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Bolsas e euro reagem em alta a investimentos alemães. Tarifas e OPEP+ afundam crude

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.

Kamil Zihnioglu/AP
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17h49

Europa fecha em alta impulsionada por planos de investimento alemães

Os principais índices europeus registaram avanços esta quarta-feira, à exceção das bolsas de Londres e Amesterdão, depois de a Alemanha ter anunciado centenas de milhares de milhões de euros em investimentos na defesa e nas infraestruturas. Também os ambiciosos objetivos de crescimento da China e sinais de que a Administração norte-americana poderá recuar em algumas das tarifas impostas aos seus parceiros comerciais suportaram as praças europeias.

O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – subiu 0,91%, para os 556,09 pontos.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX ganhou 3,38%, o francês CAC-40 avançou 1,56%, o espanhol IBEX 35 valorizou 1,40% e o italiano FTSEMIB subiu 2,08%. Por outro lado, o holandês AEX desceu 0,50% e o britânico FTSE 100 registou perdas de 0,04%.

O índice DAX da Alemanha liderou os ganhos desta quarta-feira, depois de o futuro chanceler, Friedrich Merz, ter revelado os planos para a criação de um fundo de 500 mil milhões de euros para investimentos urgentes em defesa e infraestruturas.

"O claro impulso do chanceler-eleito Merz para a expansão orçamental na Alemanha está a ajudar a consolidar a história da reavaliação europeia", disse à Bloomberg Geoff Yu, do BNY. O especialista acrescentou que, embora a perspetiva de um recuo nas tarifas contribua para sentimento positivo dos mercados, o anúncio alemão será "muito mais crucial para a tendência de crescimento e desempenho das ações na Europa a médio e longo prazo".

Entre os setores, o da defesa voltou aos ganhos, depois de Bruxelas ter anunciado que iria avançar com o plano "Rearmar a Europa", com a alemã Rheinmetall e a francesa Thales a subirem mais de 7%. Destaque, igualmente, para o setor da construção, que ganhou mais de 5%, devido ao plano da Alemanha que prevê dar gás ao financiamento das infraestruturas.

Também o setor automóvel registou uma valorização acima dos 2%, com a Comissão Europeia a avançar com um pacote de quase quatro mil milhões de euros para apoiar o setor automóvel europeu. Os fabricantes de carros irão evitar ainda potenciais multas de até 15 mil milhões de euros devido às emissões de dióxido de carbono este ano.

As ações europeias tiveram um início de ano animador, com o Stoxx 600 a subir cerca de 10% e a aproximar-se do seu máximo histórico de 563,13, fixado esta segunda-feira. Uma forte temporada de resultados das cotadas e ganhos para o setor da defesa têm compensado as preocupações com as tensões comerciais do lado de lá do Atlântico. 

17h26

Preços do petróleo afundam com planos da OPEP+, tarifas e reservas de crude dos EUA

Os preços do petróleo continuam a registar a tendência dos últimos dias e caem significativamente esta quarta-feira. A queda dos preços do crude deve-se principalmente ao aumento acima do esperado das reservas de petróleo bruto dos Estados unidos (EUA), aos planos da OPEP+ de prosseguir com os aumentos de produção em abril, e ainda às tarifas da Administração dos EUA sobre o Canadá, a China e o México, que escalaram as tensões comerciais globais.

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – cai 4,31% para os 65,32 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 3,63% para os 68,46 dólares por barril.

As reservas de "ouro negro" dos Estados Unidos subiram mais do que o esperado e aumentaram em 3,6 milhões de barris para 433,8 milhões de barris na semana terminada a 28 de fevereiro, revelaram os dados da Administração de Informação de Energia do país.

Na terça-feira, ambos os índices de referência do crude tinham-se fixado perto de mínimos de vários meses, com os investidores a prepararem-se para tarifas e contra-tarifas que são passíveis de abrandar o crescimento económico e reduzem a procura por combustível.

"A imposição de tarifas à China, ao Canadá e ao México pelos EUA provocou represálias rápidas de cada país, o que aumentou as preocupações com o abrandamento do crescimento económico e o consequente impacto na procura de energia", afirmou à Reuters Ashley Kelty, analista da Panmure Liberum.

Já sobre os planos da OPEP+, o grupo liderado pela Rússia e Arábia Saudita, irá avançar com um aumento da produção de petróleo em 138 mil barris por dia a partir de abril. 

