Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Eleições na Grécia deverão ser marcadas na sexta-feira

A hipótese de eleições antecipadas em Setembro, como pedido por Alexis Tsipras, está mais próxima. Mas o Syriza está cada vez mais fracturado: a presidente do parlamento também estará a criar um movimento alternativo, e um inquérito realizado por uma tv grega coloca o partido apenas dois pontos à frente do Nova Democracia.

Reuters
26 de Agosto de 2015 às 17:55
  • 1
  • ...

O presidente grego Prokopis Pavlopoulos (na foto acompanhado por Panagiotis Lafazanis, ex-ministro da Energia e líder do recém criado Unidade Popular) deverá nesta sexta-feira convocar eleições antecipadas para o próximo mês de Setembro, noticia a Reuters, citando uma fonte da presidência. Prokopis Pavlopoulos prepara-se, assim, por dar por terminadas as rondas pelos partidos e a tentativa de encontrar uma solução de governo no actual quadro parlamentar.

Segundo escreve o jornal grego Kathimerini, o presidente não deverá convocar uma reunião entre todos os líderes partidários – o que poderia acontecer amanhã, quinta-feira - e antecipar a marcação de eleições e a nomeação de um primeiro-ministro interino, que deverá ser a presidente do Supremo Tribunal, Vassiliki Thanou.

Os partidos da oposição desejam essa reunião, mas Alexis Tsipras, primeiro-ministro demissionário e líder do Syriza, assim como o seu parceiro de coligação Panos Kammenos, líder do Anel, já indicaram que não participarão em negociações, desejando eleições antecipadas o quanto antes.

Ainda de acordo com o Kathimerini, diante da relutância de Tsipras e Kammenos, Pavlopoulos pode chamar os líderes dos partidos, um por um, para confirmar a impossibilidade de uma nova coligação e, de seguida, desencadear o processo de eleições. A Constituição exige um encontro entre todos os líderes partidários se não houver avanços durante o período em que é testado, individualmente pelos três partidos com mais deputados [neste caso, Syriza, Nova Democracia e Unidade Popular], o "mandato exploratório, que está até hoje nas mãos do líder da Unidade Popular, novo movimento anti-austeridade e anti-euro saído do Syriza, e liderado por Panagiotis Lafazanis, ex-ministro da Energia de Tsipras.

O Nova Democracia e o To Potami já apelaram publicamente ao Presidente para que convoque essa reunião, mesmo que Tsipras e Kammenos decidam não participar. "A Constituição exige que os líderes dos partidos (com assento parlamentar) se reúnam e se algumas pessoas não querem participar os seus lugares podem permanecer vazios", argumentou o líder da Nova Democracia Evangelos Meimarakis. "Que aqueles que quiserem vêm," disse o líder do To Potami, Stavros Theodorakis. "A Constituição não pode ser violada só por capricho de alguém." Theodorakis também desafiou os líderes dos partidos rivais para um debate na tv, antes das eleições que, segundo a imprensa, poderão ter lugar em 20 de Setembro.


Entretanto, a imprensa grega noticia que mais de 40 membros se preparam para abandonar o Syriza e que Zoe Konstantopoulou, presidente do parlamento e antiga aliada de Tsipras, está a ultimar a criação de um novo partido, o que tornará o sistema político ainda mais fragmentado. O plano da presidente do Parlamento passará por concorrer coligada com o Unidade Popular de Lafazanis.

Um inquérito realizado para a Vergina TV, citado pelo site noticioso Macropolis, sugere que o Syriza estará a perder uma grande fatia do eleitorado. O partido surge com 24% das intenções de votos, ficando o Nova Democracia muito perto, com 22%. Seguem-se o Aurora Dourada (o partido neo-nazi continuaria a ser a terceira maior força, com 6%), o To Potami (5,5%), o Pasok e os Comunistas (ambos com 4,5%). O novo partido Unidade Popular, dissidente do Syriza, ficaria com 4,5%, os centristas com 4% e os Gregos Independentes (Anel), parceiro de coligação do Syriza, surge com 3%, patamar mínimo para garantir representação parlamentar.

Nas últimas legislativas de Janeiro, sete partidos conseguiram eleger deputados, conseguindo arrecadar o mínimo de 3% de votos. De fora ficaram 15 movimentos.

(notícia actualizada às 18h10 para incluir resultados de inquérito sobre intenções de voto)

Ver comentários
Saber mais Prokopis Pavlopoulos Reuters Alexis Tsipras Panos Kammenos Panayiotis Lafazanis Nova Democracia To Potami Stavros Theodorakis Zoe Konstantopoulou Parlamento
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio