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Riscos geopolíticos podem causar "quedas substanciais" nas ações e agravar custos para os países, avisa FMI

No mais recente relatório de estabilidade financeira o FMI inclui os riscos comerciais nos geopolíticos e alerta para o impacto que podem ter na estabilidade e capacidade de solvência do setor financeiro.

LUSA_EPA
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Os riscos geopolíticos, do qual também fazem parte uma guerra comercial, poderão afetar os preços dos ativos e impactar a estabilidade financeira e a capacidade intermediadora dos bancos e das instituições financeiras não bancárias. Esta é uma das conclusões do relatório de estabilidade financeira de abril do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Um aumento dos riscos geopolíticos que se manifeste através de atuais ou potenciais restrições do comércio transfronteiriço e transações financeiras ou conflitos militares pode gerar uma redistribuição de capital e provocar correções abruptas no preço dos ativos", pode ler-se no relatório, publicado esta segunda-feira.

É este efeito nos preços que pode colocar em risco a "estabilidade macrofinanceira através da liquidez e solvência das instituições financeiras e não financeiras".

Os economistas do FMI incluem as tensões comerciais, como a imposição de tarifas, nos riscos geopolíticos, desde que impactem as relações internacionais e a atividade económica. Por exemplo, "o mercado acionista reagiu negativamente aos anúncios de tarifas pela China e os Estados Unidos entre 2018 e 2024". Depois do anúncio de tarifas aos produtos chineses, as ações do país desvalorizaram em média quase 4%, enquanto nos Estados Unidos o efeito adverso gerou uma desvalorização de 1,3%.

"Esta reação sugere alguns efeitos, possivelmente devido à antecipação de tarifas retaliatórias, à interligação das empresas através da exposição das receitas e das cadeias de abastecimento, ao potencial impacto na procura ou a um aumento geral da incerteza e da aversão ao risco por parte dos investidores", justificam.

Apesar de reconhecer um impacto "modesto" nos preços dos ativos na maioria dos riscos geopolíticos, os economistas do FMI salientam que o impacto é maior quando se trata de conflitos militares que podem levar "a quedas substanciais no preço das ações e aumento do prémio de risco das dívidas soberanas". Este efeito pode até chegar aos parceiros comerciais do país em guerra: "as ações das empresas são significativamente mais baixas de o principal parceiro comercial de um país estiver envolvido num conflito militar internacional".

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