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Ao minuto14h45

Governo decreta dia de luto nacional para amanhã

Vários incêndios continuam a assolar sobretudo o centro e norte do país, sem darem tréguas aos meios de combate. O Governo decretou dia de luto nacional para amanhã em homenagem às vítimas.

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14h39

Encontrados bidões com combustível "dissimulados" junto a zona florestal em Ovar

A PSP apreendeu na quarta-feira à noite dois bidões com material inflamável que foram encontrados junto a uma zona florestal em Ovar no distrito de Aveiro, informou hoje aquela força policial.

Em comunicado, a PSP esclareceu que os bidões foram detetados por agentes da Esquadra de Ovar, durante uma missão de prevenção criminal junto de zonas florestais, na sequência da grave situação desencadeada pelos incêndios no distrito.

Segundo a Polícia, os referidos bidões estavam "abandonados na berma de uma estrada situada no limite da área florestal, próxima a uma zona residencial e comercial da cidade".

"Os bidões, que estavam dissimulados entre ervas, foram apreendidos como medida cautelar", refere a mesma nota.

14h33

Fogos deixam rastro de prejuízos em Vila Pouca de Aguiar

Os incêndios que lavram em Vila Pouca de Aguiar já deixaram um rasto de destruição e prejuízos: Leopoldo perdeu um armazém e o negócio de flores, António viu destruir pinhal e castanheiros e Tiago cerca de 100 colmeias.

António Silva, 65 anos, está de plantão junto a um pinhal que ardeu na aldeia de Vilela da Cabugueira, freguesia de Bragado. De madrugada foi alertado para um reacendimento e, conjuntamente com o filho e o neto, conseguiu travar a progressão das chamas.

"Continuamos aqui a trabalhar para que isto não pegue outra vez e expanda o fogo para outros lados", afirmou à agência Lusa.

Com um trator com uma cisterna espalharam água e fizeram também "corta matos", cavando a terra para cortar o mato.

Há dois dias que António Silva não descansa por causa da ameaça dos incêndios que deflagraram em Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real.

"Isto tem sido um inferno", frisou, calculando um prejuízo muito elevado já que lhe arderam cerca de seis hectares de floresta de onde retirava rendimento, através das cortiça, madeira e lenha para venda, bem como cerca de 300 castanheiros.

Disse que o mais importante foi o fogo não ter chegado a sua casa e garantiu que não vai baixar os braços.

"Tornar a plantar tudo de novo vai ser um bocado difícil, mas vou replantar tudo, só se a saúde não me der hipótese", sublinhou.

O presidente da Junta do Bragado, João Videira, disse que arderam terrenos baldios e privados ocupados com pinheiro bravo e sobreiras, terrenos agrícolas com árvores de fruto.

"Em Vilela da Cabugueira ardeu cerca de 80% da área da aldeia, arderam muitos hectares", frisou, salientando que os populares se empenharam na proteção dos seus bens, numa altura em que os operacionais no terreno não eram suficientes para tantas ocorrências.

Foi, frisou, "o possível". "Fez-se muito trabalho, embora tenha ardido muita área".

Leopoldo Chousal, 65 anos, viu arder um armazém, em Sabroso de Aguiar, onde tinha o escritório da empresa de importação e exportação de flores e hortícolas, documentação, máquinas, empilhadoras, arcas frigoríficas grandes e plantas.

"Tudo, tudo o que se utiliza numa empresa ficou destruído, irrecuperável", afirmou o empresário espanhol, que se instalou nesta localidade em 1995.

Leopoldo Chousal calcula um prejuízo na ordem dos 450 a 500 mil euros.

"A verdade é que estou um pouco confuso, fiquei paralisado quando vi que o incêndio estava ali à frente e não conseguia fazer nada. Por isso vou a Espanha passar uns dias para ver se me recupero, mas não sei o que vou fazer da minha vida", frisou.

A empresa trabalha com cerca de 60 agricultores, escoando as suas produções para Espanha.

"Ainda não fiz o apanhado total, mas morreram muitos enxames e à volta de cem colmeias", afirmou Tiago Salgueiro, 43 anos, que se dedica à apicultura, na freguesia de Telões, como um complemento da sua atividade.

E, para as colmeias que sobreviveram, explicou que vai ser preciso proceder à sua alimentação.

"A maior perda foi mesmo a fauna e a flora, foi a vegetação que, durante os próximos dois a três anos, vai ser quase zero. Foram duas serras que arderam todas. Isso foi o maior prejuízo", frisou.

O presidente da Junta de Telões, Luís Sousa, disse que esta freguesia "perdeu praticamente todo o seu perímetro florestal" e que os produtores ficaram "com zero pasto" para os animais, classificando a situação como "muito preocupante".

Foi nesta freguesia, na aldeia de Zimão, que uma casa ardeu, deixando um homem na casa dos 50 anos desalojado.

Luís Sousa referiu que o homem está temporariamente em casa do irmão.

"As casas ficaram todas em risco, porque aquilo era qualquer coisa de outro mundo. Só visto", contou, referindo que esta foi a aldeia "mais fustigada".

Um relatório preliminar indica que os quatro incêndios que deflagraram no concelho de Vila Pouca de Aguiar na segunda-feira queimaram uma área de cerca de 8.000 hectares de floresta, mato e propriedades agrícolas

Hoje mantêm-se ativo o fogo em Sabroso de Aguiar que, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, está a ser combatido por 124 operacionais, com o apoio de 40 viaturas.

14h32

Covelo de Paiva em Castro Daire rodeado por chamas há quatro dias

Covelo de Paiva vive rodeada de chamas há quatro dias e a população não dorme há três noites, porque apesar de o fogo não ter entrado na população, ainda não saiu da periferia.

