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Resgate à banca grega vai seguir modelo de Chipre

Só entrará dinheiro do novo empréstimo europeu para recapitalizar bancos gregos se as perdas apuradas e as exigências de novo capital não puderem ser integralmente assumidas pelos respectivos accionistas e obrigacionistas. Depósitos abaixo de 100 mil euros estão seguros.

Reuters
19 de Agosto de 2015 às 12:39
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A repartição da factura da terceira ronda de reestruturação e de recapitalização dos bancos gregos, que deverá estar concluída até ao fim deste ano, seguirá o modelo inaugurado em Chipre. Ou seja, só entrará dinheiro do novo empréstimo europeu para sanear a banca se as perdas apuradas não puderem ser integralmente assumidas pelos respectivos accionistas e obrigacionistas. Depósitos abaixo de 100 mil euros estão a salvo.

"O princípio de 'bail-in' vai ser aplicado para que os contribuintes não estejam na primeira linha para pagar os problemas do sector bancário", esclareceu o comissário do euro, Valdis Dombrovskis, numa entrevista citada pela Bloomberg.

A nova directiva de recapitalização e resolução dos bancos – já aplicada em Portugal no caso do BES – só em Julho último foi transposta para a legislação grega, depois de ter sido uma das exigências prévias impostas pelos europeus a Atenas para avançar com as negociações para o terceiro resgate.

O governo grego queria que o novo empréstimo europeu socorresse a banca no modelo anterior em que os custos são assumidos pelos contribuintes, até porque, depois de duas rondas de recapitalização financiadas por empréstimos internacionais, o Estado grego é agora dono, através do Fundo helénico de Estabilidade Financeira, de grande parte do capital de quatro dos cinco bancos cotados na bolsa de Atenas: detém 57% do Banco Nacional da Grécia, 66% do banco Alpha, 66% do banco Piraeus e de 35% do Eurobank.

Já na semana passada, quando os ministros das Finanças sinalizaram que diriam "sim" ao pedido grego de novo empréstimo, o presidente do Eurogrupo avisara que os accionistas e os detentores de dívida da banca grega poderão ter de participar no esforço de recapitalização. Já os depositantes serão protegidos, afiançou Jeron Dijsselbloem. À partida, há disponibilidade europeia para emprestar até 86 mil milhões de euros, valor em que estão avaliadas as necessidades de financiamento do país até ao fim de 2018. Uma parte deste envelope, 25 mil milhões de euros, está, à partida, destinado à banca, mas os valores efectivos do empréstimo (ao Estado e à banca) podem ser revistos em baixa em função do grau de participação de outros intervenientes no esforço de resgate e da capacidade da Grécia regressar aos mercados.

 

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