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Powell sinaliza mais cortes de juros mas Fed não tem rumo pré-definido

Os Estados Unidos deverão continuar a observar um alívio da política monetária por parte do banco central, sinalizou o presidente da Fed esta segunda-feira.

Brendan Smialowski/Reuters
30 de Setembro de 2024 às 19:28
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O presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Jerome Powell, reiterou esta segunda-feira que o corte de 50 pontos base dos juros diretores, no passado dia 18, não deve ser interpretado como um sinal de que as próximas decisões do banco central serão igualmente agressivas. Ainda assim, sinalizou novas reduções para breve, se bem que não tenha dado indicações de quando serão os novos cortes. A dimensão e o timing dependerão da evolução da economia.

Num discurso proferido no encontro anual da National Association for Business Economics (NABE), em Nashville (no estado do Tennessee), sob o tema "Uma visão do Conselho da Reserva Federal", Powell mostrou-se otimista quando à saúde económica dos EUA – sublinhando que continua sólida.

Segundo o presidente da Fed, a decisão de descer a taxa dos fundos federais em 50 pontos base, para um intervalo compreendido entre 4,75% e 5%, refletiu a convicção de que era hora de se proceder a uma "recalibração" da política monetária que traduzisse melhor a atual situação – numa altura, frisou, em que a inflação tem aliviado de forma sustentada.

"Essa decisão reflete a nossa crescente convicção de que, com uma recalibração adequada do nosso posicionamento, a robustez do mercado laboral poderá ser mantida, num contexto de crescimento económico moderado e de uma inflação a descer de forma sustentada até ao nosso objetivo (de 2%)", afirmou Powell.

No que diz respeito ao mercado laboral, o presidente do banco central disse que está igualmente sólido, se bem que com algum "arrefecimento" (as contratações diminuíram em agosto) e que a Fed pretende impedir que a taxa de desemprego se fixe muito acima do atual patamar.

A taxa dos fundos federais está em torno de 4,8% (a partir do intervalo entre 4,75% e 5%) e Powell disse que a Fed visa um posicionamento "mais neutral" – um nível que não estimula nem contrai a economia. A chamada "taxa neutral", para a Fed, está em cerca de 3% (ainda bastante abaixo do atual patamar).

Powell enfatizou que o atual objetivo da Reserva Federal é sustentar uma economia e um mercado laboral saudáveis, em vez de resgatar uma economia em apuros ou evitar uma recessão. "No geral, a economia está sólida e tencionamos usar as nossas ferramentas para que assim se mantenha", referiu.

A próxima reunião da Fed realiza-se a 6 e 7 de novembro, havendo ainda outra este ano, agendada para 17 e 18 de dezembro. Desde 2020, recorde-se, que a Fed que não reduzia a taxa dos fundos federais.

No encontro de política monetária deste mês, o "dot plot" – um mapa que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas nos juros diretores – apontou para mais dois cortes, de 25 pontos base cada, até ao final deste ano. Mas tudo dependerá de como evoluir a economia.

(notícia atualizada pela última vez às 18h46)

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