"Andamos aqui há três noites sem dormir. Vamo-nos revezando para ir ajudando no que conseguimos. Agora, o objetivo é salvaguardar este pavilhão, já retirámos os animais e material agrícola, mas temos de proteger o máximo que conseguimos", disse à agência Lusa Cláudia Ferreira.

O pavilhão fica a poucos metros do cemitério de Covelo de Paiva, "a poucos metros da aldeia" e, pelo caminho, "é muito eucalipto, carvalho, pinheiro e muito mato".

Com Cláudia Ferreira andam outros populares, como Carla Guerreiro, que contou que, "por precaução, as pessoas mais idosas já foram retiradas de casa na quarta-feira para casa de filhos e familiares que estão em zonas mais seguras".

"Não foram muitas, umas quatro, cinco pessoas com mais idade e por precaução. Por enquanto, a população está calma. Tem de ser, temos de manter a calma para tudo correr bem", acrescentou Cláudia Ferreira.

Carla Guerreiro adiantou que em Covelo de Paiva, concelho de Castro Daire, vivem, "nesta altura do ano, pouco mais de 40 pessoas, mas no verão mais do que quadruplica e, hoje, muitos nem foram trabalhar".

"Nós estamos com as chamas à porta, desde que começou em Vila Nova de Paiva, mas seguiu pelo sul, por Gaviões para o lado de Castro Daire. Ontem [quarta-feira] deu a volta e está de regresso aqui. Hoje está mais complicado", considerou.

Covelo de Paiva faz fronteira com Vila Nova de Paiva e com Viseu e hoje à noite o incêndio "virou-se novamente" para o lado desta localidade que pertence à freguesia de Moledo.

"Desde que começou em Vila Nova de Paiva que estamos em vigia, porque a qualquer hora mudam os ventos. Tanto nos pode chegar por Quintâs [freguesia de Côta], concelho de Viseu, por Gavião, que é concelho de Castro Daire e já ardeu esta noite, já lá andámos a ajudar", disse.

Carla Guerreiro disse ainda que, "felizmente, durante a noite chegou muita ajuda de bombeiros, o que permitiu que o fogo não entrasse em Covelo de Paiva, porque a uma determinada hora estava controlado, mas no início da noite descontrolou tudo".

"A aldeia não foi evacuada, os bombeiros ajudaram muito", afirmou Carla Guerreiro.

No local, e desde quarta-feira, estavam, acima de tudo veículos e bombeiros voluntários da região da grande Lisboa.

À agência Lusa, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire, Paulo Almeida, adiantou que "tendo em conta os ventos e a direção que as chamas levam, está a ser feito um reforço de meios, especialmente aéreos para a zona" de Covelo de Paiva.

"Vila Meã, Casais do Monte, Nogueirinha, Gaviões, Covelo de Paiva... são tudo aldeias que estão na linha de fogo constantemente, porque estão na direção de Vila Nova de Paiva, de onde veio o incêndio", apontou Paulo Almeida.

14h30

Situaçao ainda é complexa, mas chuva pode provocar deslizamentos nas zonas dos fogos

A Proteção Civil indicou hoje que as próximas 12 horas "ainda vão ser complexas" em relação aos incêndios, mas alertou para a chuva forte que pode provocar deslizamento de terras nas zonas afetadas pelos fogos dos últimos dias.

"A situação do ponto de vista meteorológico durante o dia de hoje tende a ter uma melhoria em relação aos incêndios rurais, contudo as próximas 12 horas ainda são complexas. Com esta alteração da meteorologia é expectável que possa haver algum vento intenso. Quem está no terreno, os operacionais e a população, têm de ter atenção às rotações dos ventos e às alterações das frentes do fogo que ainda estão ativas", disse aos jornalistas o comandante nacional de emergência e proteção civil.

Na conferência de imprensa realizada na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) em Carnaxide, Oeiras, para fazer um ponto de situação dos incêndios que lavram nas regiões do norte e centro de Portugal desde domingo, André Fernandes avançou que a "situação meteorológica vai alterar-se ao longo dia de hoje, a partir das 20:00", estando previstos aguaceiros que vão começar na região sul do país e estender-se gradualmente para as zonas centro e norte.

O comandante nacional alertou para que sejam tomadas algumas medidas preventivas sobretudo nas zonas afetadas pelos incêndios, onde a chuva poderá ser "pontualmente forte" na sexta-feira e sábado.

Segundo André Fernandes, as áreas afetadas pelos incêndios rurais vão ficar sem coberto vegetal, ficando assim "mais expostas e vulneráveis à precipitação" e pode "ocorrer o arrastamento de objetos soltos para as vias rodoviárias" e deslizamento de terras.

13h42

Mais de 121 mil hectares arderam em Portugal continental desde domingo

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas zonas atingidas pelos incêndios nos últimos dias, nas regiões norte e centro, já arderam 100.492 hectares.

As zonas mais afetadas localizam-se nas regiões de Aveiro, Tâmega e Sousa, Viseu Dão Lafões e Área Metropolitana do Porto, que totalizam 100.492 hectares de área ardida, 83% da área ardida em todo o território nacional.

De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização do total de área ardida desde domingo chega aos 121.342 hectares.

Uma das zonas mais críticas continua a ser na Região de Aveiro, que inclui as zonas entre Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Águeda, onde a área ardida mais aumentou em relação ao dia anterior, contabilizando-se agora 26.784 hectares, mais 4.819 hectares do que na quarta-feira.

A sub-região de Viseu Dão Lafões é a mais afetada pelos incêndios que lavram desde o fim de semana, com 36.358 hectares de área ardida.

