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Pedro Nuno Santos acusa Montenegro de querer "arrastar para lama" PSD, Governo e o país

Com o país em plena crise política, Pedro Nuno Santos considera que Montenegro "só se pode mesmo queixar de si próprio e não é dos portugueses, não é dos partidos políticos".

Rodrigo Antunes/Lusa
08 de Março de 2025 às 19:46
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O secretário-geral do PS acusa o primeiro-ministro de "estar na lama" para a qual arrastou PSD, Governo e agora querer levar também o país, voltando a sugerir que Montenegro "esteve avençado" durante quase um ano.

À entrada para a apresentação da candidatura à presidência da Câmara de Lisboa de Alexandra Leitão, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre as palavras do presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, que afirmou não parecer haver alternativa a eleições antecipadas, garantindo que é sua responsabilidade "evitar que Portugal seja um país envolto em lama".

"Não deixa de ser caricato, porque quem criou a lama foi Luís Montenegro. Luís Montenegro está na lama, arrastou o PSD e o seu governo para a lama e agora quer atirar o país para a lama", acusou.

Pedro Nuno Santos considerou que Montenegro "só se pode mesmo queixar de si próprio e não é dos portugueses, não é dos partidos políticos".

"Tem que se deixar de vitimizar, assumir as responsabilidades, porque aquilo que nós precisamos é de um primeiro-ministro com coragem, com frontalidade, com transparência e não alguém que se esconda sempre atrás dos outros, que responsabiliza toda a gente e revela ainda não ter percebido que nós infelizmente estamos nesta situação por causa dele e de mais ninguém", acusou.

Questionado se também não vê alternativa a eleições antecipadas, o líder do PS acusou Luís Montenegro de fugir "do apuramento da verdade, como o diabo foge da cruz".

"E, portanto, tudo vale para evitar o inquérito, nomeadamente a Comissão Parlamentar de Inquérito e o esclarecimento. Já não basta dar respostas. É preciso conseguir convencer-nos a todos de que nós não tivemos, o que já é cada vez mais difícil, não tivemos um primeiro-ministro avançado durante quase um ano", avisou.

O parlamento debate na próxima terça-feira uma moção de confiança apresentada pelo Governo minoritário PSD/CDS-PP, que tem chumbo anunciado, com o PS, que tinha anunciado dois dias antes uma comissão de inquérito ao caso, a advertir que não a viabilizará. A rejeição de um voto de confiança implica a demissão do Governo. O Presidente da República, face a este cenário, já antecipou que as datas possíveis para realizar legislativas antecipadas o mais breve possível é em 11 ou 18 de maio.

A atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.

No dia 27, o Expresso noticia que a empresa Solverde, de exploração hoteleira e de casinos, com sede em Espinho, tem uma avença com a empresa Spniumviva de 4500 euros mensais pela prestação de serviços e, no dia seguinte, a Spinumviva divulga o nome de vários clientes.

Luís Montenegro anunciou no dia 01 de março que a Spinumviva passaria a ser detida apenas pelos filhos e deu algumas explicações sobre a empresa. Na mesma declaração admitiu apresentar uma moção de confiança caso os partidos parlamentares não dessem garantias de que o executivo teria condições para governar. O PCP anunciou logo de seguida a apresentação de uma moção de censura, que foi chumbada, apenas 12 dias depois de o parlamento ter rejeitado uma outra, do Chega.

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