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Tsipras abre porta a coligação com Pasok e To Potami

Com o Syriza a descer nas intenções de voto, Alexis Tsipras reiterou que após as eleições de 20 de Setembro não irá coligar-se com a Nova Democracia. No entanto, não rejeita a possibilidade de acordos com os partidos moderados de centro-esquerda, Pasok e To Potami.

Bloomberg
04 de Setembro de 2015 às 12:30
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A queda do Syriza nas intenções de voto já provocou um aparente recuo de Alexis Tsipras, ex-primeiro-ministro e secretário-geral da coligação de esquerda radical, que parece já não rejeitar uma coligação pós-eleitoral com os partidos de centro-esquerda e europeístas, Pasok e To Potami (O Rio).

 

Numa entrevista concedida ontem à Kontra TV, Tsipras, citado pelo Kathimerini, admitiu a possibilidade de uma coligação com o Pasok, que garante não poderia ser "incondicional". Ou seja, Tsipras faz depender um eventual acordo com os socialistas gregos se a líder do Pasok, Fofi Gennimata, excluísse elementos do partido como Evangelos Venizelos, ex-ministro das Finanças, e Andreas Loverdos, antigo ministro da Saúde, de um eventual Governo.

 

Também ontem à noite, num discurso proferido na cidade de Aegaleo, Tsipras apesar de reiterar que não há qualquer possibilidade de negociar um acordo pós-eleitoral com a Nova Democracia, não fez nenhuma referência directa nem ao Pasok, nem sequer ao To Potami.

 

No final de Agosto, ainda com o Syriza na liderança destacada nas sondagens, Alexis Tsipras rejeitava coligar-se com os principais partidos moderados do espectro político helénico, designadamente a Nova Democracia, o Pasok e o To Potami, forças políticas que no entender do agora candidato a primeiro-ministro "representam o velho sistema político" do país contra o qual a coligação de esquerda se afirmou.

 

Segundo o jornal To Vima, no seu discurso de campanha Alexis Tsipras referiu-se ao Syriza como representante de uma força política que representa algo de "novo" na política helénica e que pretende lutar contra os malefícios provocados pelos "velhos" partidos políticos. "Pedimos um mandato claro e forte para que nos possamos livrar de ontem e começar o longo caminho para ganhar um futuro", proclamou o líder do Syriza.

 

Antes das palavras de Tsipras, Nikos Voutsis, ex-ministro do Interior e uma das figuras mais relevantes do Syriza, garantia aos jornalistas que "não existe nenhuma possibilidade" de uma aliança com os "dois maiores partidos" que suportaram os resgates à Grécia, referindo-se à Nova Democracia e ao Pasok, partido cuja expressão eleitoral caiu drasticamente nas eleições de 25 de Janeiro. No entanto, Voutsis deixou em aberto a possibilidade de negociações com o partido de esquerda-liberal To Potami, admitindo que a coligação de esquerda radical terá de analisar com cautela as opções possíveis de Governo caso consiga vencer, sem maioria absoluta, como as sondagens parecem apontar, as legislativas antecipadas para 20 de Setembro.

 

Os estudos de opinião que foram publicados desde a semana passada mostram uma clara aproximação daquele que era até agora o maior partido da oposição (ND) em relação ao Syriza. Esta quarta-feira, uma sondagem do GPO para a Mega TV já colocava a Nova Democracia ligeiramente à frente da coligação de esquerda radical. 

 

As sondagens apontam ainda para dois importantes elementos: os conservadores-nacionalistas Gregos Independentes (Anel), que formaram um Governo de coligação com o Syriza, estão aquém do limiar mínimo de 3% obrigatório para assegurar a entrada no Parlamento helénico; e a força política anti-euro e anti-resgate Unidade Popular, constituída por 25 a 30 deputados que abandonaram o Syriza em oposição às novas medidas de austeridade inscritas no memorando de entendimento acordado entre Atenas e a troika, têm possibilidade de ultrapassar a fasquia dos 3% e entrar na assembleia helénica. A presidente do Parlamento, Zoe Konstantopoulou, vai integrar, como independente, as listas desta Unidade Popular.

Assim, prevendo-se uma luta cada vez mais renhida entre a Nova Democracia e o Syriza pela vitória nas eleições, é cada vez mais provável que o partido de Tsipras dificilmente poderá contar com o Anel para uma coligação. Um acordo com a Unidade Popular, liderada pelo antigo ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, também se afigura improvável.

 

Nos discursos proferidos e acções de campanha em curso, o Syriza tem reiterado o objectivo de alcançar uma maioria absoluta (151 de 300 deputados) que lhe permita governar com estabilidade, enquanto a Nova Democracia garante estar disponível para formar alianças de Governo de forma a ultrapassar a actual crise financeira e social do país. 

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