Na sub-região do Tâmega e Sousa, que inclui as zonas entre Felgueiras e Marco de Canaveses, o sistema Copernicus contabiliza 21.581 hectares de área ardida desde segunda-feira.

Com 15.769 hectares de área ardida desde domingo, a Área Metropolitana do Porto segue-se entre as zonas mais afetadas, sobretudo devido aos incêndios nas zonas de Arouca, Castro Daire e Gondomar.

Na sub-região do Ave, arderam 9.877 hectares, contabilizando-se ainda 8.636 hectares de área ardida no Alto Tâmega.

A área ardida em Portugal continental este ano totaliza já, segundo o sistema Copernicus, 139.819 hectares consumidos por 168 incêndios significativos (com 30 hectares ou mais de área ardida) contabilizados pelo sistema europeu de observação da Terra.

Nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país morreram sete pessoas, embora oficialmente a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apenas contabilize cinco, excluindo da contabilização duas pessoas que morreram de doença súbita no contexto dos fogos.

Cerca de 120 pessoas ficaram feridas, dezenas de casas foram destruídas e as autoridades cortaram estradas e autoestradas.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.

13h31

Dominados os fogos de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria e Águeda

O complexo de incêndios que afetou desde domingo as zonas de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda está dominado e em fase de resolução, revelou hoje a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

"O complexo de incêndios de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda está neste momento dominado. Estes quatro incêndios estão em resolução, mas ainda se mantém um dispositivo robusto no terreno, em virtude de ser expectável que haja algumas reativações que podem ser com alguma intensidade. Estão dominados, mas carecem ainda de preocupação e acompanhamento no terreno", disse o comandante nacional André Fernandes.

Em declarações à comunicação social no ponto de situação sobre os incêndios, realizado na sede da ANEPC, em Carnaxide (concelho de Oeiras), André Fernandes atualizou ainda o total de vítimas desde domingo para 166, incluindo cinco mortos, 71 pessoas assistidas (sem necessidade de tratamento hospitalar), 78 feridos ligeiros e 12 feridos graves.

13h05

Mais de 1.500 operacionais combatiam às 12:00 oito fogos significativos em curso

Oito incêndios rurais mais significativos mobilizavam cerca das 12:00 de hoje, no continente português, mais de 1.500 operacionais e mais de uma dezena de meios aéreos, segundos dados da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

No 'site' deste organismo, contabilizavam-se ao final da manhã um total de 82 fogos rurais (de entre as três tipologias definidas pela Proteção Civil: povoamento florestal, mato e agrícola), nos quais estavam destacados 3.858 operacionais, 1.200 veículos e 13 meios aéreos.

Das 82 ocorrências, 12 eram consideradas significativas (pela sua dimensão e/ou duração) e, destas, quatro estavam já em resolução, duas das quais no concelho de Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, ocupando ainda cerca de 900 elementos das forças de socorro e segurança. Ambas tiveram início no domingo.

Dominados mantinham-se também os fogos que deflagraram no domingo à tarde em Palmaz, concelho de Oliveira de Azeméis - outra das maiores ocorrências dos últimos dias, também no distrito de Aveiro, que mobilizava ainda mais de 200 operacionais -- e na tarde de segunda-feira, em Folhadal, no município de Nelas, distrito de Viseu (neste caso, continuam no terreno cerca de uma centena de operacionais).

Dos oito fogos em povoamento florestal e mato sinalizados cerca das 12:00 como estando ainda em curso (ou seja, sem estarem dominados) nas "ocorrências significativas" registadas pela ANEPC, destacavam-se dois no concelho de Castro Daire, no distrito de Viseu, com um dispositivo global de combate de cerca de 650 elementos, perto de 200 viaturas e 12 meios aéreos.

Apesar de no 'site' estarem indicadas estas duas ocorrências no município -- uma com início na segunda-feira à noite em Soutelo e outra na terça à tarde em Pinheiro -, o presidente da câmara, Paulo Almeida, referiu cerca das 10:00 que havia perto de uma dezena de frentes ativas no território, num cenário "extremamente preocupante". Dos 380 quilómetros quadrados do concelho, terão ardido, segundo o autarca, perto de 30 mil hectares.

Ainda no distrito de Viseu, estava em destaque o fogo que deflagrou em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo, na segunda-feira de madrugada (mais de 260 operacionais e de 60 veículos mobilizados), e, já no distrito de Vila Real, a Proteção Civil dava conta de que o combate às chamas mobilizava cerca de centena e meia de operacionais nos concelhos de Alijó e Vila Pouca de Aguiar, em incêndios que deflagraram na terça-feira.

Mais de 300 elementos das forças de socorro e segurança, com uma centena de veículos e três meios aéreos, combatiam às 12:00 as chamas em Arouca (distrito de Viseu, numa ocorrência iniciada na quarta-feira em Alvarenga), enquanto no distrito do Porto, em fogos que deflagraram na terça-feira em Santo Tirso (Monte Córdova) e Amarante (Carneiro) o dispositivo reunia mais de 150 operacionais e meia centena de viaturas em terra, além de um meio aéreo.

13h02

Governo decreta dia de luto nacional para amanhã

O Governo decretou luto nacional para esta sexta-feira, 20 de setembro, na sequência das vítimas mortais dos incêndios que assolam o país nos últimos dias, indicou fonte oficial do Executivo ao Negócios.

Esta foi uma das deliberações do Conselho de Ministros que se realiza esta quinta-feira.

Os incêndios rurais já consumiram mais de 100 mil hectares e provocaram sete mortes nos últimos dias.

11h45

Concelho de Castro Daire tem "cerca de 12 frentes ativas

O presidente do município de Castro Daire alertou hoje que a situação dos incêndios é "ainda extremamente preocupante" e referiu que este concelho do distrito de Viseu tem "cerca de 12 frentes ativas".

