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Europa quer conhecer situação dos bancos gregos até ao final do verão

Os bancos gregos vão ser sujeitos a testes de stress acelerados que deverão estar concluídos no final do verão, para que as instituições possam ser recapitalizadas até ao fim do ano.

Bloomberg
Negócios 07 de Agosto de 2015 às 19:00
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As autoridades europeias querem conhecer a situação real dos bancos gregos nos próximos meses. O objectivo é estabelecer as suas necessidades de capital, para que as instituições possam ser recapitalizadas até ao final do ano, evitando que os grandes accionistas e obrigacionistas possam vir a ser penalizados. Para isso, os bancos gregos vão ser sujeitos a testes de stress acelerados, avança a Reuters.

Segundo a agência noticiosa, que cita uma fonte do sector bancário, o escrutínio por parte dos reguladores europeus e gregos deverá estar concluído após o verão.

Os bancos gregos já foram submetidos a testes de esforço e avaliações da qualidade dos activos no ano passado, num procedimento regular que demorou nove meses.

No entanto, desde essa altura, a situação financeira dos quatro principais bancos do país – National Bank of Greece, Piraeus Bank, Eurobank Ergasias e Alpha Bank – deteriorou-se juntamente com a economia nacional.

Como tal, torna-se necessário avaliar as necessidades de capital das instituições, que terão de ser recapitalizadas pela terceira vez desde 2010.

"A avaliação global será concluída após o verão", adiantou à Reuters fonte do sector bancário. "Vai ser um processo mais rápido do que as avaliações do ano passado".

Uma outra fonte do sector refere que "a grande questão" é saber o que os testes de stress vão mostrar, "quão grande é o défice de capital".

Segundo dados das instituições credoras, a recapitalização dos quatro maiores bancos do país poderá totalizar entre 10 e 25 mil milhões de euros.  

Os testes de stress serão "acelerados" porque a recapitalização dos bancos deverá estar concluída até ao final do ano, para evitar que os accionistas e obrigacionistas possam vir a ser prejudicados. Isto porque no passado dia 22 de Julho o parlamento grego aprovou o segundo conjunto de reformas (condição para o início das negociações com os credores sobre o terceiro resgate) que incluiu a transposição da directiva europeia referente à resolução de bancos e à garantia de depósitos.

As novas regras europeias (que já foram adoptadas por muitos Estados-membros, incluindo Portugal) garantem que os contribuintes serão os últimos a eventualmente suportar os encargos decorrentes de colapsos dos bancos, assumindo os respectivos accionistas e credores essa responsabilidade primordial – o chamado ‘bail-in’.

Ora, como a legislação entra em vigor a partir de Janeiro de 2016, o objectivo é que a recapitalização esteja concluída antes.

"Terá de ser uma corrida contra o tempo para concluir a recapitalização até ao final deste ano. Se isso for feito em 2016, quando a directiva entrar plenamente em vigor, poderá haver um risco para os grandes depositantes", acrescenta a fonte do sector bancário, citada pela Reuters.

O ministro das Finanças Euclid Tsakalotos já tinha afirmado esta semana que os credores internacionais também queriam completar a recapitalização até ao final do ano. Esta sexta-feira, informou que também as instituições de crédito de menor dimensão deverão ser recapitalizadas.

"A intenção do governo é fortalecer os bancos cooperativos. Com este objectivo, as propostas do governo incluem os bancos cooperativos na recapitalização do sistema bancário", afirmou o ministro, citado pelo The Guardian.

Os bancos gregos estiveram encerrados de 26 Junho a 20 de Julho, e o controlo de capitais tem penalizado a sua situação financeira.

Desde Janeiro, quando o Syriza chegou ao poder, os bancos já perderam 75% ou 14,5 mil milhões de euros do seu valor de mercado.

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