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Tsipras quer um reforço do papel do Parlamento Europeu nas avaliações ao novo programa grego
O primeiro-ministro grego considera que "é politicamente imperativo que a única instituição directamente mandatada pelo voto popular" esteja directamente envolvida na avaliação ao cumprimento do terceiro resgate à Grécia.
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O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, enviou, esta quarta-feira, 19 de Agosto, uma carta ao presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, solicitando um reforço do papel daquela instituição europeia nas avaliações futuras que serão feitas ao cumprimento do memorando de entendimento recentemente acordado entre a Grécia e as instituições credoras.
Na missiva entretanto difundida via Twitter por parte de vários jornalistas, Tsipras considera que "é politicamente imperativo que a única instituição directamente mandatada pelo voto popular aja enquanto último garante da responsabilidade democrática".
Por outras palavras, o chefe do Executivo helénico vê como premente que um "envolvimento total e directo" seja assegurado pelo Parlamento Europeu de forma a atribuir maior legitimidade, política e democrática, ao terceiro resgate concedido à Grécia no espaço de cinco anos.
No entender do também secretário-geral do Syriza, "isto é particularmente importante quando as políticas aplicadas fazem parte de um acordo de empréstimo juridicamente vinculativo, ratificado com antecedência pelos parlamentos nacionais".
Precisamente esta quarta-feira, os parlamentos da Alemanha e da Holanda já avalizaram o acordo que permitirá à Grécia receber um financiamento de cerca de 86 mil milhões de euros ao longo dos próximos três anos.
No entanto, só às 18 horas em Lisboa, é que o Conselho de Governadores do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), composto pelos ministros das Finanças dos países que integram a Zona Euro, vai realizam uma "conference call" que irá aprovar a libertação da primeira tranche de 26 mil milhões de euros, montante que permitirá à Grécia cumprir o pagamento previsto de 3,2 mil milhões ao Banco Central Europeu já amanhã, 20 de Agosto.
As avaliações periódicas ao cumprimento do novo programa de assistência à Grécia continuarão a ser feitas numa base trimestral, isto apesar de ao longo das negociações terem surgido informações que apontavam para a intenção, por parte dos credores, de efectuarem avaliações intervaladas segundo um menor período de tempo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) continuará também a integrar as missões da troika, embora a renovação do seu envolvimento financeiro, tal como pretendido pela Alemanha e pelo seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, esteja dependente do que vier a ser concluído aquando da primeira avaliação trimestral ao cumprimento do novo memorando. O FMI pretende que os europeus tenham em conta o necessário "alívio de dívida que permita à dívida helénica tornar-se sustentável".