"A situação continua ainda extremamente preocupante", afirmou Paulo Almeida, pelas 10:00, referindo que no concelho, com 380 quilómetros quadrados, terão ardido "cerca de 30 mil hectares", havendo "ainda cerca de 12 frentes ativas em vários pontos do concelho".

O autarca alertou que "estes 30 mil hectares ardidos podem ter reacendimentos a qualquer momento" e explicou que "é o que tem vindo também a acontecer".

"As condições climatéricas melhoraram um bocadinho, o que também é uma ajuda. Tivemos também reforços de meios durante a noite, mais operacionais, temos meios aéreos que já estiveram para entrar, mas não tiveram condições de segurança (...), tendo em conta o nível de fumo que está no ar", adiantou.

O presidente da Câmara de Castro Daire apelou à população para se manter vigilante", mas sempre com a "máxima segurança", destacando que o trabalho desenvolvido "é, precisamente, salvar vidas e salvar as primeiras habitações".

Paulo Almeida adiantou que logo na primeira noite do incêndio, que começou na segunda-feira, houve registo de quatro feridos, sendo que na última noite um bombeiro ficou ferido, à partida com ferimentos ligeiros.

Quanto aos danos, elencou "primeiras habitações, barracões, anexos, arrumos, carros, máquinas, explorações agrícolas", para assinalar que há "muita coisa afetada, muita coisa atingida", ainda sem capacidade para quantificar.

"Sabemos que a situação é muito dramática nesse aspeto também e vai ser necessária, depois deste trabalho todo de debelar o incêndio, uma ajuda muito grande, para ajudar as famílias, para ajudarmos a que a nossa comunidade volte a ter condições mínimas de dignidade de vida", alertou Paulo Almeida.

De acordo com o autarca, muitas famílias "acabaram por perder tudo, a sua subsistência".

"Nós não conseguimos quantificar, mas a situação pós incêndio é também extremamente preocupante", acrescentou.

Entretanto, o reforço de meios espanhóis que estava previsto para o incêndio de Sabroso de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar, foi mobilizado para Castro Daire, disse o comandante sub-regional do Alto Tâmega da Proteção Civil.

Artur Mota disse hoje de manhã que estava previsto que 120 operacionais da Unidade Militar de Emergência espanhola reforçassem o combate ao fogo no concelho de Vila Pouca de Aguiar, mas que, devido a um agravamento da situação em Castro Daire, foram mobilizados para aquele incêndio no distrito de Viseu.

11h16

Equipa especializada vai contar com MP, PJ e forças de segurança

A equipa especializada que foi anunciada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, para investigar os incêndios e a sua possível origem criminosa vai incluir elementos do Ministério Público (MP), da Polícia Judiciária (PJ) e das forças de segurança.

A informação consta da resolução do Conselho de Ministros extraordinário realizado na terça-feira, publicada ao final do dia de quarta-feira em Diário da República.

"Determinar o reforço dos meios e da atividade de investigação criminal e ação penal em matéria de crimes relativos a incêndios, incluindo ao nível da cooperação, e eventual criação de equipa especial de investigação, envolvendo as autoridades na matéria, designadamente o Ministério Público, Polícia Judiciária e forças de segurança", lê-se no diploma.

O anúncio da medida surgiu no contexto da situação de alerta por causa dos incêndios que lavram desde domingo nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que levaram o Governo a elevar o estado de alerta para situação de calamidade nos municípios afetados pelas chamas.

Em declarações após a reunião do Conselho de Ministros, que foi presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro mencionou a existência de "coincidências a mais" e "interesses particulares" nesta vaga de incêndios.

"Nós não vamos largar estes criminosos, nós não vamos largar este combate a quem coloca todo um país em causa", assegurou Luís Montenegro, depois da reunião em que esteve em análise "toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências".

Montenegro considerou ainda que há uma necessidade de os portugueses "saberem que o Estado, em seu nome, vai atrás dos responsáveis por estas atrocidades" e assegurou que o Governo não vai "regatear nenhum esforço na ação repressiva".

"Nós não podemos perdoar a quem não tem perdão. Nós não podemos perdoar atitudes criminosas que estão na base de muitas das ignições que ocorreram nos últimos dias. Sabemos que há fenómenos naturais e sabemos que há circunstâncias de negligência que convergem para que possam eclodir incêndios florestais. Mas há coincidências a mais", considerou.

Nesse sentido, o primeiro-ministro falou com a ministra da Justiça -- com quem esteve reunido antes do início do Conselho de Ministros -- para, nos próximos dias, criar em diálogo com a Procuradoria-Geral da República e com as forças de investigação criminal "uma equipa especializada em aprofundar, com todos os meios, a investigação criminal à volta dos incêndios florestais".


10h36

Distritos de Aveiro e Viseu com duas estradas nacionais cortadas

Duas estradas nacionais (EN) estão hoje cortadas ao trânsito entre Canelas e Alvarenga, Aveiro, e entre Castro Daire e Portas de Montemuro (Cinfães), Viseu, devido aos incêndios ainda em curso, revelou a GNR.

Esta manhã, há condicionamentos na EN 326-1, em Aveiro, com um "corte total entre Canelas e Alvarenga", indicou fonte oficial da GNR pelas 10:00.

Em Viseu, o corte total é entre Castro Daire e Portas de Montemuro, Cinfães, na EN 321.

Nove incêndios rurais mantinham-se às 06:40 ativos, sendo o fogo em Castro Daire, no distrito de Viseu, o que mais meios mobilizava, com 550 operacionais, com o apoio de 178 veículos, disse à Lusa fonte da Proteção Civil.

