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Alívio temporário de tarifas anima Europa. Stoxx 600 sobe quase 3%
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.
Alívio temporário de tarifas anima Europa. Stoxx 600 sobe quase 3%
As bolsas europeias encerraram a sessão desta segunda-feira com subidas substanciais, num momento em que os investidores correm para os ativos de risco e se focam na "earnings season" do bloco.
A Casa Branca afirmou este fim de semana que irá isentar de tarifas alguns produtos importados, como "chips", computadores e smartphones, conduzindo as ações de tecnologia a um pequeno "rally", enquanto as preocupações sobre uma guerra comercial mais alargada amenizam, aliviando o sentimento de preocupação e incerteza que tem reinado sobre os investidores.
O "benchmark" para a negociação europeia, o Stoxx 600, encerrou a sessão a valorizar 2,69% para 499,89 pontos, com todas as praças e setores no verde. Os setores da banca e do retalho foram os que mais influenciaram a subida do Stoxx, com subidas de mais de 3%.
As ações europeias têm sofrido grandes oscilações nas últimas semanas, e, desde o início do ano, o índice de referência europeu caiu 1,5% e cerca de 7,4% desde que as tarifas de Trump entraram em vigor, a 2 de abril.
A volatilidade levou a que o Goldman Sachs cortasse a sua previsão para o Stoxx 600 para os próximos doze meses. É a segunda vez este mês que o banco norte-americano revê em baixa as previsões, antecipando ainda mais descidas e deixando o alerta de que as tarifas dos EUA e um euro mais forte podem prejudicar os lucros empresariais do bloco europeu.
Os lucros do primeiro trimestre podem revelar se as tarifas já estão a ter um impacto nas empresas, uma vez que estas foram obrigadas a reavaliar as cadeias de abastecimento. "Há obviamente uma incerteza muito grande em relação às tarifas, com as coisas a mudarem rapidamente e um mercado frágil a limitar qualquer recuperação", afirmou Susana Cruz, estratega da Panmure Liberum, à Bloomberg.
Entre os principais movimentos de mercado, tecnológicas como a ASML, a Prosus e a SAP registaram ganhos entre os 2% e os 4% depois do anúncio da Casa Branca.
A LVMH, dona de marcas como a Louis Vuitton, subiu mais de 1%, ainda que a holding tenha registado uma quebra de 3% nas vendas do primeiro trimestre.
Entre os principais índices, o alemão DAX subiu 2,85%, o britânico FTSE ganhou 2,14% e o francês CAC acelerou 2,37%. Ainda, o espanhol IBEX somou 2,64%, o neerlandês AEX valorizou 2,41% e o italiano FTSE MIB somou 2,88%.
Alívio significativo de juros na Zona Euro. Itália lidera descidas
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviaram de forma significativa na primeira sessão da semana, numa altura em que as bolsas europeias terminaram a sessão no verde, com os investidores a preferirem ativos de risco.
As negociações no mercado obrigacionista acalmaram após duas semanas de grande volatilidade, uma vez que os investidores avaliam o impacto a longo prazo das tarifas dos EUA. Os analistas consultados pela Bloomberg dizem que o aumento das tarifas nos EUA vai fazer com que a inflação na Zona Euro seja mais baixa do que o previsto, reforçando a hipótese de o Banco Central Europeu reduzir as taxas de juro na reunião de política monetária desta semana. Os analistas esperam também que a economia cresça 0,8% este ano, uma ligeira revisão em baixa.
A "yield" das "Bunds" alemãs a dez anos, que serve de referência para a Zona Euro, recuou 5,8 pontos base para 2,507%, enquanto os juros das obrigações francesas, com a mesma maturidade, cederam 8 pontos para 3,269%.
Já nos países do sul da Europa, os juros das dívidas portuguesas e espanholas, também a dez anos, aliviam 8,8 e 8,6 pontos para 3,087% e 3,209%, respetivamente.
Em Itália, a "yield" das obrigações registaram o maior recuo entre os pares da Zona Euro, ao ceder 13,3 pontos para 3,675%, isto depois também de o S&P Global Ratings ter aumentado o "rating" da dívida italiana para BBB+, citando uma melhoria nos indicadores económicos do país numa altura em que crescem os ventos contrários a nível externo.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas aliviaram 9,7 pontos base para 4,657%.
Dólar cai pelo quinto dia seguido e atinge mínimos de meio ano
O dólar continua a perder terreno face ao euro, num momento em que os investidores reavaliam o papel da nota verde como um ativo refúgio, enquanto ainda pairam preocupações sobre o crescimento económico dos EUA e sobre as reviravoltas na política comercial do Presidente dos EUA, Donald Trump.
