entre Canas de Senhorim e Carregal do Sal.
De acordo com a ANEPC, as chamas em Nelas estão a ser combatidas por 279 operacionais, apoiados por 79 viaturas.
Entretanto, a circulação nas autoestradas A29 e A17 e na Estrada Nacional (EN) 109 já foi retomada depois dos incêndios que hoje lavram no distrito de Aveiro terem obrigado ao seu corte, revelou à Lusa fonte da GNR.
O Comando Territorial da GNR de Aveiro avançou à Lusa que as três vias já estão transitáveis, sem adiantar a hora a que foram reabertas.
Segundo a GNR, permanece cortada a circulação na A1 entre Coimbra norte e Grijó (nó da A41), na A25 entre Angeja e Reigoso (Viseu), e na EN16 entre Cacia e Albergaria-a-Velha.
Cinco incêndios de grandes dimensões no distrito de Aveiro, que hoje provocaram já dois mortos, mobilizavam, pelas 17:00, mais de 1.200 homens, apoiados por 391 viaturas e 12 helicópteros.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), uma pessoa ficou carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha.
Entretanto, a Guarda Nacional Republicana esclareceu em comunicado que foi encontrado cerca das 15:30 um corpo carbonizado na zona florestal do Sobreiro, no concelho de Albergaria-a-Velha.
No domingo, um bombeiro que combatia um incêndio na região de Oliveira de Azeméis morreu vítima de doença súbita.
Foram também contabilizados quatro feridos, sendo que três estão internados no hospital de Aveiro e um quarto foi transferido para os Hospitais da Universidade de Coimbra, informou a proteção civil.
Cerca de 70 pessoas tiveram de ser retiradas e pelo menos cinco imóveis, incluindo habitações, foram atingidos pelas chamas em diferentes incêndios rurais que deflagraram entre domingo e hoje nas regiões Norte e Centro, segundo a Proteção Civil.
Em conferência de imprensa, às 13:00, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou que as evacuações foram registadas nos fogos de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga e Cabeceiras de Basto, e têm "corrido dentro do expectável", com a colaboração das populações.
Portugal pediu ajuda à União Europeia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil e já disponibilizaram meios aéreos França, Itália, Espanha e Grécia, num total de oito canadair.
Dois feridos graves em Nelas e uma aldeia em perigo em Mangualde
Seis pessoas ficaram hoje feridas, duas delas em estado grave, na sequência de dois dos três incêndios ativos em Nelas, disse fonte dos bombeiros.
De acordo com a mesma fonte, no concelho de Mangualde há uma população em risco de ser atingida pelas chamas.
"Há seis pessoas feridas, três do Folhadal e outras três de Vale de Madeiros, entre os 20 anos e os quase 70. Entre eles, há dois em estado grave, que inspiram alguns cuidados", disse à agência Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas.
Guilherme Almeida disse que os dois feridos graves "são entre as pessoas mais velhas que estavam a tentar salvaguardar os seus bens", uma em Folhadal e outra em Vale de Madeiros, freguesia de Canas de Senhorim, Nelas.
O incêndio que teve início em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo, propagou-se ao concelho vizinho de Mangualde e "colocou, neste momento, [cerca das 19:00] uma aldeia em risco, Quintela de Azurara", disse à agência Lusa o segundo-comandante do Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões.
João Cardoso acrescentou que as duas aldeias, Casal das Donas e Sandiães, no concelho de Penalva do Castelo. que estavam em risco de serem atingidas pelas chamas, "já não estão e ficaram livres de perigo".
Todas as escolas de Albergaria-a-Velha vão manter-se encerradas na terça-feira
Todas as escolas no concelho de Albergaria-a-Velha vão estar encerradas na terça-feira devido aos incêndios. O anúncio foi feito no Facebook do município.
Presidente da liga dos bombeiros compara fogos de hoje com outubro de 2017
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) disse que a chuva que caiu durante o verão contribuiu para "alimentar os pastos para as chamas", avançando que os incêndios de hoje fazem lembrar o que aconteceu em outubro de 2017.
"Não tem havido ocorrências [incêndios], quando há ocorrências a situação fica descontrolada", disse à Lusa António Nunes, considerando que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) tem que coordenar e devia ter antecipado o que está acontecer devido às previsões meteorológicos e enviar mais cedo grupos de reforço para o centro e norte do país.
O presidente da LBP sustentou que os principais problemas que se estão hoje a colocar são massa de ar quente e seco e vento forte, a que se junta "alguma chuva que caiu" no verão, ajudando ao crescimento de erva e mato para queimar.
Questionado sobre os dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas da semana passada que davam contam que este ano o número de fogos e a área ardida registavam o valor mais reduzido na década, António Nunes afirmou que "as contas fazem-se no fim".
O mesmo responsável disse ainda que os fogos de hoje fazem lembrar o que aconteceu em 15 de outubro de 2017, quando vários incêndios deflagraram no norte e centro do país.
Segundo o presidente da LBP, cinco bombeiros sofreram ferimentos e um carro dos bombeiros voluntários de Penalva do Castelo (distrito de Viseu) ardeu devido aos incêndios que estão a atingir o país, sobretudo na região Norte e Centro, obrigando ao corte de estradas, ferrovia e encerramento de escolas, além de já terem ardido diversas casas.
Segundo a ANEPC, os fogos provocaram a morte a dois civis e um bombeiro no distrito de Aveiro.
No domingo, o Governo declarou situação de alerta para todo o território do continente até às 23:59 de terça-feira devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.
Portugal pediu ajuda à União Europeia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil e já disponibilizaram meios aéreos França, Itália, Espanha e Grécia, num total de oito aviões 'canadair'.
Os dois aviões pesados enviados por Espanha já estão a atuar no combate aos incêndios.
Bombeiros protegem casas próximo da área urbana de Coimbra
A prioridade dos bombeiros que combatem o incêndio que deflagrou esta tarde nos arredores da cidade de Coimbra é a proteção das habitações, disse à agência Lusa o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil.
O fogo que deflagrou às 16:18 em Carvalhosas, na freguesia das Torres do Mondego, muito perto da área urbana de Coimbra, apresenta três frentes ativas, com cerca de três quilómetros cada uma, adiantou Carlos Luís Tavares.
"É um fogo de vento já na área urbana/florestal da cidade de Coimbra e a nossa prioridade é proteger as casas", referiu o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Coimbra, salientando que as chamas estão por controlar e a evoluir na direção da localidade de Ceira.
Nas localidades de Carvalhosas e Lagoas existem casas em perigo, mas segundo Carlos Luís Tavares existem meios nos locais para garantir a sua proteção.
Às 18:45, o incêndio estava a ser combatido por 247 operacionais, apoiados por 66 veículos e quatro meios aéreos.
Seis bombeiros sofreram ferimentos ligeiros em Gondomar
Seis bombeiros sofreram hoje ferimentos ligeiros, tendo um sido transportado ao hospital, na sequência do incêndio que lavra em Jovim, em Gondomar, distrito do Porto, revelou em comunicado a autarquia. O bombeiro foi transportado para o Hospital Santo António, no Porto.
O incêndio teve início às 13:02 e, "por precaução, e no sentido de evitar a inalação de fumo, foi evacuado o Lar da Santa Casa da Misericórdia de Gondomar, tendo sido retirados 30 idosos. Os idosos foram transportados para o Multiusos de Gondomar, estando acompanhados pelos técnicos do próprio lar e pelos técnicos das áreas da saúde e da ação social da Câmara Municipal de Gondomar", lê-se no comunicado.
