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Tsakalotos pede aos gregos que voltem a depositar o dinheiro nos bancos

O ministro grego das Finanças pediu aos depositantes gregos para voltarem a colocar o dinheiro nos bancos do país. A presidente do conselho de supervisão do BCE diz estar "optimista quanto à recuperação dos bancos".

O ministro das Finanças da Grécia no Parlamento, durante a discussão das medidas de austeridade acordadas com os credores.
Reuters
20 de Agosto de 2015 às 13:18
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O ministro grego das Finanças, Euclides Tsakalotos, instou esta quinta-feira, 20 de Agosto, os cidadãos da Grécia a voltarem a depositar o seu dinheiro no sistema financeiro do país.


O substituto de Yanis Varoufakis na pasta das Finanças helénicas considera que a recuperação da confiança no sistema financeiro grego será progressiva, notando ainda que a recente decisão tomada pelo Eurogrupo, de assegurar que nenhum depositante sofrerá qualquer tipo de corte nos seus depósitos, é um importante passo para recuperar a confiança no sector.

 

O titular das Finanças gregas antecipa que a recapitalização dos bancos da Grécia será uma realidade mais para o final deste ano.

 

De acordo com o jornal Kathimerini, Tsakalotos admitiu que o governo chefiado por Alexis Tsipras cometeu erros durante o processo de negociação com as instituições, salvaguardando, porém, que "algumas coisas precisam mudar para salvar a Zona Euro".  

 

Também a presidente do conselho de supervisão do Banco Central Europeu (BCE), Daniele Nouy, proferiu, esta quinta-feira, declarações que visam restaurar a confiança na banca grega. Citada pela agência Reuters, Nouy diz estar "optimista quanto à recuperação dos bancos, porque já o conseguiram em situações anteriores".

 

Em parcial consonância com a admissão de erros do governo grego salientada por Tsakalotos, também Daniele Nouy considera "ser claro que os eventos políticos [na Grécia] enfraqueceram os bancos", sublinhando, todavia, que a responsabilidade da crise "não foi dos bancos".

 

A instabilidade política espoletada em Dezembro do ano passado pela antecipação de eleições presidenciais, num processo político que viria a desencadear legislativas antecipadas a 25 de Janeiro, deu origem a um clima de receio face à posição da Grécia na Zona Euro. A possibilidade de abandono da moeda única aliada ao agravar das condições sociais, económicas e financeiras do país levaram a um movimento de levantamento de depósitos que atingiu números recorde.

 

A viabilidade financeira da banca grega ficou assim colocada em causa e no auge da crise entre Atenas e as instituições, aquando da convocação do referindo referendo popular, as autoridades helénicas acabaram por decretar o controlo de capitais no país, o encerramentos dos bancos e ainda a suspensão das transacções bolsistas na praça grega.

 

No entanto, a normalidade pode estar a regressar paulatinamente ao país. Na terça-feira, o BCE decidiu, em linha com o solicitado pelo banco central grego, reduzir o limite máximo da linha de assistência de emergência (ELA, na sigla inglesa) para o sistema financeiro helénico para 89,7 mil milhões de euros. Uma fonte relacionada com o processo explicou que "o limite da ELA foi reduzido em linha com o pedido feito pelo banco central da Grécia, devido à melhoria das condições de liquidez" do sistema financeiro do país. 

 

Esta decisão do BCE foi anunciada precisamente no mesmo dia em que as autoridades gregas determinaram um novo alívio nas medidas de controlo de capitais que entraram em vigor a 29 de Junho.

 

Entretanto, o Conselho de Governadores do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) deu ontem o último passo para a aprovação final do novo programa de assistência financeira à Grécia que permitirá a Atenas receber até 86 mil milhões de euros no curso dos próximos três anos.

 

Deste montante, 25 mil milhões de euros serão destinados para a recapitalização da banca helénica, sendo que da primeira tranche de 26 mil milhões de euros ontem desbloqueada no seguimento da aprovação do novo memorando de entendimento pelo Conselho de Governadores do MEE, 10 mil milhões de euros são destinados ao reforço de capital dos bancos gregos.

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