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Macron nomeia Thierry Breton para um segundo mandato como comissário europeu

A escolha foi oficializada por Emmanuel Macron numa carta enviada à presidente da Comissão Europeia, onde destaca a "competência e o compromisso europeu" do recandidato. Nome de Thierry Breton não é, no entanto, consensual entre os diferentes partidos políticos em França.

A posição de Thierry Breton reflecte os pontos de vista do governo francês.
Virginia Mayo/Reuters
30 de Julho de 2024 às 12:55
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O presidente francês, Emmanuel Macron, escolheu Thierry Breton para um segundo mandato como comissário europeu em representação de França. A escolha foi comunicada numa carta enviada à recém-eleita presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, embora as eleições europeias terem resultado numa perda de influência do partido de Emmanuel Macron no plano europeu. 

"Thierry Breton, com as suas qualidades e experiência especialmente durante o mandato anterior, demonstrou a competência geral e o compromisso europeu que lhe permitirão continuar a assumir de forma independente as importantes responsabilidades que lhe pode querer confiar dentro do Colégio", escreveu Emmanuel Macron a Ursula von der Leyen, numa carta divulgada pelo Politico, datada de 25 de julho.

A carta surge depois de Ursula von der Leyen, reeleita a 18 de julho, ter pedido aos 27 Estados-membros para nomearem um homem e uma mulher como candidatos para as pastas de comissários europeus até ao final de agosto. Em alternativa, poderiam manter o atual comissário. Emmanuel Macron optou pela segunda via, renomeando o atual comissário francês.

A escolha não é, no entanto, pacífica entre os diferentes partidos políticos em França. A líder do partido de extrema-direita francesa União Nacional, Marine Le Pen – que ficou à frente de Emmanuel Macron nas eleições europeias de maio –, considera que "é uma prerogativa do primeiro-ministro nomear o comissário europeu e não do presidente da República" e está contra a renomeação de Thierry Breton.

As eleições legislativas antecipadas marcadas por Emmanuel Macron após o desaire político levaram à vitória surpresa da coligação de esquerda Nova Frente Popular em França, com a coligação centrista de Macron a ficar em segundo lugar. A economista Lucie Castets foi o nome escolhido pela coligação vencedora para ocupar o lugar de primeira-ministra, mas Emmanuel Macron já fez saber que não nomeará ninguém para o lugar até ao final dos Jogos Olímpicos de Paris, que terminam a 11 de agosto.

Na carta enviada a Ursula von der Leyen, Emmanuel Macron anexou um currículo de Thierry Breton destacando a sua experiência política como antigo ministro da Economia no Governo de Jacques Chirac e a sua experiência empresarial como anterior líder da operadora France Télécom (atual Orange) e antigo CEO da empresa multinacional de tecnologias da informação Atos. 

Thierry Breton é atualmente comissário europeu do Mercado Interno, mas não esconde a ambição de liderar uma superpasta económica. A sua "forte experiência na administração de grandes grupos industriais e de defesa" pode ser também um ponto a seu favor numa eventual troca de cadeiras, podendo ser escolhido por Ursula von der Leyen para comissário europeu da Defesa.

Porém, o resultado das eleições europeias tem impacto nas escolhas para cargos de topo e pastas europeias. O Partido Popular Europeu (PPE) e a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D) mantiveram-se como as principais forças políticas no Parlamento Europeu, dividindo entre si a liderança da Comissão Europeia (ocupada por Ursula von der Leyen do PPE) e do Conselho Europeu (António Costa do S&D).

Já os liberais do Renovar a Europa, onde se inclui o partido de Emmanuel Macron, perderam força, passando de terceira força mais votada para quinta. Com base no acordo tripartido entre PPE, S&D e Renovar a Europa, deverão eleger a liberal estónia Kaja Kallas para chefe da diplomacia europeia

A escolha das pastas para comissários deverá, por isso, ter em conta as escolhas acordadas entre conservadores, socialistas e liberais, procurando manter um equilíbrio relativo entre os 27 países da União Europeia. É ainda intenção de Ursula von der Leyen ter um executivo comunitário que seja paritário. Daí ter pedido aos Estados-membros a nomeação de um homem e uma mulher, em caso de mudança de comissário.

Por cá, o Governo de Luís Montenegro continua sem abrir o jogo sobre quem poderá ser o comissário ou comissária que irá representar Portugal no executivo comunitário nos próximos cinco anos. O social-democrata Miguel Poiares Maduro, antigo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional no Governo de Pedro Passos Coelho, é, contudo, um dos nomes apontados para suceder a Elisa Ferreira na Comissão Europeia.

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