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Crescimento da economia de Angola abranda este ano para 2,9%
Expansão mais lenta nos setores petrolíferos e diamantíferos terá impacto no crescimento da economia angolana, antecipa a Oxford Economics.
A consultora Oxford Economics prevê que o crescimento económico de Angola vai abrandar de 4,4%, no ano passado, para 2,9% este ano, devido a um desempenho modesto dos setores petrolífero e diamantífero.
"Antecipamos que a economia angolana vá abrandar em 2025 devido a uma expansão mais lenta nos setores petrolíferos e diamantíferos", escrevem os analistas do departamento africano desta consultora britânica, num comentário enviado aos clientes, e a que a Lusa teve hoje acesso.
Os analistas consideram que "a elevada inflação e os esforços de consolidação orçamental vão também limitar o potencial de crescimento mais elevado do Produto Interno Bruto".
Os mais recentes dados sobre a economia de Angola mostram um crescimento de 4,4% no ano passado, ligeiramente abaixo da previsão da Oxford Economics, que esperava uma expansão de 4,5%, e surgem dias depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter concluído uma avaliação da economia do país, ao abrigo do artigo IV, a análise anual à economia dos países membros do Fundo.
Para o FMI, Angola enfrenta o risco de ver as reformas comprometidas devido à aproximação de eleições que, apesar de serem apenas daqui a dois anos, podem prejudicar os esforços de consolidação orçamental, que o Fundo quer ver aprofundados.
A luta política "pode adiar a implementação de reformas chave, nomeadamente o fim dos subsídios aos combustíveis e a arrecadação de receitas internas, acelerando ao mesmo tempo as despesas de capital", diz o relatório consultado pela Lusa.
O FMI realça que a situação orçamental ficou mais frágil, apesar da diminuição da dívida pública para 64% do PIB em 2024 e o aumento de 20% nas receitas petrolíferas, devido ao fraco desempenho das receitas não petrolíferas, derrapagens nas despesas de capital e uma reforma mais lenta dos subsídios aos combustíveis que conduziram a um défice orçamental global de 1% do PIB (em comparação com um excedente de 1,3% do PIB em 2023).
O FMI diz que a economia angolana recuperou em 2024 para 3,8% (face a 1% em 2023), divergindo face aos números do Instituto Nacional de Estatísticas, que apontam para um crescimento de 4,4%, mas nota que a dependência do petróleo continua a pesar no crescimento de médio prazo, tendo em conta a volatilidade dos preços e da produção desta matéria-prima, que representa 95% das exportações e 60% das receitas fiscais do país africano.
De acordo com a Folha de Informação Rápida relativa às contas do IV trimestre, esta variação positiva é atribuída fundamentalmente às atividades de Extração de diamantes, Minerais metálicos e outros (44,8%); Transportes e armazenagem (10,4%); Pesca (12,2%); Eletricidade e água (6,5%); Comércio (4,6%); Outros serviços (4,9%); Administração Pública, Defesa e Segurança Social Obrigatória (4,3%), Agropecuária (3,5%) e Extração e refinação de petróleo (2,8%).