Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Se não houver terceiro resgate, Bruxelas pode conceder empréstimo-ponte de 6 mil milhões

A Grécia pode obter 6,04 mil milhões de euros num novo empréstimo-ponte por parte dos parceiros europeus se os ministros das Finanças da Zona Euro, reunidos esta sexta-feira em Bruxelas, não chegarem a acordo relativamente a um terceiro pacote de resgate a Atenas, avança o jornal alemão Bild.

Bloomberg
14 de Agosto de 2015 às 01:28
  • 4
  • ...

A informação foi avançada pelo jornal alemão Bild, que cita uma proposta da Comissão Europeia a que teve acesso e que será apresentada no Eurogrupo de hoje.

 

Essa proposta diz que o empréstimo-ponte deverá ter uma duração máxima de três meses, acrescenta o jornal alemão, citado pela Reuters.

 

Da reunião desta sexta-feira espera-se que haja acordo para a atribuição de um terceiro programa de assistência financeira à Grécia, que pode ascender a 85 mil milhões de euros. A não acontecer, poderá ser concedido um novo empréstimo-ponte, à semelhança do que aconteceu no mês passado.

 

Até 20 de Agosto tem de haver acordo para um terceiro resgate (ou um novo financiamento-ponte), pois é nessa altura que a Grécia terá de pagar 3,2 mil milhões de euros ao Banco Central a título de reembolso de obrigações que vencem nessa data.

 

Recorde-se que, após Tsipras ter concordado com novas medidas de austeridade, na longa cimeira de 12 de Julho, para poder receber um terceiro empréstimo, Bruxelas acordou a Atenas um financiamento-ponte de três meses, no valor de 7,16 mil milhões de euros, que lhe permitiu reembolsar o FMI e o BCE e abrir o caminho à negociação do terceiro pacote de resgate para três anos.

 
Parlamento grego vota às primeiras horas da manhã

O programa que será levado à aprovação no Eurogrupo deste dia 14 de Agosto está também esta noite a ser debatido no parlamento grego, esperando-se para esta madrugada uma votação renhida.

Com o partido de Tsipras, o Syriza, aparentemente dividido em relação ao programa para o terceiro resgate, o parlamento grego só começou a debater o pacote de assistência financeira (que exige mais austeridade e reformas económicas) às 3h45 da manhã (hora local, mais duas horas do que em Lisboa) e a votação decorrerá já ao início da manhã desta sexta-feira.

 

A presidente (speaker) do Parlamento grego, Zoe Konstantopoulou, não acatou o pedido de Tsipras de acelerar o debate sobre o acordo de resgate de modo a poder ser votado com mais antecedência, lembra a Reuters. Em vez disso, acrescenta a agência, levantou uma série de questões processuais e objecções que levaram a que os deputados decidissem que o debate será concluído às 7h da manhã locais (5h da manhã em Lisboa), para então se passar à votação – já mesmo em cima do Eurogrupo, que tem início às 14h de Lisboa.

 

O Syriza tem 149 assentos no parlamento. O seu parceiro de coligação, o Anel (Gregos Independentes), conta com 13 assentos, o que dá 162 votos entre os 300 deputados do parlamento grego.


Crise na coligação

No dia 10 de Julho, sexta-feira, apenas 145 dos 162 deputados da bancada do governo helénico [Syriza e o partido júnior da coligação, o Anel] deram luz verde a Alexis Tsipras para negociar em Bruxelas: oito abstiveram-se (nomeadamente o então ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, e a presidente do parlamento grego, Zoe Konstantopoulou), dois votaram contra e sete não estiveram presentes (entre os quais o ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, que alegou questões familiares).

 

Nos termos da legislação parlamentar grega, os sete ausentes não são contabilizados como dissidentes, mas, para efeitos de contagem, Alexis Tsipras perdeu 17 membros da sua coligação. Tsipras precisou assim da oposição para conseguir os 151 votos necessários num total de 300 assentos no parlamento.

 

A 15 de Julho, quarta-feira, numa nova votação crucial no parlamento, onde foram colocadas à aprovação dos deputados as primeiras medidas de austeridade acordadas entre Alexis Tsipras e a troika, o primeiro-ministro teve o apoio de apenas 123 dos 162 deputados da coligação governamental.

 

Ou seja, em menos de uma semana, os seus "rebeldes" passaram de 17 para 39. Nesta votação, Varoufakis esteve presente e votou contra. E, uma vez mais, Tsipras precisou da oposição para conseguir levar adiante aquilo a que se comprometeu com os credores de Atenas no sentido de manter o país no euro.

 

As consequências políticas fizeram-se sentir dois dias depois. A 17 de Julho, Tsipras remodelou o seu Governo.



(notícia actualizada às 03h22)

 

Crise na coligação

No dia 10 de Julho, sexta-feira, apenas 145 dos 162 deputados da bancada do governo helénico [Syriza e o partido júnior da coligação, o Anel] deram luz verde a Alexis Tsipras para negociar em Bruxelas: oito abstiveram-se (nomeadamente o então ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, e a presidente do parlamento grego, Zoe Konstantopoulou), dois votaram contra e sete não estiveram presentes (entre os quais o ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, que alegou questões familiares).

 

Nos termos da legislação parlamentar grega, os sete ausentes não são contabilizados como dissidentes, mas, para efeitos de contagem, Alexis Tsipras perdeu 17 membros da sua coligação. Tsipras precisou assim da oposição para conseguir os 151 votos necessários num total de 300 assentos no parlamento.

 

A 15 de Julho, quarta-feira, numa nova votação crucial no parlamento, onde foram colocadas à aprovação dos deputados as primeiras medidas de austeridade acordadas entre Alexis Tsipras e a troika, o primeiro-ministro teve o apoio de apenas 123 dos 162 deputados da coligação governamental.

 

Ou seja, em menos de uma semana, os seus "rebeldes" passaram de 17 para 39. Nesta votação, Varoufakis esteve presente e votou contra. E, uma vez mais, Tsipras precisou da oposição para conseguir levar adiante aquilo a que se comprometeu com os credores de Atenas no sentido de manter o país no euro.

 

As consequências políticas fizeram-se sentir dois dias depois. A 17 de Julho, Tsipras remodelou o seu Governo.

Ver comentários
Saber mais Comissão Europeia Eurogrupo Grécia Atenas FMI BCE
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio