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Sondagem põe Nova Democracia à frente do Syriza nas eleições gregas

O partido de Alexis Tsipras continua a cair nas intenções de voto e, pela primeira vez, há uma sondagem que coloca os conservadores à frente da esquerda radical, ainda que por uma unha negra. As eleições estão agendadas para 20 de Setembro.

Reuters
03 de Setembro de 2015 às 09:09
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Uma sondagem feita pelo GPO para a Mega TV, divulgada na quarta-feira, 2 de Setembro, situa pela primeira vez o Nova Democracia (ND) à frente do Syriza, atribuindo-lhe 25,3% de intenções de voto contra 25% para a coligação de esquerda radical.

 

Ao mesmo tempo, também a popularidade de Alexis Tsipras estará a afundar-se rapidamente, com 28,8% dos inquiridos a responder que o preferem para primeiro-ministro, valor muito distante dos mais de 40% que assim respondiam há cerca de um mês e já muito próximo do que recolhe Evangelos Meimarakis (na foto), líder do ND, encarado por 27,1% dos inquiridos como o melhor candidato a liderar o próximo Governo.

Esta mais recente sondagem confirma que o suspense sobre qual vai ser o partido mais votado irá manter-se até 20 de Setembro, data para a qual foram marcadas as eleições antecipadas na sequência da demissão de Alexis Tsipras, e sugere que poderá ser muito difícil formar uma nova coligação de Governo. O sistema grego atribui lugares bónus no Parlamento ao partido mais votado para favorecer soluções de Governo mais robustas, mas esse expediente pode revelar-se insuficiente.


Todas as anteriores sondagens indicam que o Syriza tem uma vantagem curta, entre 1 e 3,5 pontos percentuais, face ao seu principal adversário, a ND, e uma votação provável sempre bem abaixo dos 36,3% obtidos nas legislativas de 25 de Janeiro último – ou seja, sete meses depois de ter estado a governar, Tsipras está ainda mais longe de um possível cenário de maioria absoluta. Não obstante, este já excluiu qualquer cooperação com os partidos "do velho sistema político", indicando que só o partido populista de direita Os Gregos Independentes (Anel), o seu parceiro governamental durante os últimos meses, poderia desempenhar esse papel.


As três primeiras sondagens já publicadas após a marcação de eleições sugerem que o Syriza e o Anel não voltarão a conseguir formar governo. Um estudo do Metron para o Parapolotika atribui 22,2% de intenções de voto ao Syriza, com uma vantagem de apenas 1 ponto percentual em relação à Nova Democracia, e ao Anel apenas 1,7%, abaixo do limiar mínimo de 3% exigido para um partido entrar no Parlamento.


Uma outra sondagem, do MRB para o jornal Agora, coloca a coligação de esquerda radical com 24,6% com uma vantagem de 1,8 pontos percentuais para a Nova Democracia (22,8%). Por fim, uma sondagem da ProRata para o Efimerida Ton Syntakton garantia 23% das intenções de voto para o Syriza, enquanto os conservadores que lideravam a oposição alcançam 19,5%.

Uma coligação liderada pelo ND poderá, no entanto, também não ter maioria parlamentar mesmo aliando-se ao dois partidos europeístas, Pasok e To Potami.

No início desta semana, Meimarakis, presidente provisório do ND disse acreditar que o seu partido será o vencedor das eleições antecipadas. "O Nova Democracia vai ser o partido mais votado". O eleitorado grego, acrescentou, votou "com raiva" nas eleições anteriores, que em Janeiro ditaram a derrota do seu partido. Mas o sucessor de Antonis Samaras acredita que
muitos eleitores irão reconsiderar o seu sentido de voto e questionar-se sobre se valeu a pena dar a vitória ao Syriza, o que diz ter custado ao país 90 mil milhões de euros.


Falando numa acção de campanha, o líder do ND disse ser importante assegurar a estabilidade política do país, prometeu não deixar caducar mais fundos europeus dos quadros comunitários de apoio, criticou o IVA a 23% no ensino particular e disse que fará marcha atrás em medidas que afectam os agricultores.

Já a meta da coligação da esquerda radical é conseguir "uma maioria absoluta" para governar nos próximos quatro anos, afirmou este domingo, 30 de Agosto, o ex-primeiro-ministro e líder do partido, Alexis Tsipras. "É simples, claro e democrático: pedimos um mandato forte, uma maioria absoluta para um governo do Syriza", disse numa entrevista ao semanário grego Realnews. E acrescentou: "É uma oportunidade para sair do bipartidarismo da Nova Democracia [ND, direita] e do PASOK [socialistas gregos]", as duas formações que têm dominado a vida política grega durante "os últimos quarenta anos (...). É fundamental não voltar para trás e dar um salto para a frente".

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