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Merkel apela aos deputados da CDU que apoiem terceiro resgate à Grécia

Na próxima quarta-feira, a chanceler alemã enfrenta um dos mais duros testes à sua capacidade para manter coeso o seu partido. Perante a oposição de vários deputados da CDU ao terceiro memorando acordado com a Grécia, Merkel assegura que o FMI participará no resgate grego.

9 de Março – Merkel em dia de reunião de Eurogrupo

“Temos obviamente o objectivo político de manter a Grécia na Zona Euro. Temos estado a trabalhar nisto desde há muitos anos. Mas ao mesmo tempo, existem sempre dois lados para uma moeda por um lado, a solidariedade dos parceiros europeus e, por outro, a prontidão para levar a cabo reformas e compromissos no seu próprio país. Posto isto, nós temos claramente um caminho difícil a percorrer”.
17 de Agosto de 2015 às 14:27
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A chanceler alemã, Angela Merkel, está a fazer tudo para que os deputados do seu partido, a CDU, votem favoravelmente o terceiro resgate à Grécia que será votado no Bundestag na próxima quarta-feira. Segundo escreve o Financial Times, Merkel enfrenta esta semana "a maior revolta do seu partido" desde que assumiu a liderança da CDU, isto porque vários deputados conservadores se opõem ao acordo alcançado para um novo memorando para a Grécia em torno dos 86 mil milhões de euros.

 

Apesar de não estar em causa a provável votação favorável daquele que será o terceiro programa de assistência financeira à Grécia, uma vez que os deputados do SPD, o segundo partido da coligação governamental, deverão garantir a aprovação, Merkel pretende assegurar a coesão do seu partido, até porque terá, de acordo com a Der Spiegel, a perspectiva de se candidatar a um quarto mandato consecutivo como chanceler germânica.

 

Nesse sentido, Angela Merkel já reagendou as viagens previstas a Itália e ao Brasil, podendo assim permanecer em Berlim com o intuito de dissuadir os parlamentares da CDU que pretendem votar contra o resgate grego. Com esta intenção em mente, Merkel, e também o seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, concederam entrevistas separadas, este domingo, em que defenderam as cedências do governo helénico face às exigências dos credores.

 

Na entrevista à ZDF, Merkel lembrou que a mudança de atitude das autoridades helénicas verificou-se "graças à posição dura de vários países, mas também de Wolfgang Schäuble e do governo alemão".

 

A governante germânica disse ainda "não ter dúvidas" de que o Fundo Monetário Internacional (FMI) acabará por participar no terceiro memorando, numa tentativa de convencer os seus companheiros de partido da bondade e viabilidade do acordo alcançado com a Grécia. A instituição liderada por Christine Lagarde avisou que só participaria no novo programa de assistência à Grécia se for tido em conta o necessário alívio da "insustentável" dívida helénica. A agência Reuters refere, esta segunda-feira, que alguns elementos da CDU apenas aceitam apoiar o acordo alcançado com Atenas se o FMI participar no terceiro resgate.

 

A coligação entre a CDU e o SPD dispõe de um apoio parlamentar de 504 deputados, do total de 631 assentos parlamentares no Bundestag. Quando em Julho passado, foram chamados a votar sobre se Berlim deveria, ou não, iniciar conversações tendo em vista um terceiro resgate, 60 deputados da CDU votaram contra e cinco abstiveram-se.

 

O euobserver cita o alemão Bild que adianta que na votação de 19 de Agosto o número de votos contrários ao programa grego suba para cerca de 120, número que a verificar-se representaria um dos mais rudes golpes para a liderança partidária e executiva de Merkel. Em 2012, aquando do segundo empréstimo concedido pela troika à Grécia, que elevou então o montante total concedido a Atenas para 240 mil milhões de euros, o Parlamento alemão aprovou esse mesmo resgate com 496 votos a favor, 90 contra e cinco abstenções. A Mais difícil foi a votação do primeiro resgate em Maio de 2010, quando a câmara baixa do Bundestag aprovou aquele empréstimo com apenas 390 votos favoráveis, 72 contrários e 139 abstenções. Na altura, Schäuble apoiava o voto favorável ao primeiro memorando pela "necessidade de defender a estabilidade da moeda única".

 

A aprovação do terceiro programa de assistência grego requer a aprovação dos parlamentos de alguns países, como é, por exemplo, o caso da Alemanha, Finlândia ou Holanda. A aprovação destes parlamentos é imprescindível para que a Grécia possa receber a primeira tranche de 26 mil milhões de euros prevista no programa que ronda um empréstimo total de cerca de 86 mil milhões de euros. 

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