Pela mesma razão, continua a nota de imprensa, "foram evacuados três estabelecimentos de ensino -- EB1 de Ramalde (S. Cosme), EB1 de Aguiar (Jovim) e Jardim de Infância de Trás da Serra (Jovim), tendo, dos cerca de 100 alunos dos três estabelecimentos, 20 sido transportados para o Multiusos de Gondomar, tendo, entretanto, já sido recolhidos pelos encarregados de educação".
Permanecem cortadas a Autoestrada 43 (Gondomar a Gens) e a Estrada D. Miguel (entre a rotunda de acesso à A43 e Jovim), lê-se no comunicado.
O município revela ainda que ardeu uma casa devoluta em São Cosme, freguesia vizinha de Jovim onde deflagrou o incêndio.
A contabilidade dos meios, segundo a câmara, assinala 243 operacionais envolvidos no combate às chamas (137 bombeiros voluntários, 80 militares da GNR, sete agentes da PSP, 15 da Polícia Municipal e quatro da empresa de proteção florestal AFOCELCA), apoiados por 37 viaturas e um meio aéreo.
O incêndio, sublinha o município, encontra-se em fase de evolução e com várias frentes ativas.
Lusa
Chamas obrigam a corte da Estrada Nacional 8 na zona da Malveira
Um incêndio rural que está a lavrar desde cerca das 15:30 de hoje em Vale da Guarda, no concelho de Mafra, obrigou ao corte da Estrada Nacional (EN) 8, disse o comandante dos bombeiros da Malveira.
Miguel Oliveira afirmou à agência Lusa que a EN8 se encontra cortada entre as localidades da Malveira e do Jeromelo, no mesmo concelho do distrito de Lisboa, devido ao fogo, que começou em Vale da Guarda, na freguesia do Milharado.
Segundo o comandante, o incêndio não afeta pessoas, nem bens materiais.
De acordo com a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 18:30 o fogo encontrava-se já em resolução, estando no terreno 224 operacionais e 66 veículos.
Pelas 17:30, as chamas estavam a ser combatidas por dois meios aéreos, 249 operacionais e 72 veículos.
Dois feridos graves em incêndio num anexo de habitação na Batalha
Duas pessoas ficaram hoje gravemente feridas num incêndio no anexo de uma habitação em São Mamede, concelho da Batalha, disseram à agência Lusa fontes da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Proteção Civil.
O alerta para o incêndio chegou às autoridades às 16:14, tendo acorrido ao local 26 operacionais apoiados por nove viaturas e um helicóptero que transportou uma das vítimas para uma unidade hospitalar de Lisboa, disse à Lusa fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Leiria.
O outro ferido grave foi levado para o Hospital de Santo André, em Leiria, referiu a mesma fonte, esclarecendo que estiveram no local meios da GNR, Bombeiros Voluntários da Batalha e Instituto Nacional de Emergência Médica.
Segundo a GNR, os feridos graves são um homem de 69 anos e uma mulher de 67 anos, e as circunstâncias do incêndio estão a ser investigadas.
O comandante dos Bombeiros Voluntários da Batalha, Hugo Borges, explicou que pessoas que se encontravam nas imediações relataram ter ouvido uma explosão e depois fumo. "As duas vítimas, um casal, apresentavam queimaduras graves", adiantou.
Perto de cinco mil operacionais combatiam 126 fogos às 17:40
Perto de cinco mil operacionais combatiam às 17:40 de hoje os 126 incêndios ativos em Portugal Continental, sendo o que deflagrou no domingo no concelho de Oliveira de Azeméis aquele que mobiliza mais meios, segundo a Proteção Civil.
De acordo com a informação disponível às 17:40 no 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), no terreno a combater os fogos ativos estavam 4.946 operacionais, apoiados por 1.500 viaturas e 39 meios aéreos.
O incêndio que deflagrou no domingo, às 14:52, na União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz, em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, era o que, às 17:40, concentrava mais meios no local, mobilizando 584 operacionais, apoiados por 198 veículos e seis meios aéreos.
