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Polónia passa Portugal como destino de investimento, mas perspetivas melhoram para 2024

Dados da EY apontam para uma redução de 11% no número de projetos de investimento direto estrangeiro, com o país a cair para 7.º principal destino europeu.

O estatuto do residente não habitual foi lançado em 2009 com o objetivo de atrair cidadãos com elevado poder de compra e profissionais qualificados.
Ernesto Barroso
17 de Setembro de 2024 às 11:18
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Portugal ficou no ano passado em pior posição na capacidade de atração de investimento direto estrangeiro, com uma redução de 11% nos projetos captados e com a queda de um lugar no ranking Attractiveness Survey, da consultora EY, sendo ultrapassado pela Polónia.

O estudo da consultora, apresentado nesta terça-feira em Lisboa, indica que após dois anos consecutivos de subida no número de projetos de investimento, registou-se uma diminuição, de 248 para 221, no ano passado. 

Com esta diminuição, Portugal caiu de 7.º para 6.º principal destino europeu de investimento direto estrangeiro, num ranking que foi liderado por França, seguido de Reino Unido, Alemanha, Turquia, Espanha e Polónia no último ano. Atrás de Portugal, ficaram Bélgica, Itália e, finalmente, Países Baixos.

Portugal ficou longe de ser o único país europeu penalizado na atração de novo capital estrangeiro para projetos de investimento num ano marcado por uma forte subida das taxas de juro e maior incerteza, com os países europeus a perderem transversalmente capacidade de atração.

Entre os dez maiores destinos de investimento da Europa, apenas Reino Unido (subida de 2%), Turquia (17%) e Países Baixos (7%) obtiveram ganhos face ao ano anterior em termos de número de projetos captados.

No caso da Polónia - com 229 projetos de investimento direto estrangeiro, e também com uma queda de 3% face ao ano anterior - os dados da EY destacam um grande número de novos projetos com origem nos Estados Unidos no país, permitindo uma melhor posição relativa face a Portugal.

No que diz respeito à caracterização dos projetos de investimento, predominaram à semelhança de anos anteriores os chamados centros de serviços, com 36% dos projetos na área de software e tecnologias de informação e 21% nos serviços de apoio a empresas. Os transportes e a logística representam, nos dados, também uma fatia de 7%, com a restante fatia (36%) a não ser discriminada por áreas.

Já no que diz respeito à origem do investimento, mais de metade dos investidores têm origem ainda noutros países da União Europeia, com 114 projetos. Os Estados Unidos tiveram, por outro lado, a liderança no que toca a países terceiros - com 39 projetos e aumentando os investimentos face aos números de 2021, do último estudo - sendo seguidos por Reino Unido (20) e Brasil (15). 

Apesar da diminuição no número investimentos em 2023, o estudo da EY assinala que cerca de metade dos projetos disseram respeito à expansão de atividades, num sinal de que boa parte dos investidores aposta no país no longo prazo.

Por outro lado, os dados do inquérito EY indicam que os planos para o ano em curso já deverão entregar melhores resultados a Portugal. São 84% os inquiridos da EY que declaram querer investir pela primeira vez ou reforçar o investimento feito em Portugal em 2024 (a média de intenções semelhantes para os países europeus está nos 72%). 

Trata-se de um máximo de sempre nos planos de investimento sondados pela consultora, após marcas de 31% em 2018, de 26% em 2020, e de 62% em 2022.

Para obter estes dados, a EY indica que ouviu um universo de 200 epresas, mais de metade das quais localizadas na Europa ocidental (54%), seguindo-se a América do Norte (19%), o Norte da Europa (17%), Ásia (7%) e Brasil (3%).

Cerca de um terço das empresas inquiridas, 30%, atua no setor industrial, havendo ainda 28% dos inquiridos classificados como atuando em setores de alta tecnologia, 18% nos serviços empresariais, 14% nos serviços ao consumidor, 6% nos serviços financeiros e 4% no setor químico e farmacêutico,

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