17h25

Euro avança com fundo especial alemão a centrar atenções

O Banco Central Europeu indica que tem havida uma “forte” transmissão da subida das taxas de juro de referência para a economia, por via do crédito.

O euro atingiu máximos de quatro meses esta quarta-feira em relação ao dólar, com os "traders" mais otimistas quanto às perspetivas de crescimento da Europa, depois de a proposta apresentada pela Alemanha para a criação de um fundo de infraestruturas e defesa de 500 mil milhões de euros, afastando as atenções da guerra comercial já em curso devido às tarifas norte-americanas sobre os seus parceiros comerciais.

"Ao lançar um fundo de investimento de 500 mil milhões de euros e ao trabalhar para reformar o travão da dívida excessivamente restritivo do país, os líderes alemães estão a tomar medidas que poderão revigorar o crescimento no centro do projeto do euro, ajudar a inverter um longo declínio nas infraestruturas económicas subjacentes e estabelecer um forte baluarte contra a expansão da Rússia para ocidente", disse à Reuters Karl Schamotta, da Corpay em Toronto.

A moeda única subiu quase 3,7% esta semana, e encaminha-se para a sua melhor semana desde novembro de 2022.

O euro segue a subir a esta hora 1,38% para os 1,0773 dólares. Por cá, também a libra valoriza e ganha 0,55% para os 1,287 dólares.

Do lado de lá do Atlântico, o dólar perde 0,86% para os 148,500 ienes. 

17h24

Ouro ganha força com incerteza em torno de tarifas

O ouro segue a valorizar esta quarta-feira, apesar de o dólar estar a perder força, com os "traders" concentrados nos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos (EUA) e na incerteza em torno das trarifas já aplicadas pela Administração norte-americana aos seus parceiros comerciais.

O ouro sobe a esta hora 0,35%, para os 2.928,070 dólares por onça.

Receios em torno das tarifas dos EUA têm levado a uma maior procura pelo metal amarelo enquanto ativo-refúgio, com os efeitos das barreiras ao comércio já aplicadas a trazer receios quanto ao rumo da maior economia mundial.

Em declarações perante o Congresso dos EUA, esta terça-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que, a 2 de abril, seriam aplicadas novas tarifas, incluindo "tarifas recíprocas" destinadas a equilibrar anos do que diz serem desequilíbrios comerciais.

Esta medida seguir-se-á a novas tarifas de 25% sobre a maioria das importações do México e do Canadá, que entraram em vigor na terça-feira, juntamente com uma duplicação das taxas alfandegárias sobre os produtos chineses para 20%.

15h00

Wall Street negoceia dividida. Investidores seguem atentos ao mercado de trabalho

Wall Street negoceia esta quarta-feira em terreno positivo. Após os últimos dados económicos do lado de lá do Atlântico apontarem para um novo abrandamento do mercado de trabalho – o que poderá ser uma das razões para uma mudança no rumo da política monetária no país -, os investidores continuam a acompanhar de perto os últimos desenvolvimentos em torno das tarifas da Administração norte-americana aos seus parceiros comerciais.

O S&P 500 sobe 0,14% para os 5.786,36 pontos, enquanto o Nasdaq Composite desliza 0,07% para 18.273,14 pontos. Já o Dow Jones ganha 0,35% para 42.668,01 pontos.

O relatório do emprego da ADP, divulgado esta quarta-feira, mostra que as empresas privadas nos Estados Unidos (EUA) adicionaram 77 mil trabalhadores às suas folhas de pagamentos em fevereiro de 2025. Este foi o menor aumento em sete meses e ficou muito abaixo das previsões que apontavam para um aumento de 140 mil empregos no setor privado do país.

Incerteza foi a palavra usada por Nela Richardson, economista-chefe da ADP, para explicar o abrandamento na contratação do setor privado. "A incerteza política e o abrandamento das despesas de consumo podem ter conduzido a despedimentos ou a um abrandamento das contratações. Os nossos dados, combinados com outros indicadores recentes, sugerem uma hesitação na contratação entre os empregadores, à medida que avaliam o clima económico que se avizinha", referiu a economista-chefe da ADP, citada pela Trading Economics.

