Andreas Dombret, membro do Mecanismo Único de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE), afirmou esta quarta-feira, 15 de Julho, que os bancos gregos só deverão reabrir depois de receberem novo capital, e de o financiamento do banco central estar garantido.

"Em primeiro lugar, deve garantir-se que os bancos gregos serão suficientemente recapitalizados no âmbito de um novo programa de ajuda", defendeu Dombret num discurso em Munique, revelado pelo Bundesbank e citado pela Bloomberg.

Em segundo lugar, acrescentou o membro do BCE, "deve assegurar-se que há liquidez disponível suficiente, para o caso de os depositantes quererem levantar mais dinheiro após a abertura dos bancos recapitalizados".

Dado que as negociações que estão a decorrer em Bruxelas sobre o empréstimo de curto prazo têm de estar concluídas antes do início das negociações para um terceiro resgate ao país, as declarações de Dombret sinalizam que o BCE não espera que os bancos reabram no imediato.

O parlamento grego vota, esta quarta-feira, as primeiras medidas de austeridade que foram acordadas em Bruxelas, em torno do terceiro programa de assistência financeira. Mesmo que os diplomatas recebam luz verde do parlamento, não é certo que o banco central considere que as perspectivas de um acordo político sejam suficientes para permitir um aumento da exposição do banco central nacional – que legalmente concede a ELA – ao sistema financeiro grego.

Esta manhã, o ministério das Finanças da Grécia anunciou que os bancos vão continuar fechados durante o dia 16 de Julho. Quando reabrirem, a expectativa é de que mantenham algum controlo de capitais, incluindo limites a levantamentos e transferências para o exterior.

Os bancos da Grécia estão encerrados desde 29 de Junho, dia em que foram impostos controlos de capitais. Neste momento, cada grego não pode levantar mais de 60 euros por dia.