Portugal tem um parque automóvel muito envelhecido. Há 1,6 milhões de veículos com mais de 20 anos, sendo a idade média de 14,1 anos. São carros poluentes que a ACAP quer tirar das estradas, propondo que seja criado um verdadeiro programa de incentivo para abater 40 mil veículos em que sejam atribuídos apoios à compra de carros novos de baixas emissões, ou seja, não apenas elétricos.

"A proposta da ACAP para 2026 prevê um novo programa de incentivo à renovação do parque automóvel, com critérios claros para aquisição e abate de veículos", pensado para ter o mesmo impacto daquele que existiu no final da primeira década deste século. Ao contrário de um "programa que durou quatro dias", como criticou Pedro Lazarino, vice-presidente da ACAP, referindo-se ao do Fundo Ambiental, este teria impacto no mercado.

A associação, que vai apresentar esta proposta aos partidos políticos que vão concorrer nas legislativas de 18 de maio, propõe um programa que leve à retirada de 40 mil automóveis em fim de vida das estradas, sendo os seus proprietários apoiados com "cheques" de 4.000 ou 5.000 euros. Atualmente, o incentivo pela introdução no consumo de veículos ligeiros de passageiros de emissões nulas paga 4.000 euros para a compra de um carro elétrico.

O programa defendido pela ACAP dá 5.000 euros para quem comprar um 100% elétrico, mas 4.000 euros no caso de a aquisição ser de um modelo eletrificado, ou seja, pode ser um híbrido. A ideia é que mesmo sendo um híbrido, contribuirá para a redução das emissões de CO2.

E além de o incentivo poder ser utilizado na compra de um carro novo, a ACAP quer que possa ser descontado também na aquisição de modelos com matrícula até um ano. A ideia é que os carros de demonstração, nomeadamente os elétricos, também possam ser escoados com este apoio.