De acordo com Pedro Araújo, às 06:40 estavam nove incêndios ativos nas sub-regiões do Alto Tâmega e Barroso, na Área Metropolitana do Porto, na região de Aveiro, na Sub-região do Tâmega e Sousa e em Viseu Dão Lafões.

10h35

Câmara de São Pedro do Sul admite "situação mais amena" e "mais fácil" para combater fogo

O presidente da Câmara de São Pedro do Sul admitiu hoje que a situação "está mais amena e é mais fácil combater o incêndio", sendo o caso mais crítico a freguesia de Pinho, mas onde há "muitos meios".

"A situação agora está mais amena e é mais fácil combater o incêndio do que no primeiro dia", afirmou Vítor Figueiredo à agência Lusa pelas 09:15.

Segundo Vítor Figueiredo, a situação mais crítica é nas populações de Mosteirinho e Sobral, na freguesia de Pinho.

"A verdade é que temos lá muitos meios e os meios, estando no terreno, é tudo muito mais fácil e conseguem segurar muito mais facilmente o fogo", declarou.

Este autarca do distrito de Viseu adiantou que existem ainda "outros casos pontuais de bolsas que ficaram para trás" e há a necessidade de fazer o "reconhecimento de uma zona entre as freguesias de Sul e Carvalhais, num fogo que anda a lavrar em zona de mata".

"Queremos ver se, se não houver fumo, se combatemos com meios aéreos ou se teremos de colocar bombeiros no terreno", explicou.

Vítor Figueiredo reconheceu que "a noite já foi fresca, o que foi um alívio" para os bombeiros e "significou que conseguiram combater o incêndio de uma forma mais suave para eles".

"Neste momento, temos a cidade e todo o concelho sob uma nuvem imensa de fumo", esclareceu, referindo que, com o estado do tempo "a ficar mais fresco, poderá ser uma forma também mais fácil de acabar" com o incêndio.

O presidente do município adiantou que há registo, além de floresta e área agrícola, de "algumas casas de segunda habitação ardidas", assim como de um aviário, apontando "estragos muito elevados".

Vítor Figueiredo acrescentou que houve dois focos de incêndio provenientes do fogo de Castro Daire que atingiram o concelho, um que chegou pela zona norte e outro por nordeste, "em pontos extremamente distantes um do outro", pelo que houve necessidade de dividir meios.

À população, o autarca pediu para se manter "serena e calma", porque há "muitos meios no terreno", considerando que "não é por falta de meios que o fogo [se] poderá agravar".

"Conseguimos manter, praticamente, quase todas as casas sem serem queimadas e a verdade é que nós temos meios no terreno para assegurar que isso, efetivamente, venha a ser uma realidade e é por isso que nós estamos a trabalhar, para que as pessoas e as habitações não venham a ter problemas", disse.

10h02

Ao quarto dia chegam reforços espanhóis a Vila Pouca de Aguiar

O combate ao incêndio que lavra desde segunda-feira em Vila Pouca de Aguiar vai ser hoje reforçado com 120 operacionais espanhóis, disse o comandante sub-regional do Alto Tâmega da Proteção Civil.

Artur Mota referiu que os 120 operacionais da Unidade Militar de Emergências (UME) espanhola vão ser posicionados onde forem mais necessários, nomeadamente no incêndio que lavra em Sabroso de Aguiar, o único que continua ativo no concelho de Vila Pouca de Aguiar.

O comandante disse que os operacionais espanhóis já estiveram a operar na quarta-feira no distrito de Viseu e chegaram a Portugal ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

Relativamente a um reforço de meios aéreos, afirmou que "se for preciso e os houver disponíveis vêm para cá".

Esta manhã a situação no concelho, o que foi mais afetado esta semana pelos incêndios no distrito de Vila Real, "está mais calma".

"Temos cerca de 100 a 200 metros em que [o incêndio] ainda está ativo, é uma zona com maus acessos, a máquina de rastos não consegue lá operar e os meios também não conseguem aceder, não conseguem levar a água e, mesmo para se segurarem lá com ferramentas manuais, não é fácil", afirmou Artur Mota, referindo-se à ocorrência de Sabroso de Aguiar.

Este fogo começou na segunda-feira, rodeou casas, a zona industrial e pedreiras, subiu a serra até se aproximar de Vilela da Cabugueira e seguia em direção a Vidago, já no concelho de Chaves, uma frente que foi travada pela atuação de oito aviões pesados que, ao final de tarde de quarta-feira, fizeram 24 descargas de água na zona mais critica.

"É o local que nos oferece mais perigo. Se o resolvermos, à partida o resto vai ser vigilância, mas até à noite ainda vamos ter situações mais complicadas porque se prevê um agravamento da meteorologia, com um aumento da intensidade do vento para o final da tarde", referiu.

No fogo de Sabroso de Aguiar estão mobilizados 98 operacionais, estando a ser posicionados outros homens na zona dos restantes três incêndios que lavraram no concelho desde segunda-feira e que foram dados como estando em resolução na quarta-feira à noite.

Um relatório preliminar indica que os incêndios que deflagraram no concelho de Vila Pouca de Aguiar na segunda-feira queimaram uma área de cerca de 8.000 hectares de floresta, mato e propriedades agrícolas.

Ardeu uma habitação em Zimão, deixando um idoso desalojado, foram também atingidas cinco casas devolutas, vários armazéns agrícolas, um armazém industrial e uma estufa.

10h01

Detido homem de 39 anos suspeito de fogo posto em Gondomar

Um homem de 39 anos que terá ateado uma fogueira numa zona de mato em São Cosme, no concelho de Gondomar, foi detido na quarta-feira por suspeita de crime de fogo posto, informou hoje a PSP do Porto.

