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Prevista para Outubro solução para carros da VW afectados pela manipulação das emissões
As origens dos veículos afectados são já conhecidas. Agora, é tempo de encontrar a solução. Os reguladores estão a pressionar a fabricante automóvel para que procure resolver o problema o mais depressa possível.
A Volkswagen vai chamar às oficinas os 11 milhões de veículos com motores diesel afectados pelo escândalo da manipulação de emissões. Segundo a agência Reuters, a fabricante alemã tem já preparado um plano "abrangente" para apresentar ao regulador alemão.
O KBA tinha definido 7 de Outubro como o limite máximo para a apresentação desse documento. Caso contrário, a Volkswagen arriscava-se a perder a homologação dos veículos em causa, deixando os mesmos de serem vendidos e de circularem nas estradas alemãs.
Os clientes dos veículos afectados deverão ser contactos pelos concessionários "nos próximos dias", esclarece a Reuters citando o novo CEO. Martin Müller falava numa reunião a portas fechadas com cerca de um milhar de gestores de Wolfsburg na noite de segunda-feira, 28 de Setembro. A intenção é que a solução técnica encontrada comece a ser aplicada já neste mês de Outubro.
O grupo Volkswagen admitiu ter instalado "dispositivos manipuladores" de emissões em 11 milhões de veículos a gasóleo em todo o mundo. O escândalo rebentou nos Estados Unidos da América, mas rapidamente chegou a território europeu.
A marca Volkswagen tem cinco milhões de veículos afectados, a Audi outros 2,1 milhões e a Skoda 1,2 milhões. A Seat já admitiu também a manipulação, mas não adiantou números. O El País fala em cerca de meio milhão de carros abrangidos. A lista fecha com 1,8 milhões de veículos utilitários.
Espanha retira carros manipulados do mercado
À semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos, Itália e Suíça, Espanha decidiu retirar dos stands espanhóis veículos potencialmente afectados por este escândalo, integrando as marcas Volkswagen, Audi, Seat e Skoda. A acção poderá integrar mais de três mil veículos.
Os modelos abrangidos por esta medida possuem motores a diesel que respeitam a normativa Euro V, que foi aplicada até Setembro de 2014. Na prática, são retirados apenas os veículos que chegaram ao mercado antes dessa data.
Comissão Europeia atenta ao tema
Os ministros da Indústria da União Europeia vão debater na próxima quinta-feira, 1 de Outubro, este caso da Volkswagen, considerado o pior de sempre nos 78 anos de história da fabricante automóvel. Fontes europeias já descartaram a possibilidade de ser adoptada qualquer declaração ou documento formal nesta reunião. É apenas uma primeira abordagem ao assunto.
A Comissão Europeia considerou "precoce" avançar com uma investigação à escala comunitária, mas apelou aos Estados-membros para que averigúem o caso em termos nacionais. A adopção de nova legislação para atenuar as discrepâncias nas emissões entre os testes em laboratório e estrada é uma das prioridades de Bruxelas, mas a mesma só deverá entrar em vigor em 2018.
A associação ambientalista Quercus defendeu esta terça-feira, 29 de Setembro, que a União Europeia deve avançar com uma investigação alargada sobre os veículos da Volkswagen colocados no mercado e apelou à rápida adopção de testes de emissão transparentes.
Japão e Suécia juntam-se à lista de investigações
O Ministério dos Transportes do Japão ordenou aos fabricantes automóveis europeus envolvidos no escândalo que procedam a verificações para assegurar que os carros com motores diesel respeitam as normas de emissões. O pedido estende-se aos grupos locais Toyota, Nissan, Mazda e Mitsubishi. As autoridades nipónicas esperam uma resposta até 2 de Outubro.
Por sua vez, a Suécia está a ponderar avançar com uma investigação própria para determinar o impacto deste caso no país.
Da Hungria chega a notícia que dois milhões de veículos que contêm "dispositivos manipuladores" de emissões foram construídos numa fábrica da Audi naquele país. A informação foi avançada pelo ministro da Economia, Mihaly Varga, a uma televisão húngara.