O Morgan Stanley disse que a pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas e outras isenções concedidas durante o fim de semana "diminuem a probabilidade de uma recessão a curto prazo", citou a Reuters. Ainda assim, acreditam que o vai-e-vem da política ainda é suscetível de exacerbar a incerteza para as empresas e os consumidores.
O dólar estende as perdas pela quinta sessão consecutiva. O euro sobe 0,11% para 1,1367 dólares, enquanto o índice do dólar, que mede a força da nota verde face aos pares, cede 0,43% para 99,67 pontos, o nível mais baixo desde outubro. Já face à divisa nipónica, o dólar perde 0,47% para 142,86 ienes.
Ouro afunda 1%. Apetite pelo risco supera procura por ativos-refúgio
Após ter atingido mais um recorde esta manhã, acima dos 3.245 dólares por onça, o ouro inverteu a trajetória e está agora a cair mais de 1%, à medida que o apetite pelo risco dos investidores aumenta, isto depois de a Casa Branca ter excluído alguns produtos, como smartphones, computadores e "chips" das tarifas recíprocas de Donald Trump.
A procura de ativos-refúgio perde, assim, terreno e o ouro escorrega 1,19% para 3.199,16 dólares por onça - isto depois de, apenas na semana passada, o metal amarelo ter valorizado 6,6%.
Ainda assim, os analistas consultados pela Reuters acreditam que o ouro ainda tem espaço para brilhar, caso a incerteza em relação à política comercial dos EUA com o resto do mundo continuar. Depois de ter anunciado isenção de tarifas a alguns produtos, Trump prometeu dar mais detalhes sobre esta medida esta segunda-feira.
A guerra comercial entre os EUA e a China, que escalou a semana passada com um "pingue pongue" de tarifas recíprocas, agitou os mercados em todo o mundo e levou a que os investidores corressem para comprar o metal amarelo, visto como uma proteção contra a incerteza geopolítica e económica.
Desta forma, o Goldman Sachs está mais otimista quanto aos preços do ouro e antecipa agora que a onça do metal atinja os 3.700 dólares no final deste ano e alcance os 4 mil dólares em meados de 2026, citando a maior procura dos bancos centrais e o aumento do risco de recessão global.
Corte das previsões da OPEP derrama preços do petróleo
Os preços do petróleo estão a perder terreno esta segunda-feira, isto depois de a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter revisto em baixa o crescimento da procura mundial por "ouro negro", o que alimenta os receios do mercado sobre uma recessão global, o que iria impactar a procura de energia.
O Brent – que serve de referência para o mercado europeu - perde 0,39% para 61,26 dólares por barril. Já o West Texas Intermediate (WTI) – utilizado no mercado norte-americano – desvaloriza 0,12% para 64,68 dólares.
Num relatório esta segunda-feira publicado, o cartel indicou que a procura por crude iria subir 1,3 milhões de barris por dia este ano e 1,28 milhões em 2026. Ambas as previsões ficam 150 mil barris abaixo das previsões apontadas no mês passado. Para justificar a descida, a OPEP cita o impacto das tarifas de Donald Trump e os dados de procura do primeiro trimestre.
O corte surge depois de a EIA (Energy Information Administration) ter também revisto em baixa estes números, a par da descida do JP Morgan, que prevê que o Brent atinja os 66 dólares. Já o Goldman Sachs aponta para os 63 dólares e acrescenta que espera que haja grandes excedentes de crude no mercado este ano, estimando um excesso de 800 mil barris por dia.
A limitar as cotações de maiores quedas está a isenção de tarifas dos EUA a produtos como smartphones, computadores e chips. A medida veio aliviar o sentimento do mercado, já que é mais um passo à frente na resolução da guerra comercial. No entanto, a incerteza persiste, sobretudo entre os EUA e a China.
Nem o aumento das importações de petróleo da China em março animaram os mercados. Pequim aumentou de forma significativa as suas compras em relação aos dois primeiros meses do ano: as importações subiram quase 5% em relação ao ano anterior, impulsionadas pelo petróleo iraniano e por uma recuperação das entregas russas.
Tecnológicas impulsionam Wall Street. Apple pula 7%
As bolsas norte-americanas arrancaram a primeira sessão da semana em alta, impulsionadas pelo "rally" nas ações de tecnologia, isto depois de a Casa Branca ter admitido isentar de tarifas alguns produtos eletrónicos, como smartphones e semicondutores.
