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Montenegro entende que não há alternativa às eleições antecipadas
O líder do PSD e chefe do Governo rejeita deixar o país a viver "um ano ou um ano e meio de instabilidade quando pode resolver essa instabilidade em dois meses".
O presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse hoje que lhe parece não haver alternativa a eleições antecipadas, garantindo que é sua responsabilidade "evitar que Portugal seja um país envolto em lama".
"A minha responsabilidade, [e] parece que não há alternativa a isso, é devolver aos portugueses a capacidade que só eles têm de escolher o que querem para Portugal", disse hoje Luís Montenegro num almoço do PSD no âmbito do Dia da Mulher, na Maia (distrito do Porto).
"Nunca foi o meu desejo, nunca foi e tenho a noção que os portugueses nem sequer percebem porque é que isso vai acontecer, mas eu tenho a obrigação, pela responsabilidade que me está confiada, de saber antecipar os problemas", afirmou.
O líder do PSD e chefe do Governo rejeitou deixar o país a viver "um ano ou um ano e meio de instabilidade quando pode resolver essa instabilidade em dois meses".
"E é com este sentido de responsabilidade, que não tem a ver comigo, tem a ver com o país, que nós na terça-feira vamos discutir uma moção de confiança e o parlamento vai dizer [se] o Governo tem todas as condições para governar, ou se não tem os portugueses serão chamados a intervir", concuir.
Sem falar aos jornalistas quer à chegada, quer à saída da Quinta do Geraldino, na Maia, após o Observador ter noticiado na sexta-feira à noite que a empresa Spinumviva recebeu 194 mil euros do pai do candidato do PSD à Câmara de Braga, Luís Montenegro disse, porém, que está a preparar as respostas escritas ao BE e ao Chega sobre o caso da empresa.
"Até vou antecipar os prazos. Os 30 dias que estão à minha disposição serão antecipados, nomeadamente para estas últimas perguntas que dois partidos me remeteram. Espero ter tempo, no fim de semana, para poder terminar essas respostas", disse Luís Montenegro durante o seu discurso.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já admitiu a realização de eleições antecipadas em maio, após o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter anunciado uma moção de confiança ao Governo que será discutida no parlamento na terça-feira e que tem chumbo anunciado pelos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, implicando a demissão do executivo.
O voto de confiança foi anunciado por Luís Montenegro na terça-feira, no arranque do debate da moção de censura do PCP (rejeitada com a abstenção do PS), e em que voltou a garantir que "não foi avençado" nem violou deveres de exclusividade com a empresa familiar Spinumviva.
Se a moção for rejeitada, o chefe de Estado já disse que convocará os partidos ao Palácio de Belém "se possível para o dia seguinte" e o Conselho de Estado "para dois dias depois" -- os dois passos obrigatórios antes da dissolução do parlamento -, e admitiu eleições a 11 ou 18 de maio, que seriam as terceiras legislativas antecipadas em três anos.
Notícia atualizada às 17h21 com informação adicional