Os 6,5 mil milhões de euros reservados pela Volkswagen para cobrir os custos do escândalo de manipulação de emissões poluentes podem não ser suficientes. Quem o admitiu foi o próprio CEO do grupo automóvel alemão, Matthias Müller.

"Os 6,5 mil milhões [de euros] aplicam-se ao 'recall' [chamada de veículos às oficinas]", informou esta quarta-feira, 21 de Outubro. "Só posso especular sobre quaisquer outras provisões", acrescentou.

Em causa poderão estar indemnizações e custos de processos judiciais que começam a surgir em diferentes pontos do globo. A imprensa estrangeira tem avançado com vários números, fixando-se sempre na casa das dezenas de milhares de milhões de euros.

Os analistas do Crédit Suisse estimam que o maior escândalo da história da Volkswagen pode custar à empresa entre 23 mil e 78 mil milhões de euros.

Matthias Müller referiu que ainda é cedo para antecipar os resultados das investigações levadas a cabo pelo grupo, mas acabou por definir as mesmas como sendo "relativamente extensas e complicadas".

Também esta quarta-feira, 21 de Outubro, o grupo automóvel anunciou que irá suspender a venda na União Europeia de carros a gasóleo novos que possam ter sido afectados pelo ‘dieselgate’.

Na semana passada, a Volkswagen anunciou que iria chamar às oficinas 8,5 milhões de veículos na União Europeia, depois do regulador alemão ter chumbado a proposta do grupo para que fossem os condutores a levar os carros afectados à reparação de uma forma voluntária.

O CEO Matthias Müller já tinha informado que a Volkswagen irá adiar ou cancelar projectos considerados não essenciais para fazer face aos custos de toda esta polémica. Por ano, a poupança estimada é de mil milhões de euros.

O grupo alemão garantiu ao Governo português que o investimento de quase 700 milhões de euros previsto para a Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, se mantém. O mesmo irá dotar a fábrica de tecnologia para a produção de dois novos modelos no final de 2017.