O adiamento que Donald Trump anunciou na imposição de tarifas está a levar a que os investidores acreditem que haverá mais espaço para negociações destas taxas, e que, assim, estes produtos possam evitar o pior impacto das tarifas.
Embora a possibilidade de que uma política menos agressiva sobre as tecnológicas tenha sido suficiente para fazer subir as ações do setor (que têm sido das mais atingidas este ano), os estrategas de Wall Street continuam a deixar avisos sobre os problemas que se avizinham. Beata Manthey, do Citigroup, reviu em baixa a opinião sobre as ações dos EUA e o Morgan Stanley baixou as perspectivas sobre os lucros das cotadas.
"O consumo de eletrónica é uma das maiores parcelas do total das importações da China para os EUA e aliviará consideravelmente o impacto em algumas empresas, como a Apple", afirmou Derek Halpenny, do MUFG. "Mas isto dificilmente vai ajudar a restaurar a confiança dos investidores", acrescentou.
O S&P 500 salta 1,35% para 5.435,68 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite sobe 1,71% para 17.010,95 pontos, enquanto o industrial Dow Jones valoriza 1% para 40.611,59 pontos.
Entre as "megacaps", a Apple arrancou a sessão a subir 7%, a Tesla soma 0,9%, a Alphabet ganha 1,45%, a Nvidia ganha 0,5%, a Microsoft avança 0,8%. Em contraciclo, a Amazon e a Meta caem 1%e 0,27%, respetivamente.
Os resultados trimestrais da banca norte-americana continua também a animar o sentimento dos investidores. Esta manhã, o Goldman Sachs anunciou uma subida de 15% no lucro relativo ao primeiro trimestre, para 4,7mil milhões de dólares, acima das expetativas dos analistas ouvidos pela Bloomberg. As ações sobem mais de 1%.
O Presidente dos EUA disse que daria mais detalhes sobre a isenção de tarifas esta segunda-feira, pelo que os mercados aguardam por qualquer desenvolvimento.
Taxa Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a sexta-feira e no prazo mais curto para um novo mínimo desde janeiro de 2023.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 2,252%, ficou acima da taxa a seis meses (2,212%) e da taxa a 12 meses (2,126%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, caiu hoje, ao ser fixada em 2,212%, menos 0,032 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também recuou, para 2,126%, menos 0,041 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, desceu hoje, ao ser fixada em 2,252%, menos 0,027 pontos e um novo mínimo desde 5 de janeiro de 2023.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se esta semana, em 16 e 17 de abril em Frankfurt.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.
Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu na reunião de março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.
Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente que nos meses anteriores.
A média da Euribor a três, a seis e a 12 meses em março desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Nova "pausa" nas tarifas dá força à Europa. Stoxx 600 avança mais de 2%
As bolsas europeias arrancaram a primeira sessão da semana com ganhos avultados, numa altura em que uma nova "pausa" nas tarifas dá força às principais praças da região. As atenções dos investidores vira-se também para a época de resultados, com a LVMH – dona de marcas como a Louis Vuitton – a apresentar contas ao mercado após o fim da sessão.
O "benchmark" para a negociação europeia, Stoxx 600, avança 2,04% esta manhã, com o setor tecnológico a registar um dos melhores desempenhos. Este movimento acontece em reação à isenção temporária de tarifas de produtos eletrónicos, como smartphones e semicondutores, anunciada pela Casa Branca na sexta-feira.
Apesar dos avanços registados esta manhã, o Stoxx 600 continua com um saldo negativo em 2025. O adensar da guerra comercial entre os EUA e o resto do mundo lançou o pânico nos mercados e provocou um "sell-off" das ações mundiais, com o principal índice europeu a registar perdas de cerca de 8% desde o infame "Dia da Libertação".
"Há ainda uma grande incerteza em torno das tarifas. As coisas estão a mudar muito rapidamente e o mercado está demasiado frágil para conseguir recuperar", explica Susana Cruz, estratega da Panmure Liberum, à Bloomberg. Neste contexto, a analista acredita que os resultados do primeiro trimestre não terão grande impacto na negociação, com os investidores a preferirem focar as suas atenções nas previsões para o resto do ano.
Entre as principais movimentações de mercado, a seguradora Ageas avança 1,84% para 52,65 euros, depois de ter chegado a um acordo com a Bain Capital para comprar a Esure por 1,3 mil milhões de libras. Por sua vez, a LVMH valoriza 1,14% para 530,40 euros em antecipação aos resultados da empresa dedicada ao setor de luxo.
