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Ao minuto08.07.2024

Esquerda celebra vitória surpresa em França. Macron só fala segunda-feira

As legislativas francesas deste domingo tiveram a maior afluência desde 1981. Jean-Luc Mélenchon diz-se preparado para governar, enquanto Jordan Bardella reconheceu a derrota. Na primeira reação dos mercados, o euro desvaloriza.

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08.07.2024

Festejos de vitória da esquerda em Paris marcados por confrontos com a polícia

Milhares de pessoas encheram a praça da República
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Milhares de pessoas encheram a praça da República

Milhares de pessoas encheram a praça da República em Paris para festejar a vitória da esquerda nas eleições legislativas, numa manifestação marcada por confrontos com a polícia, que acabou por usar gás lacrimogéneo, de acordo com a agência Lusa.

Durante toda a manifestação, a praça esteve rodeada por um forte perímetro de segurança, com carrinhas e polícias de choque a controlarem todos os acessos à praça, equipados com capacetes e escudos de proteção.

Muitas pessoas com máscaras foram atirando petardos e garrafas contra as forças de segurança, tendo incendiando lixos e bicicletas. Em resposta, a polícia lançou gás lacrimogéneo, acabando por dispersar, por volta das 00:00 (23:00 em Lisboa) a grande maioria da multidão que se encontrava na praça.

Antes destes confrontos, milhares de pessoas encheram a praça para celebrar a vitória da esquerda nas eleições legislativas, com bandeiras da coligação de esquerda Nova Frente Popular (Nouveau Front Populaire, em francês), assim como bandeiras de França, de Marrocos, Argélia ou com o arco-íris representativo do movimento LGBT.

Os resultados finais confirmam a vitória da esquerda e indicam, segundo o Le Monde, que a Nova Frente Popular (NFP) conseguiu eleger 182 deputados, à frente da coligação Renascimento, de Emmanuel Macron, que ficou com 168.

A União Nacional, de Marine Le Pen, não foi além do terceiro lugar, com 143 lugares. Entre os partidos mais pequenos, os Republicanos elegem 45 deputados, o Agir fica com 15 lugares e o Partido de Esquerda com 13. O Parlamento francês tem 577 lugares pelo que nenhum partido conseguiu os 289 necessários para garantir uma maioria absoluta.

07.07.2024

PS, BE, PAN e Livre salientam derrota da extrema-direita

PS, BE, PAN e Livre assinalaram que a extrema-direita saiu derrotada das eleições legislativas francesas, enquanto o Chega considerou que o resultado constitui uma "derrocada para a Europa".

Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), o secretário-geral do PS felicitou "a esquerda francesa e a sua unidade por este extraordinário resultado".

"A Nova Frente Popular venceu as eleições em França. A extrema-direita foi claramente derrotada. 'A França merece melhor do que uma alternativa entre neoliberalismo e fascismo', como disse Olivier Faure, secretário-geral do @partisocialiste", escreveu Pedro Nuno Santos.

O secretário-geral do PS defendeu que "unida, a esquerda venceu a extrema-direita nas urnas, agora terá de a vencer na governação e nas políticas públicas" e considerou que "a melhor barreira contra a extrema-direita está na defesa e aprofundamento do Estado Social".


A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, escreveu na mesma rede social que "a esquerda derrotou a extrema-direita".

"O povo francês mostrou que a escolha não é entre o centrão neoliberal e a extrema-direita. A vitória da esquerda, liderada pela @FranceInsoumise, abre caminho a um projeto radicalmente social e ecologista. A esperança ganha força na Europa", salientou a bloquista.

Por seu turno, a porta-voz do PAN considerou que "o povo francês derrotou a extrema-direita", defendendo que "foi um dia bom para a democracia, que mostra que nunca se devem decretar vencedores antecipados e a vitória do progresso social e ambiental".

Em comunicado, o Livre assinalou que "os eleitores franceses mobilizaram-se e afluíram em massa às urnas para evitar o primeiro governo de extrema-direita desde a Segunda Guerra Mundial", mas referiu que este é, "de longe, o melhor resultado de sempre da extrema-direita em eleições legislativas em França".

O Livre destacou que este é "o momento de agir e de pôr em prática as medidas sociais, ecologistas, progressistas que respondam aos anseios de todas e todos os que vivem em França", considerando ser necessário "criar uma República social e ecologista que seja clara e indubitavelmente feminista, antirracista, ecologista e progressista".

O partido salientou ainda que "este resultado mostra que a convergência de forças progressistas, ecologistas e de esquerda é a melhor forma de, em paralelo, combater a extrema-direita e criar uma alternativa de governação".

07.07.2024

Euro desvaloriza após eleições em França

O euro segue em ligeira baixa após serem conhecidas as projeções de resultados das eleições em França. A perspetiva de um Parlamento "pendurado" e a inesperada aprovação da esquerda deverá gerar incerteza nos mercados financeiros pelo que as primeiras negociações sinalizam que se segue volatilidade.

