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Governo português cria grupo de trabalho para monitorizar fraude da Volkswagen

Os secretários de Estado da Inovação, Transportes e do Ambiente, bem como técnicos do IMT e da Agência do Ambiente, vão constituir um grupo de trabalho para avaliar o impacto do esquema da Volkswagen em Portugal.

Miguel Baltazar/Negócios
30 de Setembro de 2015 às 16:38
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"O Governo decidiu constituir um grupo de trabalho", que será composto pelos secretários de Estado da Inovação, Transportes e do Ambiente e onde se incluem também técnicos do IMT e da Agência do Ambiente, para coordenar e "assegurar a monitorização das acções" decorrentes do plano europeu que está a ser desenhado depois da fraude da Volkswagen, disse o governante após a última reunião do Conselho da Indústria desta legislatura.

O ministro disse ainda querer "tranquilizar" os consumidores portugueses que tenham adquirido um veículo da marca alemã com 'kit' fraudulento instalado para as emissões poluentes.


"Não é responsabilidade desses consumidores, não é seguramente sobre estes detentores de veículos que vai recair o custo de corrigir a fraude que a Volkswagen fez", disse.


O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) "está a trabalhar de forma muito estreita com o centro de homologação de veículos na Alemanha", afirmou o governante, salientando que este é o centro responsável pela homologação de todos os Volkswagen na Europa com motor diesel EU5, que é aquele foi alvo fraude.


Na quinta-feira, adiantou, o Conselho de Competitividade vai abordar este tema "e a gravidade das suas implicações a nível europeu" e Portugal vai estar presente através do secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves.

"Portugal está a actuar de forma articulada e na linha da frente de tudo aquilo que é necessário fazer para avaliar as consequências desta fraude e poder corrigi-la", salientou.


"Compete à Volkswagen e ao centro de homologação dar nota de quais são os veículos que estão neste momento no mercado europeu e que precisam de ser recolhidos para que os seus softwares sejam corrigidos", disse.


"Sabem todos a importância que a Volkswagen e a Autoeuropa têm como investidor em Portugal", apontou Pires de Lima. "Ao longo dos últimos 25 anos, a Autoeuropa tem sido um dos principais investidores em Portugal, um dos maiores exportadores que temos. Ainda no ano passado anunciou, e está a executar, um investimento de 700 milhões de euros em Portugal, com efeitos indirectos muito superiores. Este investimento está em curso e não há nenhuma novidade que ponha em causa este investimento", disse.


"O ministério da Economia tem como prioridade atrair e captar bom investimento. Não peçam ao senhor ministro da Economia, nem a mim nem à minha equipa, para em nome da espectacularidade de que às vezes a política é feita pôr em causa aquilo que é essencial", salientou.


"Continuamos a trabalhar com a Autoeuropa e com a Volkswagen para que o investimento se concretize dentro dos prazos que está previsto, com os apoios que foram previstos, porque esse investimento é importante para Portugal, para criar riqueza, e para o 'cluster' automóvel, que é fundamental na estratégia da nossa economia, possa continuar a prosperar", sublinhou o governante.

António Pires de Lima considerou que há "incertezas" sobre todo este processo, e apontou que as investigações estão a decorrer.


"A informação que nos foi dada na semana passada é que a Autoeuropa não tinha produzido veículos para os Estados Unidos da América", pelo que na altura a fábrica de Palmela estava excluída, explicou.


Com o evoluir do processo, detectou-se que a fraude também afectava o mercado europeu, pelo que "todas as fábricas que produziram para o mercado europeu não estão livres de terem produzido automóveis com incorporação desse 'kit' fraudulento, incluindo a Autoeuropa", disse.


Pires de Lima salientou que deve ser a Autoeuropa e o grupo Volkswagen a darem explicações sobre o tema.


"De acordo com a informação mais actualizada, nos últimos meses a Autoeuropa não produziu motores diesel EU5", já que está a produzir os motores EU6.


Sobre o impacto da fraude nas encomendas da Autoeuropa, Pires de Lima afirmou que a Volkswagen viu "a sua reputação afectada " e que o Executivo "não pode garantir o número de veículos" que a fábrica de Palmela vai produzir nos próximos anos.

(Notícia actualizada às 18h38)

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