As principais praças europeias registam todas ganhos expressivos em torno dos 2%. Madrid avança 1,82%, Frankfurt sobe 2,42%, Paris cresce 2,22%, Londres valoriza 1,92%, Amesterdão salta 2,38%, enquanto Milão regista um acréscimo de 2,23%. Os ganhos em Lisboa são menos expressivos, mas mesmo assim o PSI valoriza 1,31%.
Juros aliviam na Zona Euro com tarifas ainda em foco
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar esta manhã, numa altura em que os investidores continuam a avaliar o impacto das tarifas nas economias mundiais. A porta da negociação parece estar cada vez mais aberta, depois de Donald Trump ter anunciado uma isenção - temporária - a uma série de produtos eletrónicos, como smartphones e semicondutores.
A "yield" das "Bunds" alemãs a dez anos, que serve de referência para a Zona Euro, recua 1,4 pontos base para 2,550%, enquantos os juros das obrigações francesas, com a mesma maturidade, cedem 2,7 pontos para 3,322%.
Já nos países do sul da Europa, os juros das dívidas portuguesas e espanholas, também a dez anos, aliviam ambos 3,8 pontos para 3,137% e 3,257%, respetivamente, enquanto a "yield" das obrigações italianas registam o maior recuo entre os pares da Zona Euro, ao ceder 6,4 pontos para 3,745%.
O S&P Global Ratings decidiu aumentar o "rating" da dívida italiana para BBB+, citando uma melhoria nos indicadores económicos do país numa altura em que crescem os ventos contrários a nível externo.
Fora da Zona Euro, os juros das "Tresuries" norte-americanas perdem 3,2 pontos para 4,458%, enquanto as obrigações britânicas cedem 5,7 pontos para 4,697%.
Dólar continua em queda e negoceia em torno de mínimos de três anos
O dólar continua com dificuldades em afirmar-se, depois de ter caído para mínimos de três anos na sexta-feira e numa altura em que os investidores continuam bastante apreensivos com o futuro económico dos EUA.
Os mercados preparam-se, agora, para mais uma semana que pode ser extremamente volátil, com os avanços e recuos de Donald Trump em relação às tarifas recíprocas a espalharem a confusão entre os investidores. Na sexta-feira, Washington anunciou que iria isentar uma série de produtos eletrónicos de tarifas, mas, uns dias depois, o Presidente dos EUA veio clarificar que esta suspensão é apenas temporária.
Neste contexto, o euro avança 0,29% para 1,1388 dólares, depois de ter alcançado máximos de três anos face à "nota verde" na sexta-feira. Já face ao franco suíço, a divisa norte-americana está a conseguir recuperar ligeiramente das perdas registadas na semana passada, quando atingiu mínimos de quase dez anos.
Os investidores estão cada vez menos confiantes no dólar, numa altura em que as "Tresuries" norte-americanas têm enfrentado um grande "sell-off". O euro afirma-se, assim, como o ativo predileto dos investidores no meio da incerteza dos mercados e o analista da IG, Tony Sycamore, vê a moeda comum europeia a chegar aos 1,20 dólares "em finais de julho ou inícios de agosto", de acordo com a Reuters.
Já face ao iene, o dólar continua numa trajetória descendente. O ministro da Economia japonês e o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, vão-se reunir esta segunda-feira para discutir as tarifas de Donald Trump e as políticas cambiais dos dois países devem fazer parte da agenda de negociações. A esta hora, o dólar recua 0,33% para 143,07 ienes.
Ouro atinge novo máximo histórico com confusão gerada pelas tarifas de Trump
A confusão gerada pelos avanços e recuos nas tarifas do presidente norte-americano, Donald Trump, está a aumentar a procura por "ativos-refúgio", o que tem favorecido o ouro. Esta segunda-feira, o metal amarelo em barras subiu para um novo máximo histórico, acima dos 3.245 dólares por onça, superando o recorde de sexta-feira.
A esta hora, a trajetória ascendente já se inverteu, estando agora o ouro a cair 0,18% para 3.231,67 dólares por onça.
A subida do ouro acontece numa altura em que o dólar cai a pique. Isto porque um dólar norte-americano mais fraco torna o ouro mais barato para os investidores, uma vez que o seu preço é definido na moeda dos Estados Unidos. Na semana passada, o ouro ganhou mais de 6%, apoiado pela queda contínua do dólar.
A maior procura pelo ouro é explicada pela grande incerteza com que os mercados estão a avaliar as mais recentes notícias sobre a política comercial de Donald Trump. Este domingo, o presidente dos Estados Unidos sinalizou que está a planear tarifas separadas para produtos eletrónicos, como computadores e tablets.
