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BCE reduz linha de emergência à banca grega para 89,7 mil milhões de euros

A autoridade monetária europeia correspondeu ao pedido do banco central helénico e decidiu reduzir o limite máximo da linha de assistência de emergência para a banca grega de 91 mil milhões para 89,7 mil milhões de euros.

3 de Junho – Draghi em conferência de imprensa após reunião de política monetária do BCE

“Queremos que a Grécia fique no euro, mas tem de haver um acordo forte”
Reuters
18 de Agosto de 2015 às 18:27
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O Banco Central Europeu (BCE) decidiu baixar o limite máximo da linha de assistência de emergência (ELA, na sigla inglesa) para o sistema financeiro helénico para 89,7 mil milhões de euros.

 

De acordo com a notícia avançada pela agência Bloomberg, a instituição europeia presidida por Mario Draghi correspondeu, desta forma, ao pedido do banco central da Grécia que terá solicitado o recuo da ELA para um montante em torno de 89 mil milhões de euros. 

Uma fonte conhecedora do processo, citada pela Reuters, adiantou que "o limite da ELA foi reduzido em linha com o pedido feito pelo banco central da Grécia, devido à melhoria das condições de liquidez" do sistema financeiro do país.

As dificuldades financeiras da Grécia e as constantes fugas de depósitos verificadas a partir de Dezembro de 2014, quando foram agendadas eleições legislativas antecipadas, determinaram que o dia-a-dia dos bancos gregos dependesse, em grande medida, das garantias asseguradas pelo BCE, especialmente quando a partir de Junho se percebeu que as negociações entre Atenas e as instituições credoras haviam atingido um impasse. Altura a partir da qual se começou a especular de forma mais concreta sobre a possibilidade de a Grécia abandonar a Zona Euro, o designado "Grexit".

A importância da ELA para a Grécia demonstrou-se, por exemplo, quando em Fevereiro deste ano o BCE deixou de aceitar dívida grega como garantia para o financiamento do sistema financeiro helénico, que continuou na altura a ser assegurado pela linha de emergência agora reduzida. 

A decisão hoje tomada acontece no mesmo dia em que as autoridades helénicas determinaram um novo alívio nas medidas de controlo de capitais que vigoram no país desde 29 de Junho. O controlo de capitais foi anunciado a 28 de Junho na sequência do anúncio de um referendo popular sobre se Atenas deveria, ou não, aceitar as medidas preconizadas pelos credores. A legislação publicada ainda na segunda-feira passada passa a permitir que cada cidadão grego faça transferência de 500 euros por mês para fora do país. 

Outras regras que se mantêm passam por ser apenas possível efectuar levantamentos de 420 euros por semana, ou os cartões de crédito só poderem ser utilizados em solo grego. 

A 5 de Agosto, o Conselho de Governadores do BCE tinha decidido manter inalterada a linha de emergência para a banca helénica em 91 mil milhões de euros. 

O desanuviar da nebulosa em redor da situação financeira na Grécia parece agora começar a dispersar. Esta terça e quarta-feiras vários parlamentos europeus vão pronunciar-se sobre o acordo alcançado entre Atenas e as três instituições credoras tendo em vista aquele que será o terceiro resgate à Grécia em cinco anos, desta vez num montante de cerca de 86 mil milhões de euros. A assembleia espanhola já aprovou entretanto o terceiro resgate à Grécia.

A expectativa de aprovação do novo memorando de entendimento, já aprovado na Grécia na manhã da passada sexta-feira, abrirá caminho à libertação de uma primeira tranche de 26 mil milhões de euros, que permitirá ao governo helénico cumprir o pagamento previsto ao BCE de 3,2 mil milhões de euros já na próxima quinta-feira, 20 de Agosto.

Desta primeira fatia de 26 mil milhões de euros, 10 mil milhões serão destinados à recapitalização da banca grega, isto apesar de não ser concedidos no imediato, permitindo assim compensar algumas das perdas registadas pelo sistema financeiro da Grécia desde que as transacções em bolsa foram retomadas a 3 de Agosto

(Notícia actualizada às 19h11)

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