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Fundo alemão de 500 mil milhões vai "impulsionar setor da construção", diz DBRS

Agência de notação acredita que fundo alemão vai dar um novo fulgor ao setor da construção e fazer a atividade crescer acima dos níveis observados na década de 1990.

Fundo alemão motivou ganhos para as empresas mais expostas ao setor da construção DR
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A coligação que venceu as eleições na Alemanha anunciou esta semana um fundo de 500 mil milhões de euros que se destina a investimento em infraestruturas e defesa. A DBRS Morningstar considera que este fundo será uma tábua de salvação para o setor da construção, que se tem apresentado instável. 

A DBRS lembra que "as estreitas condições financeiras e fraco sentimento empresarial pesaram sobre o setor da construção", tanto que no ano passado o valor bruto acrescentado por esta atividade à economia ficou 18% abaixo dos níveis alcançados em 2020. 

Apesar da atenção que tem sido dada à aposta alemã na defesa, a DBRS foca-se mais na vertente da construção, indicando que este apoio será essencial para financiar projetos de infraestruturas públicas, como estradas, pontes, ferrovia e habitação nos próximos 10 anos. "Prevemos que a implementação destes projetos impulsione significativamente a atividade de construção, possivelmente para níveis vistos, pela última vez, na década de 1990", aquando da reunificação da Alemanha.

"Acreditamos que o fundo proposto de 500 mil milhões de euros provavelmente terá um efeito semelhante, impulsionando o Governo e os gastos do setor privado na atividade de construção, aumentando assim a procura por serviços de construção em toda a cadeia de valor", lê-se na nota. Entre os maiores beneficiários desta medida estarão a Thyssenkrupp, maior fabricante de aço, e empresas como Bilfinger.

Contudo, não só empresas ligadas diretamente a este setor serão positivamente influenciadas. Também empresas envolvidas na construção relacionadas com a indústria de energia renovável, como a Siemens Energy, deverão ver um aumento nos pedidos devido aos investimentos na rede de energia.

Já se sentem efeitos

Com notícias positivas a surgirem da fragilizada economia germânica, o mercado está a reagir em conformidade. 

A Siemens Energy, uma das empresas visadas no relatório da DBRS Morningstar, está a subir 6,51% para 58,86 euros esta quinta-feira, enquanto a Thyssenkrupp cresce de forma mais modesta: 2,91% para 9,26 euros. 

Embora a Mota-Engil esteja a desvalorizar, 3,82% para 3,27 euros, a construtora portuguesa deu sinais positivos ao disparar quase 13% na sessão de quarta-feira, 5 de março, após a coligação alemã anunciar a infraestrutura. 

Todo o setor europeu da construção registou ganhos superiores a 5,5%, enquanto o setor da defesa valorizou 3,7%.

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