Este incêndio já causou quatro feridos, entre os quais uma bombeira que inspira "mais cuidados".
Desses quatro feridos, três estão internados no hospital de Aveiro e um quarto foi transferido para os Hospitais da Universidade de Coimbra, informou a Proteção Civil.
Ainda no distrito de Aveiro, 272 operacionais, apoiados por 88 viaturas e quatro meios aéreos combatem um incêndio que deflagrou no domingo no concelho de Sever do Vouga.
Também neste distrito, no concelho de Albergaria-a-Velha estavam mobilizados 195 operacionais, apoiados por 57 viaturas e um meio aéreo.
Mais a sul, o incêndio que deflagrou no domingo na freguesia de Louriçal do Campo, no concelho de Castelo Branco, estava às 17:40 a ser combatido por 244 bombeiros, apoiados por 84 viaturas e dois meios aéreos.
No distrito de Lisboa, um incêndio que deflagrou às 15:35 numa zona de mato do concelho de Mafra, mobilizava 223 operacionais, 65 veículos terrestres e dois meios aéreos.
Segundo a ANEPC, uma pessoa ficou carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha.
Cerca de 70 pessoas tiveram de ser retiradas e pelo menos cinco imóveis, incluindo habitações, foram atingidos pelas chamas em diferentes incêndios rurais que deflagraram entre domingo e hoje nas regiões Norte e Centro, segundo a Proteção Civil.
Em conferência de imprensa, às 13:00, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou que as evacuações foram registadas nos fogos de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga e Cabeceiras de Basto, e têm "corrido dentro do expectável", com a colaboração das populações.
Portugal pediu ajuda à União Europeia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil e já foram disponibilizados meios aéreos de França, Itália, Espanha e Grécia, num total de oito canadair.
Fonte do Ministério da Administração Interna disse à Lusa que os dois aviões canadair espanhóis já estão a atuar nos incêndios em Portugal.
As chamas obrigaram a cortes de trânsito em várias vias, tais como a A1 entre Coimbra Norte e Estarreja, A25 entre o Nó Aveiro e Reigoso, a A29 sentido norte-sul entre Estarreja e Angeja, IC2 entre Salreu e Águeda, a EN238 em Sever do Vouga, a EN109 entre Estarreja e Aveiro e a EN16 entre Cacia e Albergaria-a-Velha.
Lusa
Chamas já terão atingido várias habitações em Baião
O incêndio que lavra desde as 10:53 em Baião, no distrito do Porto, já terá consumido várias habitações e é considerado um dos maiores de sempre no concelho, segundo o presidente da câmara, Paulo Pereira.
"É uma tragédia, nunca se viu uma coisa destas", desabafou, admitindo que a situação está neste momento "incontrolável".
O autarca afirmou não conseguir precisar quantas casas foram atingidas pelas chamas, porque esse levantamento ainda decorre. Algumas das habitações estariam devolutas, outras talvez não, acrescentou.
Às 17:56, segundo as autoridades nacionais de proteção civil, o incêndio de Baião estava a ser combatido por 96 bombeiros, apoiados por 28 viaturas e um meio aéreo, dispositivo que o autarca considerou insuficiente face à dimensão do fogo.
A partir da localidade de Gôve, onde deflagrou o incêndio, as chamas evoluíram rapidamente às freguesias de Ancede, Santa Cruz do Douro, Grilo, Santa Leocádia e Mesquinhata.
Na zona, disse, o vento forte e as altas temperaturas têm dificultado o combate.
Comparando com outro incêndio de grande dimensão ocorrido em 2022, Paulo Pereira admite que o atual tem uma intensidade três vezes superior na sua propagação.
Para agravar a situação, indicou, outro fogo rural foi detetado na tarde de hoje (15:53) na zona de Gestaçô, nas proximidades das serras do Marão, Aboboreira e Castelo.
