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Bombardeamentos russos terão eliminado opositores de Assad

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, um ataque aéreo do exército russo terá provocado a morte de 45 pessoas na província de Latakia, predominantemente controlada pelo regime de Assad. Entre os mortos estarão opositores do regime de Damasco.

20 de Outubro de 2015 às 13:56
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Enquanto prosseguem os bombardeamentos aéreos do exército russo na Síria, avolumam-se as acusações de que a verdadeira intenção de Moscovo não passa unicamente por combater os terroristas do autoproclamado Estado Islâmico (EI), mas também os rebeldes opositores do regime liderado pelo presidente Bashar al-Assad.

 

As notícias avançadas esta terça-feira, 20 de Outubro, pela agência Reuters e pela BBC, dão conta de que os bombardeamentos efectuados, na última segunda-feira, pela força aérea russa, na província de Latakia, resultaram na morte de 45 pessoas, entre as quais civis e elementos do Exército Livre da Síria, um grupo opositor de Assad que conta com o apoio do ocidente, designadamente com financiamento e treino militar providenciados pelos serviços secretos norte-americanos (CIA).

 

O Observatório Sírio de Direitos Humanos refere que os ataques de segunda-feira à tarde atingiram sobretudo a região de Jabal al-Akrad, em Latakia, uma zona maioritariamente controlada pelas forças leiais ao regime de Damasco. Desde 2012 que esta é uma zona em grande medida controlada pelos grupos rebeldes armados que combatem Assad. Segundo aquela agência humanitária, o comandante do Exército Livre da Síria e familiares dos rebeldes contam-se entre as vítimas mortais. A BBC adianta que as autoridades russas afiançam que os ataques de ontem tiveram como alvo as posições detidas na Síria pelos radicais sunitas do EI.

 

Todavia, os dados conhecidos no ocidente mostram que a presença dos jihadistas do EI nesta província costeira a noroeste de Damasco é diminuta, o que parece ser mais um indício a confirmar que as forças russas não estão apenas a tentar derrotar o EI, mas têm também como objectivo enfraquecer e combater os grupos rebeldes que desde 2011 tentam derrubar Assad.

 

Nos últimos dias têm surgido informações que mostram que as forças leais a Assad têm conseguido impor derrotas aos seus opositores, estando actualmente a recuperar território que havia sido perdido, desde 2011, para os oposicionistas. Depois de o presidente Assad ter pedido o apoio russo para combater o terrorismo, a força aérea russa tem coordenado as suas acções militares com as forças de Damasco que, por sua vez, contam com a colaboração de tropas do Irão e homens do partido libanês xiita Hezbollah.

 

Nas últimas semanas, o regime liderado por Bashar al-Assad tem conseguido impor várias derrotas aos grupos rebeldes, facto que reforça as suspeitas da comunidade internacional que temem que o presidente russo, Vladimir Putin, esteja apenas a tentar apoiar o presidente sírio, um grande aliado de Moscovo no Médio Oriente. É na Síria que a Rússia detém a sua única base naval no Mediterrâneo.

 

Já os Estados Unidos, que lideram uma coligação internacional que há mais de um ano executa bombardeamentos na Síria contra as posições do EI e suas filiais jihadistas, defendem que Assad não deve continuar à frente dos destinos do país. Já Moscovo e Putin afiançam que só com Bashar al-Assad no poder será possível recuperar a estabilidade no país e na região. Washington e Paris têm pedido que Moscovo cinja os seus ataques contra os terroristas do EI.

 

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