Em comunicado, o Comando Metropolitano da PSP indicou que o homem, sem-abrigo, encontrava-se na posse de um isqueiro com o qual terá provocado a ignição.

"No dia de ontem [quarta-feira], pelas 16:30, populares verificaram um homem (...) numa zona de mato a efetuar uma fogueira. Os polícias deslocaram-se ao local e confirmaram a situação, constatando a fogueira a arder em zona arbórea, pelo que, munindo-se de garrafões de água, tentaram a sua extinção, o que veio a acontecer", descreve a PSP.

A situação ocorreu perto da Rua Doutor Francisco Sá Carneiro, em São Cosme, concelho de Gondomar.

Ao ser intercetado, o homem "prontamente admitiu que havia sido ele o autor da fogueira", diz a PSP.

O detido será hoje presente às autoridades judiciárias.

Sete pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabilizava, às 19:30 de quarta-feira, 34 incêndios ativos, sendo que destes 18 assumiam uma dimensão "significativa" e mobilizavam mais meios. No combate a estes 18 incêndios estavam envolvidos 2.434 operacionais, apoiados por 734 meios terrestres e 23 meios aéreos.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.

07h59

Mais de 4.100 operacionais combatiam 95 fogos

Mais de 4.100 operacionais, apoiados por 1.300 meios terrestres continuavam às 03:00 a combater 95 fogos em Portugal continental, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Às 03:00 estavam ativos 95 incêndios no território continental que eram combatidos por 4.139 operacionais, segundo a informação disponível na página oficial da ANEPC na Internet.

Os fogos que lavram há vários dias no distrito de Aveiro continuam a ser os que mobilizam mais operacionais e meios.

Em Sever do Vouga, mantinham-se ativos dois incêndios.

O fogo que deflagrou às 02:17 de domingo estava a ser combatido por 548 operacionais, apoiados por 167 meios terrestres. Já o que teve início pelas 15:00 do mesmo dia mobilizava 372 operacionais, apoiados por 108 veículos.

Não muito longe, em Albergaria-a-Velha, a resolução do incêndio que deflagrou às 07:20 de segunda-feira mobilizava 120 operacionais, assistidos por 37 meios terrestres.

Também os trabalhos de resolução do incêndio que deflagrou no domingo, pelas 15:00, no concelho de Oliveira de Azeméis, mobilizavam 359 operacionais, apoiados por 125 veículos.

Em Arouca, o incêndio, que se alastrou na madrugada de terça-feira a partir de Castro Daire, no distrito de Viseu, e rapidamente gerou três frente ativas, estava a ser combatido por 206 operacionais, apoiados por 62 viaturas.

No distrito de Viseu são três os fogos que mobilizam mais operacionais e meios.

Em Castro Daire, mantinham-se ativos dois incêndios, sendo que o que começou pelas 21:30 de segunda-feira em Mões mobilizava 455 operacionais, assistidos por 145 meios terrestres. O que deflagrou terça-feira ao 12:45 em Pinheiro mobilizava 129 operacionais e 42 viaturas.

O fogo de Penalva do Castelo, que deflagrou às 00:15 de segunda-feira, era combatido por 317 operacionais, apoiados por 81 veículos.

O fogo que lavra em Nelas desde as 11:53 de segunda-feira era combatido por 150 operacionais, apoiados por 40 meios terrestres.

Mais a Norte, no distrito do Porto, o incêndio que deflagrou pelas 12:00 de terça-feira em Santo Tirso e que está em resolução mobiliza 83 operacionais e 27 veículos.

Ainda no Porto, o fogo que começou em Amarante, pelas 02:55 de terça-feira, mobilizava 83 operacionais, apoiados por 31 veículos.

O fogo que lavra em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, desde 00:52 de terça-feira, mobilizava 102 operacionais e 35 meios terrestres.

Ainda em Vila Real, o incêndio que lavra desde as 19:00 de terça-feira em Alijó mobilizava 77 operacionais, apoiados por 28 meios terrestres e os trabalhos de resolução do incêndio que deflagrou às 16:00 de segunda-feira em Chaves mobilizavam 37 operacionais e 15 viaturas.

07h59

Concelho de Penela em Coimbra em perigo máximo

O concelho de Penela, no distrito de Coimbra, mantém-se hoje em perigo máximo de incêndio, dia em que está prevista descida da temperatura, diminuição do vento e aguaceiros em algumas regiões do continente.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o perigo de incêndio rural vai começar a desagravar a partir de hoje, prevendo-se aguaceiros, sendo mais prováveis nas regiões do Norte e Centro apenas na sexta-feira.

Apesar da mudança no estado do tempo, vários concelhos dos distritos de Santarém, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Coimbra, Portalegre, Guarda, Aveiro, Braga, Viana do Castelo, Porto, Vila Real, Viseu, Bragança e Faro, estão hoje em perigo muito elevado de incêndio.

Este risco, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo. Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O IPMA prevê para hoje no continente céu com períodos de muita nebulosidade, aguaceiros, mais prováveis no interior e durante a tarde, que poderão ser localmente intensos e acompanhados de trovoada.

A previsão aponta também para vento fraco a moderado predominando do quadrante sul, sendo quadrante do oeste no litoral Norte e Centro durante a tarde, soprando por vezes forte nas serras do sotavento algarvio até meio da manhã.

Está ainda prevista a possibilidade de formação de neblina ou nevoeiro no litoral, pequena subida da temperatura mínima no interior Norte e Centro e pequena descida da máxima.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 11 graus Celsius (em Bragança) e os 18 (em Faro) e as máximas entre os 21 (em Viana do Castelo) e os 30 (em Santarém).