O presidente da câmara receia que, face à insuficiência de meios de combate no terreno, as chamas possam evoluir para zonas florestais de grande valor naquelas serras.
Para esta ocorrência estão mobilizados 30 operacionais e 10 viaturas.
No resto da região do Tâmega e Sousa, têm estado ativos nas últimas horas vários incêndios de menor dimensão, nomeadamente em Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel, Felgueiras e Amarante.
Lusa
Metsola expressa solidariedade com Portugal e anuncia debate sobre assistência da UE
A presidente do Parlamento Europeu (PE) expressou hoje solidariedade para com Portugal pelos incêndios "devastadores" e as cheias noutros países do bloco comunitário e anunciou um debate para avaliar a "prontidão de assistência" na União.
"Assistimos às consequências de fenómenos meteorológicos extremos, cheias na Polónia, Hungria, Áustria, Roménia, República Checa, Eslováquia e Alemanha. São devastadores, assim como são os grandes incêndios em Portugal", disse Roberta Metsola, na abertura da sessão do PE em Estrasburgo (França).
Roberta Metsola acrescentou que nos países da União Europeia (UE) que estão a tentar debelar estes fenómenos está a ser comprovada a capacidade de "ser corajoso sob pressão e de sobrevivência" e que "é um momento para solidariedade europeia".
"No pior dos momentos a nossa população tem de ver o melhor da UE. Deixe-me dizer que vamos fazer o que seja necessário para ajudar e, nesse sentido, os líderes dos grupos políticos concordaram com um debate, a realizar na quarta-feira, sobre a prontidão para assistência crucial nos países e regiões afetadas", completou a presidente do PE. "Estão todos no nosso pensamento", disse ainda.
Lusa
Cinco fogos no distrito de Aveiro mobilizam mais de 1.200 operacionais
Cinco incêndios de grandes dimensões no distrito de Aveiro, que provocaram já dois mortos, mobilizavam, pelas 17h00, mais de 1.200 homens, apoiados por 391 viaturas e 12 helicópteros.
Segundo o 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, dos cinco incêndios significativos no distrito de Aveiro, o que deflagrou no domingo, às 14h52, na União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz, em Oliveira de Azeméis, era o que, pelas 17h00, concentrava mais meios no local, com 614 operacionais, 205 viaturas e cinco helicópteros.
No concelho de Sever do Vouga lavraram à mesma hora dois incêndios, um na freguesia de Sever do Vouga, que deflagrou no domingo, pelas 15h00, estando as chamas a ser combatidas por 242 operacionais, apoiados por 75 carros e cinco helicópteros, e o segundo na freguesia de Pessegueiro do Vouga, que contava com 95 operacionais, apoiados por 28 viaturas e um helicóptero.
Lusa
FlixBus suspende viagens de autocarro em Aveiro e no Porto
A operadora de autocarros FlixBus suspendeu hoje as viagens nas regiões de Aveiro e do Porto devido aos incêndios que deflagram nas zona centro e norte do país, tendo já obrigado a cancelar 92 viagens.
"Neste momento não estão a sair autocarros e/ou viagens em direção a estas regiões", avançou fonte da operadora de transportes.
Devido aos incêndios que deflagram nas regiões de Aveiro e do Porto, a FlixBus cancelou 92 viagens, tendo outras 37 sido afetadas.
Fonte da empresa adiantou que vários autocarros ficaram retidos na estrada devido aos incêndios, não tendo, no entanto, sido registada nenhuma situação preocupante.
Lusa
Vinte casas destruídas pelas chamas em Albergaria-a-Velha
O incêndio que lavra esta segunda-feira em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, já atingiu 20 casas e deixou vários desalojados, tendo causado ainda ferimentos em quatro pessoas, disse o presidente da câmara António Loureiro.
"Neste momento, o incêndio está espalhado pelas seis freguesias e por várias localidades. Temos a lamentar quatro feridos, um deles com alguma gravidade", disse o autarca durante um 'briefing' pelas 14h45.
