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Depois do diretor-geral, Governo afasta "número 2" da DGEG que estava no cargo há menos de um ano

Maria da Graça Carvalho utiliza o mesmo argumento para o afastamento do subdiretor-geral, apontando que surge da "necessidade de imprimir uma nova dinâmica aos serviços da DGEG" e da "implementação de novas orientações à gestão".

Ministra do Ambiente e Energia cessou a comissão de serviço do subdiretor-geral da DGEG com efeitos a 29 de setembro.
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Depois de ter afastado Jerónimo Cunha do cargo de "número 1" na Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, cessou também a comissão de serviço do subdiretor-geral, Bruno Sousa.

Ambos tinham sido nomeados há menos de um ano pelo anterior ministro Duarte Cordeiro, do governo então liderado por António Costa. A sua entrada na DGEG, em 2023, seguiu-se ao afastamento direto pela tutela de João Bernardo da liderança da entidade pública, depois de este ter alertado publicamente para problemas graves ao nível da falta de centenas de quadros e automóveis na frota, o que dificulta o trabalho da DGEG, sobretudo ao nível do licenciamento de projetos de energia renovável. 

Num despacho publicado, esta segunda-feira, em Diário da República, Maria da Graça Carvalho justifica o afastamento de Bruno Sousa "considerando a necessidade de imprimir uma nova dinâmica aos serviços da DGEG, bem como a implementação de novas orientações à gestão desta direção-geral, para que seja alcançada uma efetiva melhoria na execução das políticas a prosseguir nos domínios da energia e dos recursos geológicos e mineiros, designadamente tornando mais eficaz e eficiente a sua atuação na resposta à execução dos programas de financiamento cuja competência lhe está cometida, bem como a celeridade dos procedimentos de licenciamento".

Trata-se da mesma justificação dada para o afastamento do diretor-geral Jerónimo Cunha, antigo adjunto de João Galamba quando este era secretário de Estado da Energia (2018-2022), que liderava a DGEG desde 1 de setembro de 2023, e que foi agora substituído por Paulo Carmona. Quadro da ADENE - Agência para a Energia, Jerónimo Cunha já não se encontra neste momento a trabalhar na DGEG, tendo o seu último dia de vínculo à entidade sido a 30 de agosto. Neste momento, está já de regresso à ADENE, sabe o Negócios. 

Por seu lado Bruno Sousa, licenciado em Direito, com especialização em Administração Pública e Contratação Pública, tinha sido designado a 1 de outubro de 2023. Tendo em conta que o despacho, agora publicado, produz efeitos a 29 de setembro, o sub-diretor-geral não chega a completar um ano no cargo, pelo que não terá direito a qualquer tipo de indemnização.

As mexidas acontecem numa altura em que o Governo estará a preparar-se para uma reorganização profunda no setor da energia, que poderá passar pela fusão dos cinco organismos que hoje em dia têm funções que se cruzam: a DGEG, o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), a ADENE - Agência para a Energia e a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM).

Como noticiou anteriormente o Negócios, o Executivo de Luís Montenegro tem em vista uma fusão das cinco entidades  num único instituto público, o que permitirá dar "mais robustez financeira e administrativa" ao setor, que o nome de Paulo Carmona - o novo diretor-geral da DGEG - o nome apontado para encabeçar a nova entidade. 

No entanto, o Ministério do Ambiente e da Energia (MAEN) veio entretanto assegurar que "o Governo não está a trabalhar na formação de uma agência que junte a DGEG, a ADENE e a ENSE". 

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