Além do ouro, a prata está a subir 0,80% para 32,17 dólares por onça, e a platina está a crescer 0,87% para 956,46 dólares.
Petróleo recupera após semana de grandes perdas
O barril de petróleo está a recuperar ligeiramente, depois de ter registado uma semana bastante negativa. A guerra comercial que se desenha entre os EUA e o resto do mundo, com a China à cabeça, pressionou os preços do crude para mínimos de quatro anos, mas uma pausa anunciada nas tarifas a alguns produtos eletrónicos está a dar alguma força a matéria-prima esta manhã.
O Brent – que serve de referência para o mercado europeu - avança 0,31% para 64,94 dólares por barril, depois de ter chegado a cair abaixo da barreira dos 60 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI) – utilizado no mercado norte-americano – acelera 0,31% para 61,69 dólares. Os dois crudes de referência encerraram uma semana bastante volátil com perdas superiores a 3% - a segunda semana consecutiva de desvalorizações.
No entanto, a impedir maiores ganhos nos preços do petróleo estão as negociações encetadas entre os EUA e o Irão. Representantes dos dois países reuniram-se, pela primeira vez desde 2022, em Omã assinalando um novo esforço para resolver um impasse que se arrasta há anos em torno do programa nuclear de Teerão. Ambas as partes concordaram em reunir-se novamente, o que, em etapas finais, pode levar a um alívio das sanções ao crude iraniano.
O barril de petróleo tem enfrentando grande volatilidade na negociação nas últimas semanas. A decisão da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) de abrir ainda mais as torneiras já em maio não ajudou o cenário antagónico global aos preços do crude, numa altura em que Donald Trump também tem apontado para um aumento da produção da matéria-prima em solo norte-americano.
"Apesar do mercado já ter incorporado alguns aumentos nos ‘stocks’ de crude das principais economias, ainda prevemos um grande excedente", lê-se numa nota do Goldman Sachs, acedida pela Bloomberg. Os analistas do banco norte-americano estimam que o mercado petrolífero enfrente um excedente de 800 mil barris por dia este ano. O preço do Brent deve rondar os 63 dólares em 2025.
Com tecnológicas fora da mira de Trump, Ásia e Europa aceleram para o verde
Apesar de Donald Trump ter avisado que é apenas uma pausa temporária, o anúncio que a Casa Branca pretende suspender as tarifas a smartphones, computadores e chips importados está a dar alento aos mercados globais. As bolsas asiáticas encerraram a primeira sessão da semana em alta, enquanto as principais praças europeias apontam para o verde, com o Euro Stoxx a ganhar 2,4% no "pre-market".
As isenções admitidas por Washington abrangem quase 390 mil milhões de dólares em importações dos EUA, segundo contas da Bloomberg com base nas estatísticas comerciais oficiais dos EUA de 2024. Por agora, empresas como a Apple conseguem ficar de fora da mira de Trump, mas o Presidente dos EUA já deu a entender que esta pausa é apenas uma etapa processual no seu esforço de redesenhar o comércio global.
"Os mercados estão desesperados por algum otimismo e vão aceitar qualquer alívio que possam encontrar, especialmente quando se trata de um grande setor como o eletrónico", explica Vishnu Varathan, estratega do Mizuho Bank. A China vai ser a principal afetada por esta medida, numa altura em que Washington mostra-se disposto a negociar com Pequim a magnitude das tarifas impostas a produtos oriundos da nação asiática.
Neste contexto, o Hang Seng, de Hong Kong, com grande exposição ao setor tecnológico, encerrou a sessão a valorizar 2,3%, enquanto o Shanghai Composite ficou-se por ganhos de 0,7%. O setor automóvel esteve ainda a beneficiar de notícias de que a China e a União Europeia arrancaram negociações para substituir as tarifas que os carros elétricos enfrentam na região por um preço mínimo a que estes veículos podem ser vendidos.
Pelo Japão, o Nikkei 225 e o Topix também encerraram em alta, com o primeiro a crescer 1,92% e o segundo a avançar 1,63%. O país já se encontra a negociar com Donald Trump e o principal representante das relações comerciais nipónicas, Akazawa Ryosei, tem visita agendada aos EUA esta semana.
Entre as restantes principais praças asiáticas, o sul-coreano Kospi cresceu 0,98%, enquanto o australiano S&P/ASX 200 valorizou 1,35%. Os mercados indianos estiveram encerrados devido a feriado.