O presidente da câmara referiu ainda que há 20 casas afetadas pelo incêndio, além de viaturas, dois armazéns, um escritório, tendo ficado várias pessoas desalojadas.
"A câmara já está a montar uma operação para dar alojamento a essas pessoas. Retirámos as pessoas para o Cineteatro Alba, como forma de segurança e dar apoio às pessoas. Agora, durante a tarde, vamos começar a alojar essas pessoas num espaço que vamos criar", acrescentou.
Segundo o autarca, os feridos são pessoas que estavam a tentar apagar os incêndios nas suas habitações.
Acrescentou que o incêndio teve origem nos concelhos vizinhos de Sever do Vouga e Oliveira de Azeméis e depressa se alastrou a Albergaria, devido às condições climatéricas desfavoráveis.
Disse ainda que está a ser "extremamente complexo" gerir este fogo devido à falta de meios porque "os recursos humanos estavam todos afetos a estes dois grandes incêndios", adiantando que os meios aéreos nao podem atuar devido às condições climatéricas.
O autarca apelou ainda às pessoas para ficarem em casa de forma a não colocarem em perigo a sua própria vida: "fechem as casas todas, protejam-se, reguem as casas e os vossos jardins, mas acima de tudo não ponham a vida em perigo".
Fidelidade ativa mecanismo de emergência
Em resultado dos incêndios que estão ativos no centro/norte de Portugal, "a Fidelidade ativou o plano de apoio e de emergência previsto para apoiar rapidamente os seus clientes afetados", informou a seguradora em comunicado às redações.
No âmbito deste plano foram ativadas para o local a viatura posto móvel emergência da Fidelidade, com um supervisor da GEP, empresa de peritagens do Grupo Fidelidade, que poderá prestar apoio e esclarecer as questões dos clientes que eventualmente possam deslocar-se ao local.
Paralelamente, foi criada uma linha telefónica de emergência especificamente para responder a esta situação de forma célere e prioritária, recomendando que os clientes afetados contactem o +351 211 225 112, ou utilizem os canais habituais.
A Fidelidade lamenta as vítimas humanas decorrentes deste incêndio, bem como as perdas materiais resultantes. "Vamos atuar com a máxima diligência para uma resolução rápida e eficaz de todos os processos e para isso, como sempre, contamos com a colaboração e apoio da nossa rede comercial e dos nossos clientes", sublinha.
Dois mortos nos incêndios desta segunda-feira
Duas pessoas morreram hoje nos incêndios de Sever do Vouga e Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Segundo a ANEPC, uma pessoa ficou carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha.
Entretanto, a Guarda Nacional Republicana esclareceu em comunicado que foi encontrado cerca das 15:30 um corpo carbonizado na zona florestal do Sobreiro, no concelho de Albergaria-a-Velha.
"Pelos factos apurados até ao momento, trata-se de um cidadão de nacionalidade brasileira, de 28 anos de idade, funcionário de uma empresa que se dedica à exploração florestal. Este cidadão terá ido, juntamente com outros funcionários da empresa, recuperar alguma maquinaria que se encontrava na zona afetada pelo incêndio", refere a GNR, adiantando que a Polícia Judiciária foi chamada ao local, e assume a investigação da ocorrência.
No domingo, um bombeiro que combatia um incêndio na região de Oliveira de Azeméis morreu vítima de "doença súbita".
Vários incêndios estão hoje a atingir o país, sobretudo na região Norte e Centro, obrigando ao corte de estradas, ferrovia e escolas, além de já terem ardido diversas casas.
No domingo, o Governo declarou situação de alerta para todo o território do continente até às 23:59 de terça-feira devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.
Portugal pediu ajuda à União Europeia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil e já disponibilizaram meios aéreos França, Itália, Espanha e Grécia, num total de oito canadair.
Os dois aviões pesados de Espanha chegaram a Portugal às 17:00.