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Investimento direto estrangeiro totalizou 4,1 mil milhões na primeira metade do ano
Montante compara com 2 mil milhões investidos no primeiro semestre de 2023. Aumento deveu-se sobretudo "ao investimento realizado por investidores não residentes no capital de entidades portuguesas". Dos 4,1 mil milhões, mais de um terço foram aplicados em investimento imobiliário.
O investimento direto estrangeiro (IDE) em Portugal totalizou 4,1 mil milhões de euros no primeiro semestre do ano, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP). Do total de transações de IDE efetuadas nesse período, 1,6 mil milhões de euros foram aplicados em investimento imobiliário, mesmo com o fim dos vistos gold.
O montante transferido pelos investidores estrangeiros em Portugal na primeira metade deste ano compara com 2 mil milhões de transações de IDE relativas ao primeiro semestre de 2023. Esse aumento deu-se sobretudo devido "ao investimento realizado por investidores não residentes no capital de entidades portuguesas (4,3 mil milhões de euros)", explica o banco liderado por Mário Centeno.
Os países europeus foram os que mais investiram em Portugal entre janeiro e junho. Só no segundo trimestre, foram transferidos por investidores europeus cerca de 2,7 mil milhões de euros. Com uma diferença significativa, surge a América em segundo lugar na lista de continentes com mais transações de IDE para Portugal, com 282 milhões de euros transferidos entre abril e junho.
Em sentido contrário, as transações de investimento direto de Portugal no exterior (IPE) totalizaram 2,6 mil milhões de euros no primeiro semestre. O valor compara com 3,4 mil milhões de euros registados em igual período do ano passado. No IPE, "destacou-se o investimento realizado por investidores portugueses em entidades residentes em países do continente europeu".
Com o aumento desses dois fluxos de investimento, o stock de IDE atingiu 184 mil milhões de euros no primeiro semestre do ano, enquanto o stock de IPE subiu para 67,6 mil milhões de euros. No que toca ao IDE, o stock total corresponde a 67% do PIB português. Já o stock de IPE representa 25% do PIB nacional.
"Desde 2008 que ambos os stocks têm aumentado, embora a ritmos diferentes: o IDE mais do que duplicou entre o final de 2008 e o primeiro semestre de 2024, enquanto o IPE cresceu 29%. Quando medidos em percentagem do PIB, o peso do IDE aumentou 22 pontos percentuais, mas o peso do IPE reduziu-se 5 pontos percentuais", indica o BdP.
Em relação ao IDE, o BdP dá ainda conta que os setores de atividade económica das "Outras atividades" e das "Indústrias, eletricidade, gás e água" mantiveram-se, no primeiro semestre como os que mais investimento direto atraíam. As "Outras Atividades" representavam 39% do stock de IDE em Portugal, enquanto as "Indústrias, eletricidade, gás e água" representavam 14% do stock.
Dentro das "Outras Atividades", destacavam-se a "Educação, saúde, outras atividades de serviços sociais e pessoais e outras atividades", incluindo as atividades financeiras e de seguros (40,9 mil milhões de euros), e as "Atividades de consultoria e administrativas" (22,5 mil milhões de euros), como agregados que concentravam maior valor de IDE.
(notícia atualizada às 11:51)