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Banca grega com quedas próximas de 30% pela terceira sessão consecutiva

O principal índice da bolsa helénica encerrou a sessão esta quarta-feira novamente em queda. O sector financeiro voltou a ter uma sessão negra.

Bloomberg
05 de Agosto de 2015 às 16:23
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É a terceira sessão que a Bolsa de Atenas negoceia após uma suspensão de cinco semanas. E é a terceira sessão consecutiva de quedas. Esta quarta-feira, o principal índice helénico, o FTASE, encerrou a cair 2,86% ainda que, durante a sessão, tenha chegado a perder 5,07%. Na sessão de ontem, a queda no fecho da sessão foi de 3,61% e na segunda-feira a desvalorização foi superior a 16%.

Na sessão desta quarta-feira, a banca helénica voltou a ser alvo de uma forte pressão vendedora e registou desvalorizações acentuadas. O Eurobank Ergasias fechou a sessão a cair 26,76% para 5,2 cêntimos, o Piraeus Bank desvalorizou 29,59% para 13,8 cêntimos, o National Bank of Greece perdeu 24,29% para 45,5 cêntimos e o Alpha Bank recuou 29,56% para 11,2 cêntimos.

O mercado grego tem sido penalizado pelo controlo de capitais que vigora no país. Há dias, Nicholas Kyriazis, do NBG Securities, em Atenas, dizia ao Negócios que "após 25 dias de mercados encerrados e a imposição de controlo de capitais" era possível antecipar "uma grande pressão vendedora". Na última segunda-feira, em declarações à Bloomberg, Luca Paolini, da Pictet Asset Management em Londres, sustentava que "a situação do mercado de capitais na Grécia tem de piorar antes de melhorar". Também à Bloomberg, Stravros Kallinos, do Guardian Trust, adiantava depois da primeira sessão da semana que não "é possível ter um mercado a funcionar normalmente com um controlo de capitais".

O Negócios escreve na edição desta quarta-feira que com a fuga de depósitos que os bancos sofreram desde Janeiro – e só agora parece começar a inverter –, o aumento do crédito malparado e a dependência da linha de emergência do BCE, a banca grega necessita de aumentos de capital cuja dimensão é ainda desconhecida. A incerteza relativamente ao processo levou a que este sector seja o "elo mais fraco". Além disso, e até ser avaliada a dimensão da recapitalização necessária, a pressão vendedora deverá manter-se, apontam os analistas.

A marcar o dia em Atenas estiveram as palavras do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, que admitiu que o seu governo está próximo de concluir um acordo com os credores internacionais sobre o terceiro resgate ao país em cinco anos. "Estamos na recta final para a conclusão de um acordo com as instituições", afirmou Tsipras, durante uma visita ao ministério da Agricultura, citado pela Reuters. "Apesar das dificuldades que estamos a enfrentar, esperamos que este acordo possa acabar com a incerteza sobre o futuro da Grécia e da Zona Euro".

As declarações do primeiro-ministro confirmam o optimismo demonstrado ontem pela porta-voz do executivo grego, Olga Gerovasili que, em entrevista à cadeia privada de televisão Skai, assegurou que o memorando de entendimento com vista à obtenção do terceiro resgate vai começar a ser redigido esta quarta-feira e que Atenas está disposta a fazer "o que for preciso" para que o acordo seja ratificado no Parlamento a 18 de Agosto.

Esta quarta-feira foi ainda marcada pela decisão do Banco Central Europeu de deixar inalterado, em 91 mil milhões de euros, o limite da linha de assistência de liquidez de urgência aos bancos gregos. É a segunda semana consecutiva que o BCE não mexe neste expediente excepcional.

 

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