No que toca às tarifas, o Secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, confirmou que o Presidente norte-americano, Donald Trump, deverá anunciar alterações às tarifas sobre o Canadá e o México, depois de terem entrado em vigor as taxas de 25% sobre grande parte dos produtos importados pelos EUA de ambos os países.

 

"As tarifas, por si só, não são suficientes para afetar a economia de uma forma notória, mas quando se consideram as tarifas, mais as preocupações mais gerais com a economia, e uma Fed que ainda pode demorar a baixar as taxas, é quando se começa a questionar se os máximos históricos das ações do início do ano se justificam", explicou à Bloomberg Michael Landsberg, diretor de investimentos da Landsberg Bennett Private Wealth Management.

O mercado tem estado a navegar em águas voláteis. Os investidores viram-se agora para os dados dos novos pedidos de subsídio de desemprego no país, que serão divulgados na sexta-feira, no mesmo dia em que o presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Jerome Powell, deverá falar sobre o estado da maior economia mundial.

Quanto às "big tech", a Nvidia cai 0,28%, a Apple cede 0,25%, a Amazon sobe 0,36%, a Microsoft ganha 0,50%, a Meta avança 0,29% e a Alphabet perde 0,56%. 

11h37

Euribor sobe e a três meses fica acima de 2,5%

A Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira e no prazo mais curto ficou acima de 2,5% depois de ter estado abaixo deste nível durante cinco sessões consecutivas.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,504%, continuou acima da taxa a seis meses (2,353%) e da taxa a 12 meses (2,392%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje para 2,353%, mais 0,011 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a dezembro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,64% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,69% e 25,6%, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou para 2,392%, também mais 0,011 pontos.

No mesmo sentido, a Euribor a três meses subiu hoje, ao ser fixada em 2,504%, mais 0,013 pontos.

A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.

A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.

Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.

A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.

Assim, a média da Euribor a três, seis e 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se esta semana em Frankfurt.

Na reunião de política monetária de 30 de janeiro e como antecipado pelos mercados, o BCE baixou de novo, pela quarta reunião consecutiva, a principal taxa diretora em 25 pontos base.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

* Lusa

10h15

Defesa, EUA e China fazem "cocktail" perfeito e pintam Europa de verde

Os primeiros encontros presenciais com investidores estão a ser usados pelos gestores para atualizar estimativas e acalmar os receios sobre o impacto da guerra no mercado financeiro.

As bolsas europeias arrancaram a sessão desta quarta-feira pintadas de verde, animadas por um reforço das verbas militares por parte dos países da União Europeia e o passo atrás na política comercial dos EUA, anunciado pelo secretário do Comércio norte-americano.

Bruxelas vai avançar com o plano "Rearmar a Europa", no valor de 800 mil milhões de euros, e Berlim aponta para a criação de um fundo de até 500 mil milhões de euros para investimentos urgentes em defesa. A Europa tenta, assim, afirmar a sua independência militar face aos EUA e os investidores acreditam que estes investimentos possam ter ramificações positivas para a economia.

Desta forma, o "benchmark" para a negociação europeia, Stoxx 600, avança 1,23% para 557,87 pontos, muito próximo dos máximos históricos atingidos na segunda-feira (565,18 pontos). No entanto, o claro destaque do dia vai para o alemão DAX, que cresce 2,89% com as ações da defesa a serem as principais impulsionadoras do índice.

"O claro impulso dado pelo Chanceler-eleito Friedrich Merz à expansão orçamental na Alemanha está a ajudar a consolidar a história europeia de reforço das verbas para a defesa", começa por explicar Geoff Yu, analista da BNY, à Bloomberg. Yu acrescenta ainda que a criação deste fundo vai ser "crucial para o crescimento económico da Europa no médio e longo prazo".

As ações de defesa são um dos principais destaques da negociação desta quarta-feira, com a alemã Rheinmetall a disparar 5,48% e a francesa Thales a catapultar 6,18%. Já o setor da construção e materiais atingiu um novo máximo histórico e está a avançar 4,49%, beneficiando ainda de boas perspetivas económicas vindas da China, que vê o seu PIB a crescer cerca de 5% este ano. Para apoiar este crescimento, os analistas acreditam que as autoridades do país vão lançar mais medidas de estímulo.

Na frente dos resultados trimestrais das empresas, a Adidas desiludiu os investidores ao revelar um "guidance" inferior às expectativas do mercado. A empresa até registou um aumento anual de 12% nas vendas em 2024 – um valor que fica acima do esperado -, mas prevê que o crescimento abrande este ano e se fique pelos 10%. As ações da Adidas estão a cair 1,43% para 234,30 euros.

