Evangelos Meimarakis, líder do partido da oposição Nova Democracia, anunciou que vai convidar o dirigente do Syriza, Alexis Tsipras, para formar uma coligação que garanta o lugar da Grécia na Zona Euro, independentemente do resultado das eleições de 20 de Setembro.

"Acredito em consenso e cooperação", afirmou Meimarakis, em entrevista à Bloomberg este domingo. "Temos provado ao longo dos anos que, quando é bom para o país, para salvaguardar o seu lugar na Zona Euro, nós estamos dispostos a cooperar".

As últimas sondagens, divulgadas na passada quarta-feira, situam pela primeira vez o Nova Democracia à frente do Syriza, atribuindo-lhe 25,3% de intenções de voto contra 25% para a coligação de esquerda radical. Seja qual for o vencedor das eleições de 20 de Setembro, nenhum partido deverá recolher votos suficientes para formar um Governo maioritário.

Ao mesmo tempo, também a popularidade de Alexis Tsipras estará a afundar-se rapidamente, com 28,8% dos inquiridos a responder que o preferem para primeiro-ministro, valor muito distante dos mais de 40% que assim respondiam há cerca de um mês.

Perante estes resultados, o ex-primeiro-ministro Alexis Tsipras já abriu a porta a uma coligação com o Pasok e To Potami, mas sublinhou que não há qualquer possibilidade de negociar um acordo pós-eleitoral com a Nova Democracia.

Em entrevista à Bloomberg, o líder da Nova Democracia avisou ainda que os responsáveis europeus estão enganados, se pensam que o antigo primeiro-ministro Alexis Tsipras representa as melhores perspectivas de manter a Grécia na Zona Euro.

"Mesmo que Tsipras vença as eleições, o que não vai acontecer, ele vai enfrentar problemas de dissidência interna semelhantes aos que enfrentou aquando da proposta de implementação do programa de resgate", alertou Meimarakis. "O perigo de um ‘Grexit’ não terminou, e se acabarmos numa situação de instabilidade, o perigo vai tornar-se mais iminente".

Meimarakis acusa Alexis Tsipras de provocar instabilidade política no país, convocando eleições numa altura crucial.

"Não havia necessidade de convocar eleições e Tsipras deve uma explicação por colocar o país nesta aventura, e provocar incerteza e instabilidade no momento mais crucial da implementação do programa", criticou o político. "É desastroso convocar eleições de seis em seis meses".