A Seat decidiu "suspender a venda" dos carros com motores que podem integrar o esquema de manipulação de emissões do grupo Volkswagen. A medida vigora até que a fabricante alemã avance com mais informação para a resolução do caso.

À semelhança do que aconteceu em Espanha, onde as vendas também já foram suspensas, estão apenas integrados os veículos que cumprem a normativa Euro V, que vigorou até Setembro de 2014. Em Espanha, estão em "stock" mais de três mil veículos nestas condições.

Já em Portugal ficarão bloqueados 50 automóveis nos concessionários portugueses. O Seat Leon, um dos modelos de sucesso da marca, não está afectado, garantiu fonte oficial da marca ao Negócios.

A Seat recorda que os proprietários de veículos que tenham sido alvo deste esquema de manipulação de emissões serão contactados pela marca, que cobrirá todos os custos ligados à operação de recolha.

A Seat, filial espanhola do grupo Volkswagen, instalou a tecnologia que permite manipular os níveis de emissões poluentes em 700 mil carros. Segundo um porta-voz da empresa, citado pela Reuters, a Seat está agora a apurar quantos carros foram vendidos em cada país.

A companhia informou que irá disponibilizar no seu "site" um motor de busca para que os clientes possam confirmar se os seus veículos foram afectados.

O Negócios procurou também entrar em contacto com a SIVA, a importadora das marcas Volkswagen, Audi e Skoda, também englobadas nesta polémica. Até ao momento, não foi possível obter qualquer reacção por parte da mesma. A única posição tomada publicamente pela SIVA remete ao passado fim-de-semana.

"Em relação aos veículos da Volkswagen abrangidos pelas discrepâncias de emissões, reafirmamos que todos os motores a diesel que cumpram a norma Euro VI respondem aos requisitos legais e aos padrões ambientais podendo ser vendidos sem qualquer limitação", informou na altura.

O grupo Volkswagen admitiu ter instalado "dispositivos manipuladores" de emissões poluentes em 11 milhões de veículos em todo o mundo. A Volkswagen tem cinco milhões, a Audi 2,1 milhões, a Skoda 1,2 milhões e a Seat outros 700 mil. As contas fecham com 1,8 milhões de veículos utilitários, número que também foi divulgado esta terça-feira, 29 de Setembro.

O escândalo está a marcar a actualidade noticiosa e já obrigou a empresa a tomar medidas. Depois da demissão de Martin Winterkorn, Matthias Müller foi escolhido como o novo CEO do grupo.

A nova gestão da Volkswagen terá de apresentar uma solução ao regulador alemão até ao próximo dia 7 de Outubro, garantindo o cumprimento das normas de emissões poluentes. Só naquele país contam-se quase três milhões de carros afectados.

No caso de a Volkswagen falhar esta meta, o KBA poderá retirar a homologação dos modelos afectados. Tal cenário representaria a proibição de venda e de circulação dos modelos afectados nas estradas alemãs.

O grupo automóvel já informou que prevê reparar em breve e de forma gratuita os veículos afectados. Outubro é apresentado como o mês para o arranque dessa operação.