Entre os restantes principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 avança 2,89%, o espanhol IBEX 35 valoriza 1,77%, o italiano FTSEMIB cresce 1,70%, o holandês AEX sobe 0,70% e o britânico FTSE 100 regista ganhos de 0,60%.

09h34

Juros disparam na Zona Euro com aumento da despesa no horizonte

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a disparar esta manhã, com a Alemanha a registar o maior agravamento. As "yields" das "Bunds" alemãs, com maturidade a dez anos e de referência para a região, chegaram a avançar 18 pontos base para 2,67% esta quarta-feira, numa altura em que o país se prepara para criar um fundo de até 500 mil milhões de euros para investimentos urgentes em defesa e infraestruturas

Também a União Europeia vai avançar com um investimento de 150 mil milhões de euros em empréstimos para aumentar os gastos com defesa dos países da região. O plano de rearmamento da Europa foi anunciado esta terça-feira em Bruxelas.

Entretanto os juros da dívida soberana alemã reduziram ligeiramente os ganhos e avançam, a esta hora, 16,5 pontos base para 2,658%. A tendência alastrou-se para os restantes países europeus, com as "yields" francesas, também a dez anos, a agravarem-se 11 pontos para 3,338%. 

Por sua vez, os juros da dívida portuguesa dispararam para o valor mais elevado desde julho do ano passado, subindo 11 pontos base para 3,115%. Já as "yields" espanholas crescem 10,6 pontos para 3,232%, enquanto as italianas avançam 10,8 pontos para 3,731%.

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica, tamvém a dez anos, agravam-se 7,9 pontos base para 4,617%. 

09h23

Reforço das verbas para a defesa impulsiona euro para máximos de três meses

O euro está a negociar em máximos de três meses, numa altura em que Bruxelas vai avançar com o plano "Rearmar a Europa", no valor de 800 mil milhões de euros, e Berlim aponta para a criação de um fundo de até 500 mil milhões de euros para investimentos urgentes em defesa. 

"Qualquer novo anúncio de um aumento das despesas para reforçar as verbas europeias destinadas à defesa vai aumentar as expectativas de crescimento da região e, por conseguinte, dar mais força ao euro", explica Carol King, estratega do mercado cambial do Commonwealth Bank of Australia, à Reuters.

A moeda única europeia avança 0,67% para 1,0697 dólares, beneficiando ainda de um vaivém na política comercial norte-americana que está a deixar os investidores incertos em relação ao futuro da maior economia do mundo.

O índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana face a um conjunto das suas principais concorrentes - atingiu mínimos de três meses esta quarta-feira, ao recuar 0,68% para 105,02 pontos.

"Um possível aumento da inflação e a confusão com a política comercial dos EUA está a ameaçar o caminho até aqui construído e que apontava para uma aterragem suave da economia", começa por explicar Boris Kovacevic, estratega da Convera, à Reuters. "Os investidores estão a olhar para além do curto prazo e estão preocupados com o crescimento económico do país", conclui.  

09h05

Ouro sobe ligeiramente com investidores atentos a tarifas

A onça de ouro está a negociar praticamente inalterada esta quarta-feira, com uma subida muito ligeira, numa altura em que os investidores estão a digerir os mais recentes avanços e recuos na política comercial norte-americana. O metal precioso avança 0,05% para 2.919,39 dólares por onça. 

As tarifas de 25% sobre os produtos importados do Canadá e do México entraram em vigor esta terça-feira, depois de terem sido adiados por um mês em fevereiro, além de as taxas suplementares sobre os bens chineses terem subido para os 20%. Os três países prometeram retaliar, alimentando receios de uma guerra comercial alastrada que possa servir de "barreira" ao crescimento económico.

No entanto, já na noite desta terça-feira, o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, admitiu que a administração Trump estava a ponderar dar um passo atrás na sua política protecionista contra o Canadá e o México, o que está a retirar algum do prémio de risco ao ouro.

