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Fed avança com corte de juros de 50 pontos. E este ano não vai parar por aqui

O banco central dos EUA decidiu reduzir a taxa dos fundos federais em 50 pontos base, para um intervalo compreendido entre 4,75% e 5%. Bolsas e ouro dispararam.

O líder da Fed, Jerome Powell, afirmou que os juros podem manter-se elevados “durante mais tempo”.
Elizabeth Frantz/Reuters
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A Reserva Federal (Fed) norte-americana iniciou nesta quarta-feira, 18 de setembro, o ciclo de descida dos juros diretores, tal como se esperava. O banco central liderado por Jerome Powell (na foto) anunciou um corte de 50 pontos base da sua taxa dos fundos federais, que fica agora num intervalo entre 4,75% e 5%.

Trata-se da primeira descida desde 2020. E, a curto prazo, a Fed aponta para mais cortes, já que vê a taxa dos fundos federais a cair para 4,4%, abaixo dos 5,1% projetados em junho, de acordo com o "dot plot" publicado também esta quarta-feira. Ou seja, aponta para mais 50 pontos base de redução em 2024 - e atendendo a que há mais duas reuniões de política monetária este ano (em novembro e dezembro), podem ser dois cortes de 25 pontos base ou um único corte jumbo, tal como hoje.

Para 2025, o banco central liderado por Jerome Powell aponta para que os juros diretores batam nos 3,4%, uma visão mais otimista do que a apresentada no início do verão (3,4%). Em 2026, a autoridade monetária estima que a taxa dos fundos federais toque nos 2,9%, abaixo dos 3,1% previstos em junho.

Nos mercados de capitais, a decisão da Fed teve reflexos imediatos. O índice Standard & Poor's 500 está a caminho de máximos históricos e o ouro segue no valor mais alto de sempre, nos 2.591 dólares por onça. Já as "yields" das Obrigações do Tesouro estão a cair e também o dólar segue a depreciar-se.

A Fed iniciou o ciclo de subida dos juros diretores a 10 de março de 2022, naquele que foi o primeiro aumento em mais de três anos da taxa dos fundos federais. A inflação persistente ganhou ainda mais força com a invasão da Ucrânia pela Rússia, a 24 de fevereiro desse ano, levando assim o banco central dos EUA a tentar arrefecer a economia por via da política monetária. As subidas de juros prosseguiram até junho do ano passado, quando a taxa dos fundos federais foi fixada no intervalo entre 5,25% e 5,5%.

O banco central dos Estados Unidos subiu os juros antes do Banco Central Europeu (BCE), que só iniciou esse ciclo quatro meses mais tarde, em julho de 2022. No entanto, o BCE arrancou primeiro com o ciclo contrário, ao reduzir as taxas diretoras em julho passado, e era esperado que a autoridade liderada por Jerome Powell fizesse o mesmo nesta reunião - a grande questão que se colocava era se se decidiria por um corte de 25 ou de 50 pontos base (o chamado corte jumbo).

(notícia atualizada às 19h26)

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