"Parece que os partidos enti-extrema-direita obtiveram um grande apoio", afirmou Simon Harvey, diretor de análise cambial da Monex Europe, em declarações à Reuters.

Os investidores têm mostrado preocupações em relação aos planos da esquerda francesa para anual reformas pró-mercado do Presidente Emmanuel Macron. Além disso, o impasse político pode acabar com as tentativas de controlar a dívida da França, que ficou em 110,6% do produto interno bruto (PIB) em 2023.

"Mas, fundamentalmente, de uma perspetiva de mercado, não há diferença em termos de resultado. Vai haver realmente um vazio no que diz respeito à capacidade legislativa da França", rematou Simon Harvey.

O euro segue a desvalorizar 0,2% contra a divisa norte-americana para 1,081 dólares. Na semana passada a moeda única única reagiu em alta às sondagens, atenuando os receios de uma vitória da extrema-direita, depois de uma queda acentuada - sincronizada com ações e obrigações - quando Macron convocou as eleições no início de junho.

07.07.2024

Marcelo diz que "o que o povo decide está bem decidido"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse este domingo bservar "atentamente" o que se passa nas eleições legislativas em França, ainda sem resultados finais, e considerou que "o que o povo decide está bem decidido".

"O que o povo decide está bem decidido", argumentou o Chefe de Estado português, quando questionado pelos jornalistas sobre se está surpreendido com as projeções que dão a coligação de esquerda como vencedora na segunda volta das legislativas francesas, realizada hoje.

Em Beja, à saída da Sé Catedral, onde assistiu à ordenação episcopal do novo bispo desta diocese alentejana, o Presidente da República disse aos jornalistas ter "muita dificuldade em comentar" as eleições em França, por não dispor de informação.

"Acabei de assistir a uma cerimónia de três horas e, portanto, não tenho elementos", disse.

Perante a indicação da parte dos jornalistas de que o presidente francês, Emmanuel Macron, prefere comentar as eleições só na segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa frisou: "Se o presidente francês não sabe o que dizer, imagina o presidente português sobre o que se passa num país amigo".

"Portanto, eu observo atentamente o que se passa e que é muito importante para a Europa. Vamos esperar os resultados finais e, depois, amanhã ou depois de amanhã, eu falarei", limitou-se a acrescentar.

07.07.2024

Paris celebra os resultados eleitorais

07.07.2024

Gabriel Attal anuncia que vai pedir demissão

O atual primeiro-ministro de França Gabriel Attal anunciou que vai amanhã, segunda-feira, pedir demissão do cargo depois de a coligação de esquerda surgir nas projeções como vencedora na segunda volta das eleições legislativas.

"Entregarei a minha demissão ao Presidente da República amanhã (segunda-feira) de manhã", anunciou Gabriel Attal, em conferência de imprensa a partir da residência oficial. "Assumirei obviamente as minhas funções durante o tempo que o dever exigir", referiu.

"Não escolhi esta dissolução, mas recusei-me a submeter-me. Decidimos lutar. Alertei para o risco de uma maioria absoluta da França Insubmissa ou da União Nacional e para o risco de desaparecimento do nosso movimento. Estes três riscos foram afastados pelos franceses. Devemos isso a este espírito francês, apegado aos seus valores", argumentou.


O centro "está vivo e de boa saúde" graças à "determinação" dos seus representantes, sublinhou Attal, notando que o movimento Juntos que apoia terá "três vezes mais deputados do que as estimativas sugeridas no início desta campanha".


De acordo com o Le Fígaro, o Presidente Emmanuel Macron não vai discursar esta noite. O Palácio do Eliseu fez saber que as projeções sobre a segunda volta das eleições legislativas não são ainda claros sobre quem deve governar o país pelo que Macron estará ainda a analisar os resultados.

O ministro do Interior Gérald Darmanin que foi reeleito por uma região do norte, replicou a mensagem, dizendo que "ninguém pode dizer que ganhou" as eleições. Já o ministro dos Negócios Estrangeiros Stéphane Séjourné considerou "óbvio" que Jean-Luc Mélenchon "não pode governar França".

07.07.2024

Marine Le Pen garante que vitória ficou "apenas adiada"

A líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen afirmou este domingo que a vitória ficou "apenas adiada", depois das projeções apontarem o seu partido, a União Nacional, no terceiro lugar, atrás da aliança de esquerda e do bloco do Presidente.

"A maré está a subir. Desta vez não subiu suficientemente alto, mas continua a subir. E, por isso, a nossa vitória só tarda", declarou a líder no canal privado TF1.

"Tenho demasiada experiência para ficar desiludida com um resultado em que duplicamos o nosso número de deputados", segundo a dirigente, comentando as projeções divulgadas após o fecho das urnas

As estimativas apontam uma vitória da Nova Frente Popular, com 172 e 215 deputados, enquanto o bloco de Emmanuel Macron poderá contar com 150 a 180 lugares, à frente do partido de extrema-direita, com entre 115 e 155 deputados eleitos.

