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Donald Trump, de polémica em polémica até à Super Terça-Feira

Depois de fazer manchete com várias declarações polémicas no final do ano passado, Trump impressionou ao conquistar três dos quatro estados que foram a votos nestas primárias norte-americanas, e é o milionário quem lidera as sondagens para esta Super Terça-feira.

Bloomberg
01 de Março de 2016 às 12:17
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Depois de promover a construção de um muro na fronteira com o México e de sugerir que os muçulmanos sejam proibidos de entrar nos EUA, Donald Trump não parou. O Papa diz que o candidato não é cristão. O mesmo candidato que incentivou um boicote à Apple, que disse que queria bater num manifestante e que é agora criticado por não repudiar atempadamente o apoio do líder do Ku Klux Klan. Obama tem fé, mas o facto é que Trump se mantém na liderança republicana. E a Super Terça-feira é hoje, uma das mais importantes etapas destas primárias.

A mais recente polémica em torno de Trump refere-se ao tardio repúdio do apoio de David Duke, líder do grupo de supremacia branca Ku KLux Klan (KKK). A polémica estalou este domingo numa entrevia à CNN em que Trump foi questionado – por três vezes - se iria rejeitar o apoio de David Duke. O candidato optou por fugir à questão dando a entender que não estava a par do apoio desse grupo à sua candidatura.

"Não sei nada sobre aquilo que está a falar sobre supremacia branca ou apoiantes da supremacia branca. (…) Não sei, não sei. Ele apoiou-me, o que se está a passar? Porque não sei nada sobre David Duke", garantiu.

Mais tarde, Trump atribuiu a falta de clareza na resposta a falhas no equipamento de áudio que não lhe permitiram ouvir correctamente a pergunta. O repúdio do apoio veio depois, tardio, já com os rivais a criticar o candidato.

"Eu não quero saber sobre um mau equipamento de áudio, Ku KLux Klan é bastante perceptível", considerou Marco Rubio, outro dos candidatos republicano destas primárias. "Dizem-me ‘David Duke’, eu digo ‘racista’, imediatamente", acrescentou. "Porque é que ele não condenou o Ku Klux Klan? Não há espaço no movimento conservador ou no Partido Republicano para membros do Ku Klux Klan ou racistas como David Duke", argumentou.


Sendo esta a mais recente polémica, não é todavia a única deste ano na campanha de Trump, que muito deu que falar no final de 2015 por causa das suas declarações controversas.

O candidato promoveu em Fevereiro um boicote à Apple na sequência da recusa da empresa em fornecer às autoridades dados do telemóvel de um dos membros do casal envolvido no ataque terrorista de San Bernardino, na Califórnia, que matou 14 pessoas e feriu outras 17.


Incontornável desde que se candidatou, Trump foi inclusivamente alvo de críticas por parte do Papa Francisco. "Uma pessoa que só pensa em construir muros, onde quer que sejam, e não em construir pontes, não é cristão", disse o líder da igreja católica em visita ao México, referindo-se à proposta de Trump de construir um muro na fronteira entre os EUA e o México.

A resposta de Trump não se fez esperar e, mais uma vez, deu que falar: "Se e quando o Vaticano for atacado pelo ISIS [o auto-proclamado Estado Islâmico] - que como todos sabem é maior trofeu do ISIS - eu posso prometer-vos que o Papa terá desejado e rezado para que Donald Trump tivesse sido presidente - é verdade, é verdade – porque isso não teria acontecido. O ISIS teria sido erradicado, contrariamente ao que está a acontecer agora".


Dias depois, num discurso que antecedeu o ‘caucus’ do Nevada, Trump foi interrompido por um manifestante e, enquanto o indivíduo era retirado do evento, o candidato republicano, visivelmente incomodado, disse: "Nos velhos tempos, sabem o que se costumava fazer com pessoas como aquela [que alegadamente estava a resistir aos seguranças nesse momento] quando estavam em lugares como este? Seriam transportados para fora numa maca", disse Trump. "Gostava de lhe poder dar um murro na cara, digo-vos", acrescentou o candidato.


O facto é que, com mais ou menos polémica, Trump lidera a corrida republicana nestas primárias, tendo somado vitórias em três dos quatro estados onde os republicanos se dirigiram aos locais de voto para escolher o candidato que vai representar o partido na corrida à Casa Branca.

Apesar do sucesso de Trump, Obama diz ter "fé no povo americano" e, nesse sentido, acredita que "Trump não será eleito presidente dos Estados Unidos".

"E eu acho que eles percebem que ser presidente dos Estados Unidos é um trabalho sério, não é o mesmo que apresentar um talk show", disse o actual presidente numa conferência de imprensa realizada após um encontro com líderes asiáticos no âmbito da cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), realizado na Califórnia. À data destas declarações, Trump ainda não conquistara a liderança republicana no Nevada e na Carolina do Sul.

E nesta Super Terça Feira – em que 14 estados e territórios escolhem os seus candidatos - é Trump quem lidera as sondagens, com 49% dos apoios, contra 16% de Marco Rubio e 15% de Ted Cruz. Os resultados são fruto de uma sondagem conduzida pela CNN e cujos resultados foram divulgados esta segunda-feira.

Do lado democrata, é Hillary quem segue com vantagem na Super Terça-feira com 55% das intenções de voto, contra 38% de Bernie Sanders. 

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