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Como se formam os preços dos combustíveis?

Na última semana, quem foi atestar o depósito sentiu a diferença no bolso. Mas, afinal, como se formam os preços dos combustíveis? O explicador desta semana dá conta das parcelas que são contabilizadas para chegar ao preço final.

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Atestar o depósito em 2025 está bem mais caro do que no ano passado. E quem mais sofre na hora de atestar o depósito são os condutores dos veículos movidos a gasóleo.


Segundo dados da Direção-Geral de Energia e Geologia, um litro de gasóleo simples em Portugal custou em média, esta semana, quase um euro e 70 cêntimos. Em seis semanas de subidas consecutivas, ficou quase 10 cêntimos por litro mais caro. Já o litro da gasolina encareceu 7,7 cêntimos para uma média perto de um euro e 80 cêntimos.

Destes valores, mais de metade são impostos (quase 60% na gasolina e 52% no gasóleo), sendo que a segunda maior fatia do preço vai para a cotação e frete.

Mas, afinal, o que dita estas mudanças nos preços dos combustíveis?

Tudo começa com as cotações do petróleo, com o barril a superar a fasquia dos 80 dólares em Londres, neste momento. Este valor contribui para a volatilidade dos preços do gasóleo nos mercados internacionais, que têm subido bastante mais do que os da gasolina. Além disso, há que somar efeitos cambiais (dólar versus euros) e o equilíbrio entre a oferta e a procura: nos meses mais frios, o gasóleo é mais usado como combustível para aquecimento, o que aumenta os preços.

Mas não é só: há muitos outros fatores com impacto nos preços em bomba. Como o frete, por exemplo, ou seja o custo do transporte da matéria-prima em território nacional que, somado aos valores das cotações internacionais, representa cerca de metade do valor de referência dos combustíveis.

Há também que contabilizar a incorporação de biocombustíveis, que contribuem para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e têm um custo nas faturas. O mesmo acontece com o valor da gestão e manutenção das reservas de segurança nacionais, também espelhado no preço final.

Somam-se ainda: gastos com a distribuição e armazenamento de combustível (nos postos de abastecimento, por exemplo); custos de comercialização e margens de lucro dos distribuidores e gasolineiras; e impostos, como o ISP. Somando a cotação e o valor do ISP é preciso considerar ainda o IVA, que recai sobre ambos. A taxa aplicada é de 23%.

O ISP vale para todos os produtos petrolíferos usados para uso combustível ou carburante (gasolina gasóleo e gás engarrafado) e engloba a taxa de contribuição do serviço rodoviário e a taxa de carbono, que incide sobre as emissões de CO2.

Para 2025, o Governo aumentou as taxas de ISP na mesma medida em que baixou o valor da taxa de carbono, o que garante "neutralidade fiscal". O Executivo de Luís Montenegro diz estar atento à subida dos combustíveis e promete intervir para travar a escalada dos preços, se se justificar.

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