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Sondagem coloca Syriza na frente mas ainda longe da maioria

A mais recente sondagem publicada na Grécia coloca a coligação de esquerda radical na liderança com 23% das intenções de voto, seguida da Nova Democracia com 19,5%. Os dois maiores partidos gregos estão longe dos resultados alcançados em Janeiro deste ano.

28º Grécia - Pontuação 55,5
28 de Agosto de 2015 às 10:49
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O Syriza surge como primeiro classificado, mas ainda distante da maioria, numa sondagem levada a cabo pela ProRata e publicada esta sexta-feira, 28 de Agosto, pelo jornal helénico Efimerida Ton Syntakton e citada pela agência Reuters. Este estudo de opinião atribui 23% das intenções de voto à coligação de esquerda radical, enquanto o Nova Democracia consegue a segunda posição com 19,5%.

 

Comparativamente com a sondagem da ProRata de Julho, verifica-se que o Syriza, que captou na altura 26% das intenções de voto, está a perder terreno face ao Nova Democracia (15%), com a distância entre as duas forças partidárias descer de 11 pontos percentuais para 3,5 pontos.

 

No entanto, os dois maiores partidos gregos ficam bem abaixo dos resultados obtidos nas legislativas antecipadas de 25 de Janeiro último, eleição em que o partido liderado por Alexis Tsipras alcançou 36,3% dos votos e os conservadores conseguiram 27,8%. Tsipras afirmou recentemente que rejeita ser primeiro-ministro de um Governo de coligação com o Nova Democracia, colocando também de parte uma eventual coligação com os também moderados Pasok e To Potami (O Rio), três partidos que "representam o velho sistema político".

 

Uma outra questão colocada pela ProRata é sobre a opinião do eleitorado grego relativamente ao pedido de demissão apresentado na semana passada por Tsipras. Mas se 64% dos gregos consideram que o agora ex-primeiro-ministro procedeu mal ao apresentar a demissão do seu Governo, uma percentagem ainda maior (68%) dos eleitores estão convictos da importância de manter a Grécia na moeda única, mesmo que tal implique a implementação de novas medidas de austeridade no país.

 

Segundo a Reuters, o Efimerida Ton Syntakton escreve hoje que "as respostas àquelas duas questões levam a concluir que a realização de eleições pode penalizar o [antigo] primeiro-ministro e o Syriza". O jornal helénico nota ainda que cerca de um terço dos eleitores que nas eleições de Janeiro apoiaram o Syriza se mostram agora indecisos quanto à possibilidade de reiterarem o seu apoio nas próximas legislativas. Neste estudo da ProRata, cerca de um quarto (25,5%) dos inquiridos dizem estar indecisos.

 

Também a contribuir para a perda de apoio ao Syriza estará o surgimento de uma nova força política, a força anti-euro Unidade Popular, que resultou da cisão de 25 a 30 deputados do Syriza. Este grupo parlamentar, que pretende cumprir todos os passos burocráticos tendo em vista as eleições, provém da Plataforma de Esquerda, a corrente ideológica mais radical de entre o conjunto de partidos e movimentos e compõem o Syriza.

 

A sondagem hoje publicada garante 3,5% ao partido liderado pelo ex-ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, que abandonou a coligação de esquerda radical em oposição às novas medidas de austeridade inscritas no terceiro memorando de entendimento acordado entre Atenas e as instituições. Já os conservadores e nacionalistas Gregos Independentes (Anel), que integraram a coligação de sinal contrário que governou a Grécia durante os últimos sete meses, fica-se agora pelos 2%, bem distante dos 4,8% alcançados em Janeiro. Para assegurar a entrada no Parlamento helénico, é exigida uma votação mínima de 3%.

 

Espera-se que o presidente da República grego, Prokopis Pavlopoulos, agende já esta sexta-feira as novas eleições que, ao que tudo indica, serão marcadas para 20 de Setembro (a Constituição helénica obriga a que as legislativas se realizem ao domingo). Pavlopoulos deve marcar a data das próximas legislativas logo depois da tomada de posse dos 16 elementos que irão integrar o novo Governo provisório da Grécia, que será liderado pela recém-empossada nova primeira-ministra, Vassiliki Thanou, até aqui presidente do Supremo Tribunal. 

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