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Depois de acusações, Obama e Putin falam na necessidade de haver "solução política" na Síria

Depois dos discursos na assembleia-geral das Nações Unidas, Obama e Putin reuniram-se. A Síria foi o principal ponto na conversa. Ambos concordam de que é preciso derrotar os "jihadistas" mas discordaram do método.

Kevin Lamarque/Reuters
29 de Setembro de 2015 às 09:43
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Nos discursos da assembleia-geral da ONU, as críticas foram feitas de parte a parte. Obama criticou a Rússia, também pelo que tem feito na Ucrânia, ainda que tenha declarado não ser desejo dos Estados Unidos avançar com uma nova guerra fria. Nesse mesmo discurso, Obama deixou, no entanto, sinal de abertura de negociar com a Rússia e com o Irão na resolução do conflito da Síria. Mas o ponto de discórdia com a Rússia manteve-se. Obama, no discurso na assembleia-geral da ONU, reafirmou que "temos de reconhecer que não podemos, depois de tanto derramamento de sangue e de tantas mortes, voltar ao ‘status quo’ pré-guerra". O mesmo é dizer que os Estados Unidos da América não quer Bachar El Asad no poder, mas já falou de uma solução de transição, no que foi visto como sinal de abertura para um acordo com a Rússia.


Pelo contrário Putin quer Assad nas negociações
, atacando a recusa do Ocidente em cooperar com o exército e o Governo de Assad para combater o grupo extremista Estado Islâmico, que controla grandes parcelas de território na Síria e no Iraque. "É um erro enorme não cooperar com aqueles que combatem frontalmente o terrorismo, e nós devíamos reconhecer que mais ninguém, além das Forças Armadas do Presidente Assad, está realmente a combater o Estado Islâmico e outras organizações terroristas na Síria", defendeu.

E depois destas declarações, os dois chefes de Estado das duas superpotências reuniram-se mesmo ali na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. Um encontro de mais de hora e meia. O primeiro desde 2013 e desde que, no ano seguinte, eclodiu a crise na Ucrânia. Do encontro realce para uma posição comum: encontrar uma solução política na Síria, colocando as forças militares em comunicação, isto depois da Rússia ter alegadamente feito avanços militares aéreos na Síria nas últimas semanas. Putin descarta, no entanto, qualquer envio de tropas terrestres.


Depois do encontro com Obama, Putin declarou aos jornalistas, segundo a Reuters, que a Rússia está a ponderar o que mais pode fazer para apoiar o governo sírio e as forças curdas para combaterem os militantes do designado Estado Islâmico. "Há uma oportunidade de trabalharmos conjuntamente para resolver o problema", declarou, dizendo que a conversa com Obama foi "muito produtiva e franca". Obama não falou no final da reunião. Mas uma fonte diplomática norte-americana, citada pelas agências internacionais, assumiu que EUA e Rússia têm "diferenças sobre o resultado o processo", declarando também que a reunião foi produtiva e serviu para deixar claros os objectivos de cada país.


Ainda que ambos os presidentes tenham feito um brinde conjunto, as divergências mantêm-se, mas depois do encontro declarou-se pelo menos abertura para tentar uma solução política. Momentos depois de Obama ter apelidado Assad de tirano, Putin diz ser "legítimo" o governo de Assad, que está a combater o terrorismo. Durante o discurso nas Nações Unidas, Putin não deixou passar as críticas aos Estados Unidos, que acusa de ter armado grupos rebeldes, propondo uma grande coligação internacional para derrotar os "jihadistas", comparando-a com a união EUA-União Soviética que levou à derrota de Hitler. 

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