Os minerais críticos, na maioria metais, mudam consoante quem elabora as listas, sejam países ou organizações. No caso da União Europeia (UE), são listados 34 elementos e denominam-se "matérias-primas críticas". Dentro desses 34 minerais, estão 17 elementos químicos da tabela periódica, a que se dá o nome terras raras. Mas, na verdade, não são terras nem são raras. 
 
São assim conhecidos porque, quando foram descobertos no século XIX, acreditava-se que eram raros porque eram encontrados em pequenas quantidades, dentro de determinados minerais. Além disso, estão na maioria das vezes dispersos, o que torna a prospeção e extração um desafio, além de ser dispendiosa. 

As terras raras são habitualmente usadas na eletrónica, em televisores, tablets e telemóveis. E também nos catalisadores automóveis e nas baterias recarregáveis.  

O interesse de Trump na Ucrânia 

O presidente dos Estados Unidos vê na concessão das terras raras da Ucrânia uma forma de compensar a ajuda enviada a Kiev nos últimos anos, depois da invasão russa. 

Mas a verdadeira ambição de Donald Trump é reforçar o poder das "big Tech" norte-americanas e, para tal, é necessário garantir estes recursos naturais. É quase impossível encontrar, hoje em dia, uma peça de tecnologia moderna que não contenha um elemento de terras raras. 
 
O pacto prevê a criação de um fundo controlado pelos Estados Unidos para administrar as receitas provenientes da exploração de minerais. A Ucrânia tem mais de uma centena de grandes depósitos de minerais críticos, além de reservas de petróleo e gás natural. Tem também titânio, lítio e as maiores reservas de urânio da Europa. 
 
Em troca, Kiev quer que Trump apoie a guerra contra a Rússia e que os Estados Unidos participem na definição dos termos de uma eventual paz. A extração dos recursos naturais é vista como uma estratégia de longo prazo para fortalecer a economia do país no pós-guerra.