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Portugal vai ter um novo estádio numa operação de 24 milhões
A Câmara de Famalicão, que é dona do atual estádio e campo de treinos, anunciou as grandes linhas do concurso público internacional para a conceção, construção e exploração do novo recinto, no quadro de uma concessão a privados por um prazo de 50 anos.
O atual presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos, deixou cair em definitivo o projeto apresentado pelo seu antecessor no cargo, Paulo Cunha, que a 12 de outubro de 2018 prometeu avançar com a renovação do Estádio Municipal, tendo mesmo lançado o respetivo concurso público, com a obra orçada em oito milhões de euros.
Mas como a proposta mais barata apresentada a concurso não fazia a obra por menos de 12 milhões de euros, o projeto foi congelado.
A alternativa foi esta sexta-feira apresentada por Mário Passos, nos Paços do Concelho, e é radicalmente diferente, com o autarca a sinalizar que, caso o novo projeto não tenha sucesso, não existe "plano B".
Ora, a autarquia, que é dona do atual estádio e campo de treinos, pretende abrir, nos próximos dias, um concurso público internacional para a conceção, construção e exploração do futuro Estádio Municipal de Famalicão – Complexo Desportivo e Empresarial, com o município a concessionar todos os futuros ativos ao futuro promotor por um período de 53 anos (três "no máximo" para a construção e 50 para a exploração).
A estratégia da autarquia passa por concessionar os terrenos e a edificação, "desafiando promotores privados a olharem para a área onde estão implantados o Estádio Municipal e o campo de treinos e a desenvolverem uma proposta que inclua, obrigatoriamente, a construção do novo estádio".
Para o edil, esta solução "é aquela que está em melhores condições de colocar a obra no terreno sem envolver financiamento municipal e sem hipotecar o futuro das gerações vindouras".
A proposta de abertura do procedimento concursal será discutida na reunião do executivo municipal do próximo dia 6 de março, sendo que a operação para os terrenos onde está localizada a zona desportiva está orçada em 24 milhões de euros.
Os investidores e promotores interessados terão perante si um terreno com uma área total máxima de construção de cerca de 85 mil metros quadrados, onde deverá ser obrigatoriamente construído o estádio municipal, com um espaço mínimo de 19.900 metros quadrados, comportando quatro bancadas cobertas e capacidade para 10 mil lugares sentados; uma zona multifuncional com 2.400 metros quadrados; uma área de estacionamento com sete mil metros quadrados; e 700 metros quadrados para uma área de comércio ligado ao clube.
Estes são "números que podem variar, porque no toca à programação obrigatória estamos a falar de áreas mínimas", apontou Mário Passos.
No final da cerimónia, o presidente da SAD do FC Famalicão não escondeu o seu "otimismo" e "entusiasmo" com o modelo apresentado.
"Acredito que este é um projeto que poderá ser de referência e replicado pelo mundo fora porque não representa apenas um estádio para se jogar de 15 em 15 dias. Pelo que aqui foi apresentado, o estádio e tudo o que o rodeia poderá ser criador de uma nova centralidade para Famalicão, porque o que se pretende é que toda a sua envolvência tenha a capacidade de ser usufruída sete dias por semana", afirmou Miguel Ribeiro, de acordo com um comunicado da Câmara de Famalicão.
"É um projeto que tenho a certeza que vai ter viabilidade", rematou José Pina Ferreira, presidente do Futebol Clube de Famalicão.