07h58

Fogo em Arouca tem "potencial para continuar a progredir"

O incêndio que na terça-feira à noite deflagrou em Arouca, no distrito de Aveiro, está a lavrar "com média intensidade" e tem "potencial para continuar a progredir", informou esta madrugada a Proteção Civil.

Um porta-voz da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) avançou à Lusa que os meios estão "empenhados na defesa do edificado".

"O incêndio está muito ativo", indicou a mesma fonte, acrescentando que operacionais de Lisboa e Vale do Tejo estão a caminho de Arouca para reforçar os 202 operacionais, apoiados por 60 viaturas, que, de acordo com o portal da ANEPC na Internet, estavam, pelas 02:30, no local.

O incêndio de Castro Daire, no distrito de Viseu, progrediu na terça-feira à noite para Arouca e gerou três frentes ativas na zona de Alvarenga, Covêlo de Paivó e Janarde, e na zona de Canelas e Espiunca.

Num balanço feito à Lusa, fonte da autarquia disse que o fogo já tinha destruído cerca de dois quilómetros dos Passadiços do Paiva e que continuam cercadas várias freguesias do território, que, classificado como Geoparque da UNESCO, se distribui por 329,11 quilómetros quadrados, 85% dos quais de área florestal.

Os Passadiços do Paiva estavam encerrados ao público desde segunda-feira.

A zona mais preocupante continuava a ser, de acordo com a câmara, Ponte de Telhe, já que, se o fogo transpuser o rio Paivó, poderá a partir daí alastrar para novas frentes de combustão -- como aconteceu no incêndio de 2016, que destruiu cerca de 8.600 hectares em Arouca e, galgando para o município vizinho de São Pedro do Sul, ainda aí consumiu mais 17 mil hectares.

Além de Ponte de Telhe, estão confinadas as aldeias de Telhe, Celadinha, Covêlo de Paivô, Meitriz, Regoufe, Silveiras, Vila Galega, Vila Nova, Várzeas, Bustelo, Vilarinho, Vila Cova, Serabigões e Mealha. De alguns desses povoados foram retirados os habitantes com mobilidade reduzida e conduzidos para casa de familiares.

A câmara informou ter também fechado todos os estabelecimentos de ensino da rede pública do concelho, afetando as escolas-sede dos agrupamentos de Arouca e Escariz ao acolhimento exclusivo de "filhos e dependentes dos profissionais diretamente envolvidos nas operações de socorro".

Encerrados estiveram igualmente os complexos desportivos municipais de Arouca e Escariz, que, tal como as escolas, se manterão fechados hoje.

A medida prende-se sobretudo com a má qualidade atmosférica, mas acautela também eventuais dificuldades de circulação.

As estradas EM 505 e o CM 1227 já reabriram ao trânsito, mas continuam cortadas nos dois sentidos a EN 326-1, no troço entre o Alto do Gamarão e Alvarenga, e a EM 510, no trajeto entre Ponte de Telhe, Covêlo de Paivó e Janarde.

07h57

Fogo 80% dominado em Penalva e casas protegidas em Mangualde

O incêndio em Penalva do Castelo está "80% dominado" e na frente que progrediu para Mangualde os operacionais protegeram "com sucesso" as habitações na zona de Santo Amaro Tavares, indicou a Proteção Civil.

Fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) avançou à Lusa que o combate ao incêndio que deflagrou segunda-feira no distrito de Viseu está "a evoluir favoravelmente", estando apenas 20% da frente ativa.

Já no concelho de Mangualde, para onde as chamas progrediram, a frente continua ativa e os operacionais protegeram "com sucesso" as habitações na zona de Santo Amaro Tavares, tendo as chamas passado a sul daquela zona, acrescentou o porta-voz.

"O município ativou o programa Aldeia Segura Pessoas Seguras em todas as localidades a sul de Santo Amaro Tavares", acrescentou a mesma fonte.

O incêndio, que deflagrou no concelho de Penalva do Castelo às 01:15 de segunda-feira, mobilizava, pelas 02:15 de hoje, 317 operacionais, apoiados por 81 meios terrestres, segundo informação disponível no portal oficial da ANEPC na Internet.

De acordo com um balanço da ANEPC, pelas 01:35, eram 11 os incêndios ativos e não dominados em Portugal continental. O combate a estes incêndios mobilizava 2.365 operacionais, apoiados por 732 meios terrestres.

07h55

Fogo continua a "lavrar com muita intensidade" em Castro Daire

O incêndio que deflagrou em Castro Daire "continua a lavrar com muita intensidade", permanecendo ativo em todas as frentes e com grandes projeções a obrigar à reposição dos meios de combate, avançou a Proteção Civil.

À Lusa, fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicou esta madrugada que o incêndio, com frente ativa no concelho de Castro Daire, "continua a lavrar com muita intensidade" em povoamento misto (pinheiro, eucalipto e mato) e num perímetro de "grande extensão".

O incêndio continua ativo em todas as frentes, estando os operacionais a proteger os "pontos sensíveis" que vão aparecendo ao longo da sua extensão, acrescentou a mesma fonte.

"O trabalho tem sido eficaz e não há relato de qualquer habitação ou aviário ardido", referiu o porta-voz da ANEPC.

Já em São Pedro do Sul, concelho para onde o fogo se alastrou, estão duas frentes ativas, sendo que numa das frentes o incêndio está "50% dominado e arde em povoamento", numa referência a uma zona de árvores, acrescentou a mesma fonte.

A zona sul do concelho de São Pedro de Sul é, neste momento, considerada "zona sensível" pela ANEPC, estando os meios a atuar para evitar a entrada das chamas na zona de Covas do Rio.