O metal precioso tende a beneficiar de uma clima de incerteza geopolítica, mas também valoriza com uma política monetária mais flexível. O presidente da Reserva Federal norte-americana de Nova Iorque, John Williams, afirmou esta terça-feira que as tarifas impostas por Donald Trump poderiam levar a um aumento da inflação, acrescentando ainda que as taxas de juro atuais se encontram num nível apropriado. Ainda assim, o mercado já aposta em três cortes de juros pela Fed este ano, contra apenas dois previstos na semana passada - isto porque as tarifas de Trump poderão levar a que seja preciso dar ânimo à economia.

08h09

Petróleo sem tendência definida com vaivém de Trump

O barril de petróleo está a negociar sem uma tendência definida, numa altura em que a administração Trump está a ponderar chegar a um compromisso na questão das tarifas com o Canadá e o México.

Esta terça-feira, o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, entrevistado pela Fox Business, informou ter estado "ao telefone com os canadianos e os mexicanos durante todo o dia", antes de acrescentar: "O Presidente está a ouvir (...) Penso que acabará por encontrar uma solução com eles". A decisão poderá ocorrer já esta quarta-feira.

A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – cai 0,37% para os 68,01 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – avança 0,07% para os 71,09 dólares por barril. Só nas últimas três sessões, o WTI já desvalorizou mais de 3%.

Desde meados de janeiro, o petróleo tem registado uma tendência negativa, com a guerra comercial entre os EUA e os seus parceiros a serem o principal fator de pressão sobre os preços. "O verdadeiro risco aqui é esta guerra comercial arrastar-se no tempo", explica o analista do UBS Group Wayne Gordon à Bloomberg.

Ainda a pesar sobre os preços do crude estão as intenções da Organização dos países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+) de prosseguir com o aumento da produção de crude em abril - após três adiamentos consecutivos. Estamos a falar da reintrodução de cerca de 138 mil barris por dia no mercado.

07h44

UE, Alemanha e China animam bolsas mundiais. Futuros europeus avançam 1,8%

Os avanços e recuos na introdução de tarifas a produtos importados pelos EUA continuam a definir o sentimento do mercado. As bolsas asiáticas encerraram a sessão desta terça-feira em alta, depois de o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, ter admitido que a administração Trump pode vir a dar um passo atrás na sua política comercial. A ajudar esteve também o facto de a China ter definido a meta de crescimento económico para 2025 em "cerca de 5%".

Já pela Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura no verde, com o Euro Stoxx 50 a crescer 1,8%. As praças da região estão a ser animadas pelas perspetivas de um reforço das verbas com a defesa, isto depois de a Alemanha ter anunciado um fundo especial para despesas militares de 500 mil milhões de euros. 

Além disso, a A União Europeia (UE) vai avançar com um investimento de 150 mil milhões de euros em empréstimos para aumentar os gastos com defesa dos países da região. O plano de rearmamento da região foi anunciado esta terça-feira em Bruxelas.

Na China, a Assembleia Popular Nacional foi de encontro ao que era esperado e definiu, pelo terceiro ano consecutivo, um crescimento de 5% para a economia em 2025. Para isso acontecer, os analistas preveem que as autoridades chinesas voltem a introduzir uma leva de estímulos para apoiar esta que é a segunda maior potência económica do mundo.

"Não há nada aqui para criticar. [As autoridades chinesas] voltaram a definir um objetivo de crescimento robusto e uma intenção clara de apoiar a economia", explica Vey-Sern Ling, administrador executivo da Union Bancaire Privee, à Bloomberg. "Estão a dizer todas as coisas certas sobre o emprego, o mercado imobiliário e o mercado bolsista".

As autoridades chinesas decidiram ainda aumentar o tecto défice orçamental do país para o valor mais elevado em 30 anos (cerca de 4% do PIB), numa altura em que se têm visto a braços com uma deflação insistente. Para este ano, a China pretende alcançar uma taxa de inflação de 2%, afastando-se do objetivo de 3% que há muito que vinha a adotar.

Neste contexto, as ações de Hong Kong voltaram a disparar, depois de terem vivido recentemente um "rally" apoiado pelo setor tecnológico e pela inteligência artificial, espoletado pela Deepseek. O Hang Seng avançou 2,2%, enquanto em Xangai os ganhos foram mais modestos – o Shanghai Composite cresceu 0,4%.

Pelo Japão, a sessão também foi otimista, com o Topix a crescer 0,3% e o Nikkei 225 a subir 0,2%. Por sua vez, na Coreia do Sul, o Kospi valorizou 1,2%.

 

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