07.07.2024

André Ventura lamenta derrota da RN

O líder do Chega André Ventura usou o Twitter para lamentar a derrota da RN em França. Afirmou que, caso se concretizem as projeções, será um "desastre" para a economia.

07.07.2024

Os Ecologistas celebram "justiça social" e "ambiental"

Marine Tondelier, de Os Ecologistas, celebrou as projeções dos resultados das legislativas. "Esta noite, a justiça social ganhou. Esta noite, ganhou a justiça ambiental. Esta noite, as pessoas ganharam. E ainda agora começou!", disse.

07.07.2024

Bardella da União Nacional fala de "alianças contranatura" para impedir mudanças

O candidato da União Nacional a primeiro-ministro, Jordan Bardella, acusou este domingo o Presidente francês de ter impedido uma mudança em França através de uma "aliança contra-natura", referindo-se à "frente republicana" que uniu o centro e a esquerda.

"As alianças contra-natura conduziram a que os franceses ficassem privados de uma política diferente", afirmou Bardella depois de conhecidas as primeiras projeções que dão a vitória à coligação de esquerda Nova Frente Popular. O partido de Emmanuel Macron terá ficado em segundo lugar e a extrema-direita em terceiro.

Trata-se de uma reviravolta surpreendente depois da vitória da União Nacional (RN, na sigla francesa). "Estes resultados "atiraram a França para os braços da extrema-eseuqreda de Jean-Luc Mélanchon", sublinhou Bardella.

O líder do RN prometeu manter-se fiel às políticas do partido, falando de uma "extrema-esquerda incendiária eu sei que a frustração de milhões de franceses", acrescentando que "esta noite tudo começa e o RN vai fazer o seu trabalho e vamos continuar a união de todos os franceses. O RN é diferente dos outros não vamos entrar em qualquer compromisso político estaremos ao lado do povo francês para restaurar a soberania do país", garantiu.

07.07.2024

Olivier Faure fala de responsabilidade e pede reversão de reformas

Olivier Faure, secretário-geral do Partido Socialista francês, afirmou que a votação dá uma "imensa responsabilidade" à Nova Frente Popular. Voltou também a apelar à anulação da controversa reforma das pensões do Presidente Emmnuel Macron.

Vão sendo conhecidas algumas personalidades que ganham lugares no Parlamento. O antigo presidente socialista François Hollande já terá conseguido uma posição, tal como a ex-primeira ministra (do Renascimento) Élisabeth Borne.

07.07.2024

Apoiantes da esquerda festejam resultados em Marsella

07.07.2024

"A Nova Frente Popular está pronta para governar", diz Jean-Luc Mélenchon

O líder e fundador do partido "França Insubmissa", Jean-Luc Mélenchon exigiu este domingo ao Presidente da República a nomeação de um primeiro-ministro da Nova Frente Popular, o movimento de esquerda que, segundo as projeções, venceu as legislativas em França.

"A Nova Frente Popular está preparada para governar é a esquerda unida", afirmou Jean-Luc Mélenchon, logo a seguir a serem conhecidas as primeiras projeções que dão a vitória à coligação de esquerda. "O nosso povo votou em consciência e agradeço a todos pela participação", afirmou o dirigente político. "A vontade do povo deve ser estritamente respeitada", acrescentou, num claro recado ao Presidente Emmanuel Macron. "É a derrota do Presidente da República e da sua coligação", disse Mélenchon.

O fundador do França Insubmissa indicou já que vai lutar pela revogação à subida da idade da reforma e garantiu que não vai negociar com Macron.

07.07.2024

Nova Frente Popular lidera sondagens

Houve uma reviravolta nas legislativas em França, com as primeiras sondagens a darem a vitória à Nova Frente Popular (NFP) com entre 180 e 215 lugares.

A coligação Renascimento, de Emmanuel Macron, terá conseguido entre 150 e 180 deputados. Já a extrema-direita da Frente Nacional (RN) - vencedores da primeira volta - terá apenas entre 120 e 150 lugares.

O Parlamento francês tem 577 lugares, pelo que são necessários 289 para conseguir maioria absoluta. Nesta segunda volta estão em causa 501 mandatos, uma vez que da primeira volta ficaram já atribuídos 76 lugares na Assembleia Nacional.

Destes, 39 deputados foram eleitos pela RN e aliados; a coligação das esquerdas assegurou 32 e o movimento de Macron apenas dois.

Os eleitores franceses participaram em massa na segunda volta das eleições legislativas antecipadas. Até às 17:00 deste domingo a taxa de participação atingiu os 59,71% dos eleitores inscritos, ou seja, mais 21,6 pontos percentuais face à segunda volta de 2022, quando à mesma hora era de 38,11%. A taxa de participação atinge assim um recorde novo desde 1981.

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