O agudizar da crise grega levou muitos aforradores a retirarem as suas poupanças das instituições financeiras do país. Uma fuga que colocou os bancos numa situação ainda mais complicada, levando à implementação de controlo de capitais. Mas com o levantamento de algumas restrições, as famílias começam a confiar novamente no sistema financeiro. E está a assistir-se a um regresso do dinheiro.

Um responsável do Banco da Grécia, citado pela Bloomberg, diz que os bancos gregos observaram um aumento do valor dos depósitos após o alívio nas limitações associadas ao controlo de capitais. Segundo a mesma fonte, o montante em depósitos terá aumentado em mil milhões de euros desde que os bancos reabriram portas a 20 de Julho. Em Junho o volume de depósitos recuou 5,9%, num total de 7,69 mil milhões de euros, para 122,2 mil milhões.

Este regresso do dinheiro que havia sido retirado no período mais crítico, o do referendo convocado por Alexis Tsipras, traduz alguma confiança dos gregos no sistema financeiro, acreditando que nada acontecerá às suas poupanças no âmbito dos processos de recapitalização a que as instituições terão de se submeter. Os depositantes não será chamados a participar no fundo de recapitalização, nem serão aplicadas taxas às poupanças, disse o mesmo responsável.

Os maiores bancos gregos têm afundado no mercado com os investidores a ajustarem as cotações à expectativa das necessidades de capital de cada um. O Banco Central Europeu irá realizar testes de stress aos bancos, algo que só estará concluído em meados de Outubro. Esses testes servirão para determinar as necessidades de cada banco. Os líderes europeus têm acenado, ao abrigo do terceiro resgate, com 25 mil milhões para a banca, sendo que há accionistas que admitem o interesse em participar nesses processos de recapitalização.