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Powell avisa que reduções de 50 pontos base nos juros da Fed não são "novo ritmo"

O corte de 50 pontos base não tem de se tornar "o novo ritmo", alertou Powell, que disse que a paciência do banco central - que manteve as taxas em máximos de 23 anos durante 14 meses - deu frutos. O líder da Fed deixou ainda claro que é possível continuar a reduzir o balanço e ao mesmo tempo cortar os juros.

Reuters
18 de Setembro de 2024 às 20:26
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A Reserva Federal (Fed) norte-americana optou por um corte jumbo esta quarta-feira, ao deliberar uma redução de 50 pontos base da taxa dos fundos federais - acima dos 25 pontos base que, na ótica dos analistas, parecia a aposta mais provável. No entanto, o presidente Jerome Powell avisa que este não será um hábito e que, a existirem futuros cortes, estes não terão de ser na mesma dimensão.

"Ninguém deve olhar para isto e dizer: 'este é o novo ritmo'. No cenário de base, vemos cortes ao longo do tempo para um nível mais neutral e estamos a avançar ao ritmo que consideramos adequado, tendo em conta a evolução da economia", sublinhou Powell durante a conferência de imprensa, após a reunião do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC).

Nas projeções económicas, os responsáveis reviram ligeiramente em baixa a previsão de crescimento do produto interno bruto (PIB) este ano, para 2% face a 2,1%, mantendo-se o ritmo nos anos seguintes. Contudo, estão mais otimistas para a inflação, tendo revisto em baixa as projeções e antecipando que o índice de preços com gastos no consumo pessoal (PCE) se fixe em 2,3% em 2024, face aos 2,6% previstos em junho. 

Powell manteve a garantia de que todas as decisões de reduzir (ou não) os juros "serão tomadas reunião a reunião", a estratégia que tem sido seguida no último ano. O presidente da Fed defendeu que o banco central "tem sido muito paciente em relação ao corte da taxa dos fundos federais", enquanto outros bancos centrais optaram por já ter avançado com um alívio da política monetária. E esta "paciência deu frutos" no que diz respeito à "confiança" sobre a tendência descendente na inflação.

"A inflação está agora muito próxima da nossa meta [dos 2%]. Ganhámos uma maior confiança de que a inflação está a reduzir-se de forma sustentável até aos 2%", referiu Powell, replicando uma mensagem que tem passado em várias ocasiões, incluindo no Fórum BCE em Sintra.

Contudo, Powell lembrou que a Fed tem o duplo mandato de assegurar a estabilidade dos preços e o pleno emprego e que, portanto, este corte tem o objetivo de "manter a solidez da economia e do mercado de trabalho". "Os riscos inflacionistas diminuíram, enquanto os riscos relacionados com o emprego aumentaram", advertiu. Este ano, a taxa de desemprego deve situar-se nos 4,4%, segundo as novas projeções, que compara com os 4% previstos em junho, para depois cair novamente nos anos seguintes.

Apesar deste corte e daqueles que se vislumbram para o futuro da Fed, o líder do banco central recusou a ideia de que tal seja um prognóstico do fim da redução do balanço da Fed. "Não estamos a pensar parar o ‘run off’ [do balanço]. As duas coisas podem coexistir, no sentido em que ambas são uma forma de normalização [da política monetária] e, por isso, durante algum tempo, poderá reduzir-se o balanço e cortar os juros".

(Notícia atualizada às 20:51 horas). 

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