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Empresas de Donald Trump colocam problema ético caso seja eleito presidente

Com controlo sobre centenas de empresas, Trump pode enfrentar alguns problemas éticos caso venha a ser eleito presidente, especificamente para evitar conflitos de interesses. A lei não força o milionário a desfazer-se dos seus negócios.

Bloomberg
17 de Março de 2016 às 14:07
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Donald Trump tem controlo sobre mais de 500 empresas, muitas das quais podem gerar conflitos de interesses caso seja eleito presidente dos EUA no próximo dia 8 de Novembro, escreve a CNN, que apresentou a questão a um advogado que prestou aconselhamento legal a vários candidatos presidenciais.

"Será certamente um dilema ético sem precedentes caso Trump vença", disse Kenneth Gross, advogado da Skadden Arps Slate Meagher & Flom.

A lei não obriga o milionário a desfazer-se dos seus negócios, e o próprio já sugeriu que as empresas serão geridas pelos seus filhos e pelos executivos que as integram caso venha a ser eleito.

"Ele não pode simplesmente ter amnésia. Está preso no conhecimento daquilo que detém", acrescentou Kenneth Gross.

Escreve a CNN que, por tradição, os candidatos optam por eliminar potenciais conflitos de interesse antes do dia das eleições e dá o exemplo de Mitt Romney, cujos bens foram colocados num ‘blind thrust’, em que alguém administra de forma independente os bens do visado exactamente para evitar conflitos de interesses. Obama, por sua vez, optou por investir o seu dinheiro em fundos mutualistas ou em títulos do tesouro norte-americano.

Com as empresas é diferente e, para realmente eliminar o risco de eventuais conflitos, Trump teria de se desfazer dos negócios e entregar a gestão dos seus recursos a um administrador com quem não poderia ter qualquer contacto ao longo do mandato.

Para exemplificar a importância desta questão, a CNN dá o exemplo de George Washington e Thomas Jefferson, donos de vastas plantações na Virgínia e que não actuaram no sentido de conter o avanço da escravatura no país.

A CNN faz um paralelo entre Trump e Michael Bloomberg, ex-presidente de câmara de Nova Iorque e que apesar de nunca ter posto o pé na sede da empresa, a Bloomberg LP, durante os seus mandatos, continuou a tomar decisões estratégicas para o negócio, de acordo com informações veiculadas por Kenneth Gross.

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