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EUA preparam-se para mais uma Super Terça-feira
Kasich lidera no Ohio e Trump destrona Rubio na Florida. É isto que dizem as sondagens sobre as primárias norte-americanas de amanhã, em que a corrida presidencial entra numa fase decisiva para os republicanos. Entre democratas, Hillary deverá consolidar a liderança.
Neste dia 15 de Março vão a votos cinco estados e um território. O momento tem especial relevância para os Republicanos, uma vez que alguns dos estados têm uma política de "winner-takes-all" ou "winner-takes-most", ou seja, em que os candidatos vencedores amealham os apoios de todos os delegados do seu partido no estado em causa.
O novo modelo de contagem pode virar o tabuleiro republicano, ameaçando a liderança de Trump, ou reafirmar o candidato como potencial nomeado do partido à corrida presidencial.
As primárias têm lugar amanhã na Flórida, em Illinois, no Missouri, na Carolina do Norte e em Ohio. Há ainda lugar ao ‘caucus’ das Ilhas Marianas do Norte, mas apenas para o eleitorado republicano. Os democratas têm o seu ‘caucus’ marcado para o território para o dia 12 de Março.
Do lado democrata, Hillary Clinton prepara-se para somar vitórias na Flórida, em Illinois e em Ohio, os estados com um maior número de delegados para disputar.
Segundo a sondagem para o The Wall Street Journal e para a NBC News da Marist Poll, o governador republicano John Kasich lidera no seu estado, em Ohio, com 39% das intenções de voto, contra 33% de Donald Trump. Na Florida, estado do Senador Marco Rubio, é Trump quem lidera as sondagens com 43% das intenções de voto, face a 22% de Rubio. O mesmo acontece em Illinois, com Trump a concentrar 34% das intenções de voto, contra 25% de Ted Cruz e 21% de John Kasich. Nos três estados importa somente a conquista do primeiro lugar, uma vez que serão atribuídos ao vencedor todos ou a maioria dos delegados.
Entre republicanos, em que Hillary Clinton e Bernie Sanders são os únicos candidatos na corrida pela nomeação, a ex-secretária de Estado norte-americana conta com 61% das intenções de voto face aos 34% de Bernie Sanders na Florida. A tendência é semelhante no Ohio, com a candidata a arrecadar 58% das intenções e voto, face a 38% de Sanders. Em Illinois a luta promete ser mais renhida: Clinton conta com o 51% das intenções de voto face a 45% do senador.
A sondagem tem por base inquéritos a 2.422 eleitores registados na Flórida, 1.968 em Illinois e 2.052 em Ohio.
Kasich: ou vence em Ohio ou abandona a corrida
John Kasich, de 63 anos, é um governador popular que concorre pela nomeação "em casa", no seu estado, e com o apoio do partido. Num ano normal, escreve a Bloomberg, isto seria suficiente para lhe garantir uma vitória, mas com Donald Trump na corrida isto pode não ser suficiente. Uma sondagem hoje divulgada pela Quinnipiac University coloca-os praticamente empatados. O resultado em Ohio vai ser um teste à capacidade de Kaisich mobilizar a sua base de apoio, e se isso será suficiente para suplantar o apelo de Trump.
Kasich, que contará com o apoio de Mitt Romney nesta fase, já disse que desiste da corrida se não vencer em Ohio. Caso tenha sucesso e conquiste os 66 delegados deste estado, será mais difícil a Trump reunir os apoios necessários para assegurar a nomeação.
Forças anti-Trump dentro do próprio partido, entre os quais se encontra Romney, têm urgido os eleitores a apoiar Kasich, o senador da Florida Marco Rubio ou o senador do Texas Ted Cruz, com o objectivo de minar as hipóteses de Trump conquistar os 1.237 delegados necessários para garantir a nomeação.
Neste esforço para travar Trump, até Rubio pediu ao eleitorado republicano, na última sexta-feira, para apoiar Kaisich no Ohio onde este tem maiores hipóteses de travar Donald Trump do que o próprio. Rubio não "lançou a toalha ao chão" no próprio estado, a Florida, mas tal como a sondagem da Marist Poll, a da Quinnipiac University poll revela um intervalo significativo entre ele e Trump, com o milionário a somar 46% das intenções de voto, face a 22% de Rubio.
Trump está atento e já virou baterias a Kasich a quem chamou "fraco". "Kasich é um bebé. Não pode ser presidente", disse o milionário este sábado num evento de campanha. Este decidiu igualmente mudar o evento planeado para esta segunda-feira à noite na Florida para Ohio.
Os dias que antecederam esta Super Terça-feira ficaram marcados pelos protestos violentos em Chicago num dos eventos de campanha de Trump, que obrigaram ao cancelamento do mesmo, e resultaram em várias detenções.
Ted Cruz, que ocupa o segundo lugar na corrida republicana e que tem vindo a tentar afirmar-se como única alternativa viável a Trump, suavizou o tom do seu discurso nos últimos dias.
Uma semana depois de considerar que seria "ilegítimo" e "errado" que o candidato republicano fosse decidido pela Convenção Nacional do Partido contra a vontade dos eleitores, Cruz vem agora dizer que não há qualquer problema se a decisão final for tomada pelos delegados na Convenção caso existam dois fortes candidatos à nomeação.
"Se eu e Trump chegarmos à convenção com uma boa parte dos delegados, mas ambos longe dos 1.237 delegados, então cabe aos delegados decidir. É assim que o processo funciona e isso é permitir à democracia funcionar", disse, citado pela Bloomberg.