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OPEP+ vai “abrir torneiras” depois de vários adiamentos
O grupo liderado pela Arábia Saudita e a Rússia deverá aumentar a produção de "ouro negro" em cerca de 138 mil barris por dia a partir do próximo mês. Parte da decisão deve-se à crescente pressão exercida por Trump para reduzir preços do crude.
Três adiamentos depois, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP +) deverá mesmo "abrir as torneiras" e avançar com o esperado aumento na produção de crude a partir de abril, de acordo com informação partilhada por delegados da organização e citada pela Bloomberg.
O grupo liderado pela Arábia Saudita e a Rússia deverá aumentar a produção de "ouro negro" em cerca de 138 mil barris por dia a partir do próximo mês.
Parte da decisão deve-se à crescente pressão exercida pelo Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, que quer ver uma redução nos preços da matéria-prima. No mês passado, Trump apelou à OPEP+ para "baixar o preço do petróleo".
Mas há outras razões que podem ter levado a esta decisão por parte da OPEP+. A Rússia, atingida por novas sanções nos últimos dias da administração de Joe Biden, pode ter condições mais favoráveis para vir a aumentar as exportações de "ouro negro", caso se assista a um atenuar das sanções sobre Moscovo. Para além disso, também a "pressão máxima" de Washington sobre as exportações iranianas de crude pode criar uma "lacuna" que a OPEP+ poderá preencher.
O plano inicial da organização passava por começar a colocar gradualmente 2,2 milhões de barris por dia no mercado a partir de outubro de 2024, mas, perante a queda dos preços da matéria-prima, a OPEP+ decidiu, em setembro, adiar por dois meses esse plano. Nos dois encontros seguintes voltou a haver um adiamento e, com efeito, a 5 de dezembro ficou decidido congelar por mais três meses a abertura de torneiras, iniciando-se em abril a desejada oferta de mais crude.
Face a estas notícias, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – cai 2,49% para os 68,02 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 2,14% para os 71,25 dólares por barril.