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Presidente já nomeou primeira-ministra interina para a Grécia

Prokopis Pavlopoulos designou Vassiliki Thanou como primeira-ministra. A presidente do supremo tribunal irá chefiar um Governo, cujos membros serão nomeados na sexta-feira, pelo menos até à realização de eleições legislativas, provavelmente a 20 de Setembro.

Reuters
27 de Agosto de 2015 às 15:34
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A Grécia já tem uma nova primeira-ministra. O seu nome é Vassiliki Thanou e é a presidente do Supremo Tribunal grego desde 1 de Julho deste ano. Thanou foi esta quinta-feira, 27 de Agosto, à tarde, designada primeira-ministra interina da Grécia pelo presidente da República grego, Prokopis Pavlopoulos. A tomada de posse está agendada para as 20h00 (hora local). 

O presidente Pavlopoulos recebeu de volta, hoje ao início da tarde, o "mandato exploratório" que havia sido atribuído ao líder do recém-criado grupo parlamentar Unidade Popular, liderado pelo ex-ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, que é a figura de proa da corrente Plataforma de Esquerda, grupo mais radical que cindiu do Syriza.

 

Apesar de a Constituição grega prever que após a devolução do referido mandato por parte do líder da terceira força mais representativa do parlamento helénico, o presidente deveria tentar formar um governo de unidade entre todos os partidos com assento parlamentar, a recusa pré-anunciada pelo agora ex-primeiro-ministro, Alexis Tsipras, inviabilizava este passo constitucionalmente previsto.

 

Como tal, ao presidente Prokopis Pavlopoulos restava agora a obrigação de atribuir a chefia provisória do próximo Governo ao presidente de um dos três tribunais supremos da Grécia. Como era antecipado, a escolha recaiu em Vassiliki Thanou, uma juíza de 65 anos de idade que entrou no Supremo Tribunal grego em 2008 e do qual foi vice-presidente entre 2014 e o passado dia 1 de Julho.

 

Assim, mesmo que de forma provisória, Vassiliki Thanou torna-se na primeira mulher a chefiar um Governo na Grécia, um país onde não vigora nenhuma obrigatoriedade paritária como é cada vez mais frequente em vários países europeus.

 

A próxima etapa passa pela nomeação dos 16 nomes que irão integrar o Governo que assumirá provisoriamente a condução dos destinos da Grécia, pelo menos até que haja novas eleições. Antecipa-se que já amanhã, 28 de Agosto, o presidente helénico agende legislativas antecipadas para 20 de Setembro, as segundas em oito meses.

 

Também já esta sexta-feira deverão ser conhecidos os elementos que vão formar o próximo Executivo. O jornal grego To Vima antecipa já uma lista com 10 dos 16 nomes prováveis: Petros Molyviatis para os Negócios Estrangeiros; Giorgos Houliarakis para as Finanças; Nikos Christodoulakis para a Economia; Antonis Manitakis para ministro do Interior; Michalis Spourdalakis para a Reforma Administrativa; o tenente-general Yannis Giangos para a Defesa; Antonis Makrydimitris para a Ordem Pública; Froso Kiaou para a Educação; Christos Zois para os Transportes e Rodolfos Moronis para porta-voz do Governo.

 

Tsipras pediu a demissão do seu Governo na semana passada, um dia depois de o memorando de entendimento acordado entre Atenas e as instituições ter sido oficialmente aprovado pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Ao entregar o pedido de demissão ao presidente grego, Alexis Tsipras recomendou a realização de eleições antecipadas o mais rápido possível.

 

Apesar de seguir à frente nas sondagens e nos índices de popularidade, Tsipras enfrenta um processo de cisão no seio da coligação de esquerda radical, cujo líder, Lafazanis, já anunciou pretender candidatar-se como força política autónoma às próximas legislativas. Neste momento, contabilizam-se entre 25 e 30 deputados que já terão abandonado o Syriza para integrar a mais esquerdista e anti-euro Unidade Popular. O programa político desta força é claro e passa pelo cancelamento do resgate e de parte da dívida pública helénica. 

 

Em 25 de Janeiro, o Syriza conseguiu eleger 149 deputados, ficando a dois parlamentares da maioria absoluta. Para formar um Governo assente numa maioria parlamentar, a coligação de esquerda radical recorreu a uma coligação com os conservadores nacionalistas Gregos Independentes (Anel). 


(Notícia actualizada às 17h49)

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