Em declarações à Lusa pelas 23:00 de quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal de São Pedro do Sul, Vitor Figueiredo, adiantou que o combate ao fogo iria ser reforçado durante a madrugada com a chegada, prevista para as 03:00, de 120 bombeiros espanhóis e 40 viaturas.

Cinco aldeias de duas freguesias de São Pedro do Sul estiveram isoladas durante a tarde de quarta-feira, devido ao incêndio que às 15:30 tinha cinco frentes ativas.

De acordo com o autarca, às 23:00 de quarta-feira já não havia nenhuma povoação isolada.

No concelho arderam algumas casas de segunda habitação e palheiros, mas não há vítimas a registar, acrescentou Vitor Figueiredo.

Em declarações à Lusa na quarta-feira à tarde, o autarca de São Pedro do Sul tinha dito que as escolas do município vão manter-se encerradas hoje, até porque "há várias estradas cortadas no concelho" e "há a necessidade de evitar deslocações".

O incêndio deflagrou no concelho de Castro Daire às 21:23 de segunda-feira, em Soutelo, freguesia de Mões, e pelas 01:55 mobilizava 486 operacionais, apoiados por 154 meios terrestres, de acordo com informação disponível no portal oficial da ANEPC na Internet.

O fogo entrou em São Pedro do Sul na terça-feira ao início da noite.

De acordo com um balanço da ANEPC, pelas 01:35, eram 11 os incêndios ativos e não dominados em Portugal continental. O combate a estes incêndios mobilizava 2.365 operacionais, apoiados por 732 meios terrestres.

07h49

Fogo em Águeda "dominado em todas as frentes"

O incêndio em Águeda, no distrito de Aveiro, está "dominado em todas as frentes" desde as 00:30, revelou o presidente da câmara.

"Há cerca de meia hora foi considerado dominado em todas as frentes", avançou o presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida.

Num balanço realizado pelas 21:30 no centro de comando distrital em Oliveira de Azeméis, o segundo comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Mário Silvestre, explicou que, relativamente ao incêndio na zona de Águeda, houve "uma rotação do vento" para sul, algo que "foi bastante positivo para o combate".

"Temos, neste momento, máquinas de rasto a trabalhar na zona de Cumeada, virado a Sever do Vouga, e aquilo que estamos a tentar é fechar toda essa zona e esse flanco, garantindo que este incêndio deixa de ter qualquer tipo de capacidade para fazer essa transposição dessa linha de cumeada", explicou Silvestre.

Destacando que quarta-feira "foi um dia bom", o comandante adiantou que também que os incêndios de Albergaria-a-Velha e de Oliveira de Azeméis já estavam em resolução e que os trabalhos na frente de Sever do Vouga corriam "de forma muito favorável".

"Conto durante a noite (...), e não muito tarde, dar o incêndio de Sever do Vouga também em resolução, se correr tudo como previsto", afirmou Silvestre.

O vice-presidente da Câmara de Sever do Vouga, Paulo Nogueira, disse que o combate ao incêndio evoluiu favoravelmente e que neste momento há apenas uma frente ativa na zona de Felgares, na União de Freguesias de Silva Escura e Dornelas, que apresenta "baixa preocupação" e que deverá entrar, entretanto, em fase de resolução.

"Todas as outras três frentes estão em fase de resolução", acrescentou Nogueira.

Num balanço realizado ao início da tarde de quarta-feira sobre os fogos no distrito de Aveiro, o segundo comandante da ANEPC disse que o incêndio em Sever do Vouga estava a evoluir de forma "muito favorável" e poderia "a breve trecho" entrar em fase de resolução.

No distrito de Aveiro lavram desde domingo quatro grandes incêndios com um perímetro global de 300 quilómetros.

07h48

Autorizada circulação na Linha do Douro entre Mosteirô e Ermida em Baião

A Infraestruturas de Porto (IP) indicou hoje que foi "levantada a suspensão" e autorizada a circulação na Linha do Douro entre as estações Mosteirô e Ermida, em Baião, por já não se encontrarem nas proximidades as chamas que lavram naquele concelho do distrito do Porto.

"Os bombeiros informaram que o incêndio não atingia de momento a infraestrutura ferroviária e autorizaram a circulação, tendo sido levantada a suspensão da circulação de comboios", indicou fonte oficial da IP.

O presidente da Câmara de Baião afirmou que o incêndio na serra do Marão, no concelho de Baião, deveria entrar em fase de resolução nas próximas horas, tendo as pessoas que foram retiradas das aldeias já começado a regressar às suas casas.

"Se se mantiverem as condições atmosféricas, a expectativa é que o incêndio fique resolvido nas próximas horas", disse Paulo Pereira.

O autarca referia-se apenas ao incêndio que atingiu a encosta da Serra do Marão que faz parte do concelho de Baião e que tinha começado no concelho vizinho de Santa Marta de Penaguião, no distrito de Vila Real.

Paulo Pereira adiantou ainda que das 15 pessoas que tinham sido retiradas das aldeias de Mafômedes e Gavinho, como medida de precaução, duas já regressaram e as restantes, devido à idade, deverão ser transportadas para as suas casas nas próximas horas.

O presidente da Câmara de Baião sublinhou ainda o trabalho que está a ser feito de "proteção contínua", com homens dispostos no terreno a observar a possibilidade de reacendimentos.

Quanto ao fogo que começou na terça-feira, pelas 02:55, na zona de Carneiro, Bustelo e Carvalho de Rei (serra da Aboboreira), em Amarante (Porto), fonte dos Bombeiros Voluntários disse que "o incêndio ainda está ativo, mas a evoluir favoravelmente.

De acordo com a mesma fonte, "já não há pessoas ou bens em risco", estando no local cerca de 90 operacionais.

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